O Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (IMAS) ainda é um ponto nevrálgico dentro da administração de Sandro Mabel e pouco se fez para melhorar a estrutura e os serviços do plano de saúde dos servidores. A troca acontece em meio a uma crise no serviço de oncologia do instituto onde há várias denúncias de servidores que não conseguem consultas e nem acompanhamento médico.

Com uma dívida que supera os R$ 220 milhões, o prefeito, em um acordo político, nomeou o ex-vereador Paulo Henrique da Farmácia (SD) para presidir o instituto, mas em oito meses de governo cai o primeiro auxiliar do prefeito.

Durante a transição, Mabel elogiou todo o levantamento feito pela então equipe do Imas , que na época era presidido por Gardene Fernandes Moreira, que foi reconduzida ao cargo nesta sexta-feira, 8.

O Jornal Opção mostrou, em dezembro de 2024, que o relatório apresentado ao então prefeito eleito revelava que “as despesas foram maiores que as receitas informadas, evidenciando déficit orçamentário constante, que contribuiu com o endividamento do Imas”. A reportagem ouviu interlocutores da Prefeitura e também da equipe de transição que afirmam que a dívida foi gerada por repasses insuficientes para o custeio do plano de saúde além da ingerência no instituto.

O documento mostrou que na época o instituto tinha 33.415 titulares, que são servidores da ativa, aposentados, pensionistas e servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Dependentes somam 36.568 pessoas que incluem cônjuges e filhos menores de 21 anos; já os agregados são 8.636 que são filhos maiores de 24 anos, pais, irmãos, netos de servidores efetivos. Ao todo são 78.619 beneficiários.

A falta de repasses do valor patronal além do que é descontado direto no salários dos servidores é o principal problema. Conforme apurado pela reportagem, os valores ficam retidos ou não são repassados pelas secretarias.

Interlocutores próximos ao prefeito Sandro Mabel sempre relataram uma desconfiança com relação ao trabalho de Paulo Henrique da Farmácia à frente do instituto. Uma fonte muito próxima ao prefeito contou à reportagem que donos de hospitais levaram a até Mabel a informação que Paulo Henrique estava privilegiando o pagamento de algumas unidades de saúde em detrimento de outras que realizavam os mesmos serviços, que cobravam os repasses, mas não eram recebidos.

No dia 28 de maio, Mabel nomeou Gardene como diretora Administrativa do instituto. A partir daí as decisões sobre pagamentos de fornecedores eram tratadas exclusivamente entre ela e o Prefeito, deixando Paulo Henrique sem autonomia dentro da autarquia.

Em entrevista coletiva neste sábado, 9, Mabel afirmou que a troca no comando do Imas foi por motivos políticos e que tem como prioridade reestruturar o instituto prestando um serviço de mais qualidade aos funcionários da Prefeitura.

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