Daniel Vilela convenceu Maguito Vilela a apoiar Mendanha para prefeito em 2016. É o fato
19 agosto 2022 às 08h43
COMPARTILHAR
Há o fato e há a versão. Às vezes, como se afirma no filme “O Homem Que Matou o Facínora (de John Ford, o Ingmar Bergman da pradaria), quando a lenda é mais fascinante do que o fato, publica-se a primeira, e não o segundo.
Pois vamos ao fato e vamos à lenda.
Em 2016, o então prefeito Maguito Vilela havia tomado uma decisão: seu candidato a prefeito seria Euler Morais, ex-secretário de governo no Estado e secretário da Prefeitura de Aparecida de Goiânia.
Por que Maguito Vilela preferia Euler Morais? Porque se trata de um político — foi deputado federal, secretário de Estado — e um gestor altamente especializado, inclusive com doutorado na Universidade de Lancaster, na Inglaterra. Além, é claro, de ser uma pessoa leal.
Maguito Vilela dizia que queria na prefeitura um sucessor moderno, que entendesse de planejamento. É o caso de Euler Morais, um expert em planejamento. Muito da modernização da máquina pública de Aparecida se deve à sua competência.
Porém, entra em cena, o então deputado federal Daniel Vilela, do MDB.
Por ser jovem, Daniel Vilela disse ao pai que, para manter a ideia de renovação, seria mais adequado bancar o vereador Gustavo Mendanha para prefeito. Maguito Vilela relutou, mas acabou por convencer Euler Morais a se retirar do páreo e indicou Mendanha para prefeito.
Trata-se do fato. Entretanto, há uma variante, que Maguito Vilela e Daniel Vilela nunca confirmaram, porque não é factual.
Mendanha teria dito a Maguito Vilela: “O governador Marconi Perillo quer conversar comigo. Vou ou não vou?” Sempre diplomático, o prefeito disse: “Vá, é claro”.
O vereador teria ido ao Palácio das Esmeraldas e dialogado com Perillo.
Ao voltar à prefeitura, Mendanha teria dito: “Marconi quer me apoiar para prefeito”. Aí, sob pressão, Maguito teria decidido apoiar Mendanha. (Parece que, dependendo do humor verborrágico de Mendanha, Perillo está sempre no seu caminho.)
Trata-se de uma contrafação espalhada pelos aliados de Mendanha. É tão verdadeira quanto a Cuca, a Mula sem Cabeça e o Saci-Pererê.