Desconhecido no Estado, Gustavo Mendanha é esvaziado no próprio município até por aliados
22 agosto 2022 às 17h01
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Pré-candidato ao Governo de Goiás, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha (Patriota) se gaba em ter vencido as eleições municipais de 2020 com 95,81%. O candidato recebeu 197.491, em um universo de 308.749 eleitores, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. O ex-emedebista disputou uma eleição quase sem concorrentes. No entanto, as próximas eleições de Aparecida, em 2024, se vislumbram para vários atores políticos já nesta eleição. Alguns deles dentro do próprio grupo mendanhista e que já estão em rivalidade por espaços. Uma vez que, naturalmente, o prefeito Vilmar Mariano (Patriota) concorrerá à reeleição.
No páreo, estão o presidente da Câmara Municipal de Aparecida, André Fortaleza (MDB), e o deputado federal Professor Alcides (PL), que disputou com Mendanha em 2016. Vereadores consultados pelo Jornal Opção informaram que o motivo de várias investidas do presidente da Casa contra o prefeito tem a ver com 2024. Já o deputado federal nunca escondeu o sonho de administrar Aparecida de Goiânia. Em 2020, o professor chegou a cogitar concorrer às eleições, mas não conseguiu reunir forças frente à grande arquitetura fisiológica à qual se tornou a administração pública do município.
Caso perca as eleições em 2 de outubro, enfraquecido, Gustavo deve ficar dois anos sabáticos e é natural que os próprios aliados busquem novas forças políticas. Já Mendanha, por força de lei, não poderá concorrer às eleições majoritárias de 2024, nem em Aparecida de Goiânia e nem na Capital, dado à proximidade entre os municípios, restando se candidatar para vereador. Nos bastidores, é cogitado que ele concorra a uma cadeira na Câmara de Vereadores de Goiânia, para se preparar novamente para voos mais altos. Porém, resta saber se ainda terá prestígio.
Do outro lado, tem o ex-correligionário, o presidente do MDB, Daniel Vilela, que já tem intensificado a estratégia em Aparecida, que foi governada pelo pai, Maguito Vilela, por dois mandatos. O emedebista tem reunido novas lideranças, sob o comando do ex-deputado federal, Euler Morais (MDB), fiel ao partido, embora tenha sido preterido em 2016, por Gustavo Mendanha, como ele próprio revelou ao Jornal Opção. No município, Vilela nomeou uma nova comissão provisória da legenda, empossando o vereador Élio Justiniano Alves, conhecido como Élio Bom Sucesso. Os resultados começaram a aparecer e, na semana passada, conseguiram articular um evento de empresários ao lado da sede administrativa com o governador Ronaldo Caiado (UB).
Além do MDB aparecidense, que aposta em nova reputação com um vice-governador no Palácio das Esmeraldas, podendo se disputar como uma alternativa no município em 2024, os rivais e aliados de Mendanha buscam afagos no ex-governador Marconi Perillo (PSDB). De acordo com as pesquisas eleitorais, ele é favorito para ficar com a vaga ao Senado. Para se ter ideia, o tucano recebeu apoio de um grupo de cerca de 15 vereadores no município, desbancando o grupo mendanhista, que apoiou a candidatura de senador do deputado federal João Campos (Republicanos), que pensou em desistir de concorrer à cadeira.
A situação de Gustavo Mendanha e dos mais fiéis a ele não está fácil atualmente, e dado a movimentação do momento, nem palatável em 2024. A maestria do grupo em lotear todos os cargos da prefeitura pode ser diminuída após as eleições, quando já começará as articulações para as próximas eleições municipais. À frente da gestão, Vilmar Mariano, para governar Aparecida, terá que ser republicano com o Governo Estadual, não poderá se manter isolado, e corre o risco de ver uma nova configuração nas bases da Câmara Municipal, com o oposição liderada por André Fortaleza, que também sonha em ser prefeito de Aparecida de Goiânia.