Deputado Armando Vergílio diz que pode ser o elemento surpresa e que Marconi e Vanderlan não estão definidos
10 abril 2014 às 18h11
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O deputado federal Armando Vergílio conversou com o Jornal Opção a respeito do quadro político de Goiás. Sobre a crise do PMDB, o presidente do Solidariedade diz que o partido vai dividir-se de vez ou então vai unificar-se. “Quem sabe, um pouco mais à frente, o partido não consiga unificar-se em torno de um nome. Se quiser enfrentar o governador Marconi Perillo em igualdade de condições, o vencido tem de apoiar o vencer. Num ambiente desagregado — com Iris Rezende ou Júnior Friboi na cabeça de chapa —, o candidato se apresentará fragilizado ao eleitorado.”
A respeito de Antônio Gomide, Armando acredita que vai mesmo ser candidato a governador. “O líder do PT deixou a Prefeitura de Anápolis, a segunda mais importante de Goiás, para ser candidato a governador, não para ser vice ou postulante ao mandato de senador. Ele disse isso para o eleitor de sua cidade.”
O pré-candidato a governador pelo PSB, Vanderlan Cardoso, é, na opinião de Armando, um “político e um empresário respeitável”. “Mas ele não tem vice, não tem candidato a senador, não tem candidatos fortes a deputado estadual e federal. É preciso verificar qual será o seu tempo de televisão. Com um tempo muito curto, terá dificuldade para apresentar seu projeto e, ao mesmo tempo, fazer as críticas que julgar oportunas.”
Por que Armando ficou fora do processo durante algum tempo? “Resolvi não participar da fase preliminar porque não dependo de ninguém — só da minha estrutura e do meu partido.”
O deputado federal acredita que, nesta eleição, ele deve funcionar como “elemento surpresa”. “A partir de agora, vou entrar em campo pra valer. Vou fazer conversas mais públicas — com todo mundo e sem restrições — e articular uma movimentação mais intensa. Não se paga impostos para conversar. Acrescento que nós, do Solidariedade, temos chapa para deputado estadual e federal. Nós podemos eleger pelo menos quatro deputados estaduais. Na questão da chapa para deputado federal, vai depender muito de meu projeto. Se eu disputar o governo, contribuo para eleger pelo menos um deputado federal, que pode ser o Silvio Sousa ou o Rodrigão Carvelo, de Catalão. O Solidariedade deve participar de algum chapão para deputado federal, pois são necessários no mínimo 162 mil votos para eleger um político para a Câmara dos Deputados.” Instado a comentar sobre a Chapinha, organizada por Eduardo Machado, presidente nacional do PHS, Armando disse que seu líder é um avião político. “Acredito, até, que Eduardo pode ser eleito deputado federal. Mas ressalvo que a Chapinha, se é forte para deputado estadual, pode não ser para deputado federal.”
Mas qual é o principal projeto do líder do Solidariedade? “Posso disputar o governo”, afirma.
Na opinião de Armando, o quadro está se definindo, mas não está inteiramente definido. “As próximas seis semanas serão fundamentais para as decisões políticas.”
O cenário atual aponta para quatro candidaturas mais consistentes a governador: Marconi Perillo, do PSDB, Júnior Friboi (ou Iris Rezende), do PMDB, Vanderlan Cardoso, do PSB, e Antônio Gomide, do PT. “Não é bem assim. É possível que se apresentem de três a quatro candidatos, mas um dos citados pode não ser candidato e eu posso ser incluído na lista.” Armando assinala que, devido ao número de candidatos, o segundo turno estará praticamente garantido. “No segundo turno, pode mudar muita coisa e, assim, ninguém sabe quem vai ganhar.”
O Jornal Opção perguntou: “Marconi Perillo e Vanderlan Cardoso são os mais definidos?” Armando avalia que, pelo contrário, “são os mais indefinidos. Goiás está mais indefinido do que o Rio de Janeiro. Tudo pode acontecer no nosso Estado”. Ele acrescenta: “É possível que alguns pré-candidatos sejam ‘abatidos’ em pleno voo. O jogo só está começando”.
As oposições goianas estão ouriçadas, segundo Armando, porque, pela primeira vez, o quadro “não é inteiramente favorável” ao governador Marconi Perillo. “Marconi está há 16 anos no poder, portanto com desgaste político e administrativo. Observe-se que seu índice de intenção de voto é o mesmo de rejeição e isto, como se sabe, é muito grave. Quem rejeita geralmente não muda de voto.” Mas a rejeição caiu. “Caiu, mas parece estabilizada no alto.”
Armando não deixou de comentar sobre a possível candidatura do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) a senador. “É quase certo que Caiado dispute mandato de senador, pois já disse que não vai disputar a reeleição. É um candidato forte e pode sair sozinho para senador, mas aí não teria chapa para deputado federal e estadual. Acredito que há possibilidade de ele compor com o governador Marconi Perillo, mas não tenho informação sobre sua verdadeira posição. Acredito que Caiado vai definir de qual aliança vai participar, se participar de alguma, aos 49 minutos do segundo tempo.”
Dado seu trabalho em defesa da área de seguro, Armando está sempre no Rio de Janeiro. “Os candidatos a governador do Rio são eleitoralmente consistentes. Anthony Garotinho, Luiz Pezão, Lindbergh Farias e Marcelo Crivella são políticos conhecidos, consolidados. Garotinho lidera, dependendo da pesquisa, mas Pezão é um bom político, simples, aberto ao diálogo.”