Descompasso no pP de Anápolis: Baldy na esquerda e Roberto Naves na direita
06 agosto 2023 às 00h01
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Adversários do presidente do pP em Goiás, Alexandre Baldy, não perdoam e o chamam de “turista político” e de “líder itinerante”. Com “itinerante” se quer dizer que circula mais no país do que em Goiás. “Quem quiser esconder de Baldy basta visitar a sede da Agehab todos os dias. Ele quase não para lá”, afiança um deputado.
Porém, no momento, não é o suposto absenteísmo de Baldy que está em questão. Mas sua falta de conexão com o pP em Goiás. No Estado, onde o bolsonarismo é forte, o partido está oficialmente alinhado com o governo do presidente Lula, do PT.
Mas há um evidente descompasso entre o comportamento de Baldy e o do prefeito de Anápolis, Roberto Naves (eleito duas vezes para cargo majoritário, o que Baldy nunca conseguiu. Nas pesquisas estimuladas para prefeito de Anápolis, o ex-deputado figura como “traço” — bem atrás de Antônio Gomide, do PT, de Major Vitor Hugo, do PL, de Márcio Corrêa, do MDB, e de Leandrinho Ribeiro, do pP).
Roberto Naves está operando para formatar uma aliança com o bolsonarismo e, para tanto, pode bancar o candidato do PL a prefeito de Anápolis, que tende a ser o ex-deputado federal Major Vitor Hugo. Ou seja, o raio de atuação do prefeito é no espectro da direita política.
Baldy, pelo contrário, circula no espectro da esquerda, com o presidente Lula da Silva. Seus aliados dizem que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira — que está levando o pP para o governo petista —, opera para arranjar um cargo para o político goiano de 43 anos no segundo escalão. Num primeiro momento, pensou-se em colocar o goianiense na Funasa. Não deu certo, sobretudo porque o cargo está sendo altamente disputado.
O fato é que o pP de Baldy opera uma aliança, política e administrativa, com o governo do PT e de Lula da Silva. Entretanto, sua base política, em Anápolis, opera uma aliança bem diferente — com o bolsonarismo.
Nomeações de parentes e não de aliados
Crescem no pP, sobretudo nos bastidores, as críticas a Baldy. Uns dizem que ele não fez acertos de campanha, deixando candidatos de 2022 com dívidas.
Há os que criticam o fato de Baldy indicar parentes para cargos públicos, no Estado e na Prefeitura de Goiânia, mas não companheiros de partido. “Ele está pleiteando um cargo federal para si, mas não indica nenhum aliado”, afirma um ex-deputado.