Daniel Vilela pode ocupar uma secretaria do governo de Ronaldo Caiado?

25 dezembro 2022 às 00h00

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Políticos se fazem uma pergunta com frequência: o governo será, entre 2023 e 2016, do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, e do vice-governador Daniel Vilela, do MDB, ou apenas do primeiro?
Há uma questão óbvia: Ronaldo Caiado foi reeleito para governar. Já Daniel Vilela foi eleito para ficar no banco, quer dizer, para ser vice-governador. Só deverá ser titular em meados de 2026.
O presidente Lula da Silva, do PT, decidiu fazer diferente, e, para tanto, convocou o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), para ministro da Indústria e Comércio. Ou seja, decidiu compartilhar o poder com aquele que o ajudou a se eleger, ao atrair o centro e até setores da direita para sua campanha.
Haveria uma vaga no governo para Daniel Vilela? É possível.

Qual cargo o jovem emedebista poderia ocupar no governo de Ronaldo Caiado? Para, durante quatro anos, ter uma noção precisa do que é o governo — que certamente ocupará daqui a três anos e três meses, em abril de 2026 —, poderia ocupar a Secretaria de Governo, a Secretaria de Planejamento ou a Secretaria da Fazenda.
O Planejamento talvez seja a secretaria ideal para o emedebista, porque será aquela que vai projetar o que o governo fará nos próximos quatro anos. Daniel Vilela pode contribuir, nesta secretaria, que deve ser recriada, com uma pegada mais política, e não apenas técnica.
Se Simone Tebet for para o Ministério das Cidades, Daniel Vilela seria o nome adequado para a Saneago?
O que se diz, nos bastidores, é que, até agora, Ronaldo Caiado ainda não conversou com Daniel Vilela sobre a formação de seu secretariado. Um dos motivos é que o governador não abre mão de sua autoridade.
Há um fator positivo, se Daniel Vilela for escolhido para o secretariado: seria a ponte adequada com o presidente Lula da Silva, de quem o pai do vice-governador, Maguito Vilela, era um grande amigo (os dois até jogavam bola juntos). A deputada federal eleita Adriana Accorsi, do PT, pode ser uma ponte. Mas o governo precisa ter uma ponte interna, com trânsito nacional.
É óbvio que o governo de Ronaldo Caiado não vai caminhar para a esquerda. Mas certamente caminhará, um pouco mais, para o centro. Daniel Vilela, se no governo, fortalecerá esta tese.
A secretária da Economia, Cristiane Schmidt, dada sua ligação histórica com Paulo Guedes, o ministro-Posto Ipiranga de Bolsonaro, não tem, ao menos no momento, interlocução com a equipe econômica do governo do presidente eleito Lula da Silva. O que não é e não será bom para Goiás. A economista precisa retirar a “roupa” do bolsonarismo e vestir a “roupa” dos goianos se quiser contato produtivo com a gestão do petista-chefe.