Qual é o perfil adequado do secretário de Comunicação para a Prefeitura de Goiânia? O Jornal Opção ouviu dois experts. A seguir uma síntese do que disseram: “O secretário da maior prefeitura de Goiânia precisa entender de política, ter uma percepção ampla do que representa a gestão municipal, em seus vários setores — com o objetivo de integrá-los via comunicação —, e saber se relacionar com a sociedade e com a mídia. Finalmente, precisa entender de comunicação no sentido amplo”.

Posto isto, quem Sandro Mabel indicará para o cargo? Se depender do prefeito eleito, será uma pessoa da área de marketing, como a pesquisadora e consultora Valéria Torres (que sempre participa das campanhas do governador de Goiás, Ronaldo Caiado). A dúvida é: morando em Pernambuco e fazendo consultorias para o União Brasil, entre outros, ela quer o ocupar o cargo? Consta que não. Porque, como consultora, faturaria por mês cerca de 200 mil reais. Como secretária, iria receber por mês menos de 20 mil reais. Não seria, portanto, uma troca realista.

Valdivino Oliveira será o secretário de Finanças. É o único definido. É uma escolha pessoal de Sandro Mabel. Porque falam a mesma linguagem econômica.

A Procuradoria do Município será ocupada por Wandir Alan ou por Dyogo Crossara. Se não ocupar o cargo, Crossara tende a indicar o procurador. Ele está bem próximo de Sandro Mabel.

De acordo com uma fonte, Andrey Azeredo queria ocupar a Procuradoria do Município. Como não tem o apoio de Dyogo Crossara, deve ser indicado para o cargo de controlador. Se, claro, o MDB indicá-lo.

Eerizânia Freitas vai para a Secretaria de Educação? Talvez não. A preferência é por uma professora de Goiânia que opere em sintonia com a secretária da Educação do Estado, Fátima Gavioli. O que se quer é que o desempenho da Educação da prefeitura seja similar à do Estado, que, de acordo com o Ideb, é a melhor do país. “Eerizânia é gente boa, mas é provinciana. Mabel precisa de gente mais cosmopolita, que pense em robótica e inteligência artificial”, afirma um deputado.

Secretários de Educação e Cultura

O secretário da Educação ideal, segundo um parlamentar, seria o ex-reitor da Universidade Federal Edward Madureira. Porém, sendo do PT e tendo sido eleito vereador em Goiânia, não há liga entre o professor e Sandro Mabel. Pertencem a bases políticas diferentes e opositoras.

Na Cultura, sete nomes chegaram a ser citados: Allysson Ribeiro da Silva Cabral, Carlos Willian (não quer, pois edita a Revista a Bula e presta serviços a empreendimentos em dois países — Uruguai e Eslovênia), Ademir Luiz, Antônio Caldas, Nilson Jaime, Edival Lourenço, Cleber Adorno (experimentado, mas considerado “antiquado” pela jovem guarda da cultura) e Ugton Batista (o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, Jales Mendonça Guedes chegou a ser lembrado. Porém, como se integrou ao Ministério Público, como promotor, depois da Constituição de 1988 para ocupar o cargo precisa pedir exoneração do Parquet, o que não fará). Comenta-se que Allyson Cabral, ex-presidente do Iphan, figura na comissão de frente, como Max Verstappen. Ugton Batista figura ao lado, sobretudo por causa de profundas ligações com os cantores, compositores e músicos sertanejos.

Zander Fábio, secretário da Cultura na gestão do prefeito Rogério Cruz, estaria pressionando para ocupar o cargo na gestão de Sandro Mabel. Mas o currículo dele não teria sido aprovado. Diz-se que nunca leu um livro e que confunde Kafka com kafta. Mas o problema não é exatamente este. Ele deve enfrentar problemas sérios com as contas de sua gestão. Sandro Mabel não vai, é claro, levar o problema da gestão cruziana para a sua.

Ortegal, Sandes Jr. e Peixoto

Ligado ao vice-governador Daniel Vilela e a Ana Paula Rezende, filha de Iris Rezende (trabalhou na campanha de Sandro Mabel), Paulo Ortegal só não irá para uma secretaria, como a Casa Civil, se não quiser. Um aliado sugere que pode permanecer no governo do Estado, inclusive por causa do salário, que é maior do que o que se paga na prefeitura.

O vereador Sandes Júnior, do MDB, não foi reeleito. Mas trabalhou firme na campanha de Sandro Mabel. Ele é cotado para um cargo de ligação da prefeitura com a Câmara Municipal. Se não for para a gestão da capital, tende a ir para uma assessoria especial do governo do Estado.

Com forte apoio, Wellington Peixoto — irmão do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Bruno Peixoto (União Brasil) — irá para uma secretaria. Está confirmado.

Francisco Jr., Thiago e Azeredo

O prefeito eleito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, vai nomear o ex-senador Vicentinho Alves para fazer sua interlocução com Brasília. Na capital federal não se fecha as portas para um ex-senador (cujo filho, Vicentinho Júnior, é deputado federal). Sandro Mabel fará o mesmo? Não se sabe. Há quem postule que o ex-deputado estadual Luis Cesar Bueno, do PT, seria a ponte adequada.

Francisco Júnior continua cotado para a Secretaria de Planejamento. O ex-deputado federal levou parte do PSD a apoiar a candidatura de Sandro Mabel, esvaziando a candidatura de Vanderlan Cardoso, que ficou em quinto lugar. Se for para a Seplam, ele deixará a presidência da Codego.

Na cota do MDB, ou seja, de Daniel Vilela, Euler Morais também é citado para a Secretaria de Planejamento. Pode ser nomeado para uma missão: a modernização da máquina pública.

Thiago Ferreira deve ser o chefe de gabinete de Sandro Mabel. Francisco Elísio Lacerda é cotado para a Secretaria de Infraestrutura. O nome do prefeito de Jataí, Humberto Machado, também chegou a ser ventilado. Por sua experiência com obras. Ele é engenheiro.

Membro da equipe de transição, Luiz Gaspar Machado Pellizer figura como pole position para a Secretaria da Saúde. Porém, há outro médico cotado: Alessandro Magalhães, que foi secretário da Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Ele levou o Einstein para o HMAP, o hospital municipal, e a saúde melhorou de maneira acentuada. (E.F.B.)