O parlamentar diz que deveria ter saído há mais tempo, porque não foi valorizado, mas ficou por ser insistente

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O deputado federal Fábio Sousa (PSDB) teve uma atuação destacada em Brasília e se tornou um parlamentar atuante. Numa das comissões em que atuou, ficou conhecido por estudar os assuntos a fundo e a apresentar propostas lógicas para equacionar problemas. No início do mandato, era visto tão-somente como um “deputado evangélico”. Aos poucos, dada sua atuação abrangente, passou a ser visto como um político mais ecumênico — ainda que sem deixar de se apresentar como um lídimo representante dos evangélicos.

Apesar de sua desenvoltura, tanto em Brasília quanto em Goiás, Fábio Sousa quase sempre foi tratado como um político de segunda categoria por seu partido. O PSDB não permitiu, por exemplo, que se tornasse candidato a prefeito de Goiânia. Afastou-o da disputa sem maiores explicações.

Agora, depois de 14 anos na política, com mandato legislativo — tendo sido derrotado na eleição deste ano —, Fábio Sousa diz que está se repensando. “Vou dar aulas e cuidar da vida”, frisa. O deputado não quer saber de pleitear a presidência do PSDB. “Nada disso. Depois que ouvi o Fernando Henrique Cardoso falando que iria conversar com Fernando Haddad, candidato a presidente da República pelo PT, disse a mim mesmo: ‘Chega!’ Tenho mesmo de desistir do PSDB.”

“Não vou ficar no PSDB. Portanto, é provável que me desfilie brevemente. Eu não estava bem no partido há algum tempo, até há muito tempo. Mas, por ser insistente, fui ficando. Precisei levar uma ‘cacetada’ [a derrota eleitoral] para tomar a decisão de sair. Mas deixarei o partido com a consciência limpa, pois me dediquei 100% ao partido e ao mandato legislativo. O último mandato foi uma canseira, mas fui em frente, lutando por Goiás, acima de tudo”, sublinha Fábio Sousa.

Diferentemente de outros políticos, Fábio Sousa não transfere a culpa de sua derrota para outros políticos. “Faltaram votos, cerca de 3 mil votos. Só isso. Eu era bem avaliado, fiz tudo certo. Vou terminar o meu mandato de maneira digna”, frisa Fábio Sousa.