O governador e pré-candidato a reeleição Ronaldo Caiado (UB) está decidido em não fechar a chapa majoritária com um nome ao Senado. A discussão em torno da escolha de um único candidato para composição ou ceder as candidaturas isoladas dominou as pautas políticas de todo o primeiro semestre, mas ao avaliar as últimas pesquisas e as posições adversárias a decisão surge como a mais acertada. 

A posição do governador, expressada ao PSD, de que não há como barrar outras candidaturas ao Senado para escolha de apenas um nome, expõe qual a estratégia adotada por Caiado e também pelos candidatos da base. “Quem escolhe, também exclui”, diz um dito popular. E o que o governador não precisa em um momento tão próximo da convenção é excluir.

A definição de Ronaldo Caiado pelas candidaturas isoladas tem razões sólidas. As pesquisas eleitorais apontavam que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) liderava a corrida para o Senado, mas a partir da decisão do tucano a concorrer ao governo, os candidatos da base surgem com maiores chances. O delegado Waldir (UB) ganhou a dianteira no levantamento, o deputado Zacharias Calil (UB) e Alexandre Baldy (PP) aparecem bem avaliados também. 

Neste cenário, excluir algum nome da disputa para escolher apenas um candidato para chapa tende a criar desgastes e eliminar postulantes com reais chances no pleito. 

Outro fator que precisa ser considerado: a aprovação do governador constada nos últimos levantamentos é alta. Esse fato acaba por ajudar todos os candidatos que estão na base, mesmo não compondo a chapa majoritária. Da mesma forma, os candidatos isolados não descartam o apoio indireto, já que os levantamentos indicam não haver intenção de mudança do eleitorado quanto a escolha do voto para o governo.

Ainda há aqueles que acreditam que as candidaturas independentes pulverizam os votos da base. Mas a maioria dos nomes ligados a base governista defende que mais nomes significa mais segmentos representados, logo, o projeto de reeleição de Caiado ganha. O certo é que com candidatos isolados  ao Senado, a base caiadista tende a evitar desgastes nas tratativas, assim como elimina chances de baixas – como a ocorrida como João Campos e seu partido, o Republicanos.

Por fim há de se avaliar que os candidatos que se colocaram na disputa ao Senado não tendem a desistir de ir ao pleito. Isso porque o cargo é muito significativo. Quem entra na campanha para  senador está de olho em oito anos de mandato, com direito a dois suplentes. Cabe ao eleito ser um dos três representantes goianos no  Senado (Casa que tem ganhado muito destaque nos últimos anos). Muitos daqueles que conseguem se sobressair no Senado tendem a trilhar um caminho que os levem ao mais alto posto do Executivo estadual – é o caso do atual governador Ronaldo Caiado (ocupou uma cadeira no Senado de 2015 a 2019), do ex-governador Marconi Perillo (de 2007 a 2010).

Por esses atributos do cargo e pelo cenário político atual, a corrida pela única cadeira de senador será uma disputa acirrada. E a decisão do governador em defender candidaturas isoladas transparece ser a estratégia mais acertada.