Em 2023, pela primeira vez desde 2000, o goiano Elias Vaz (PSB) não terá um plenário legislativo como seu local de trabalho. Depois de ser eleito vereador de Goiânia com votação recorde – que só seria superada em 2016, por Jorge Kajuru –, ele permaneceu na Câmara goianiense em cinco legislaturas. Em 2018, deu um salto incomum para a maioria das carreiras políticas: elegeu-se deputado federal pelo PSB, com quase 75 mil votos. Desta vez, as urnas não lhes foram tão benéficas: terminou a apuração com pouco mais de 30 mil votos, insuficientes para reconduzi-lo à Câmara dos Deputados em 2023.

A não reeleição de Elias Vaz é com certeza uma perda qualitativa para a bancada goiana: em setembro, ele foi anunciado como o deputado federal com maior avaliação no quesito Fiscalização pelo índice Legisla Brasil, imediatamente à frente de Alessandro Molon (PSB-RJ) e Erika Kokay (PT-DF).

Elias teve nota 6. Para ter ideia, a média dos deputados goianos no item (Fiscalização) ficou em em 1,6. A média nacional foi ainda mais baixa: 1,3. O íntegra da nota é baseada em os requerimentos feitos ao Executivo e também propostas de auditoria e controle.

Um dos dois deputados de Goiás de oposição ao governo Jair Bolsonaro (PL) – o outro é Rubens Otoni (PT) –, em seu caso mais emblemático de atuação parlamentar, o goianiense denunciou superfaturamento na compra de medicamentos para disfunção erétil e também a compra de 60 próteses penianas, por parte das Forças Armadas.

Um parlamentar – seja vereador, deputado estadual, deputado federal ou senador – tem como tarefas básicas a elaboração de leis e a fiscalização do Poder Executivo. Ter um goiano como destaque nacional não deixa de ser um orgulho em meio a situações escandalosas, como o orçamento secreto.

Infelizmente, para Elias e também para a sociedade, a democracia não é meritocrática, ainda que seja o “menos ruim” dos regimes de governo, como declarou certa vez “Sir” Winston Churchill, primeiro-ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial.