O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, é apontado como um vice que pode fortalecer a candidatura do petista no Nordeste

Primeiro Lula da Silva pensou num vice militar, o general Santos Cruz. Foi rechaçado. Depois imaginou que a empresária Luiza Trajano seria a vice ideal. Mas descobriu que dona do Magazine Luiza está noutra vibe.

Em seguida, Lula da Silva avaliou que Josué Gomes da Silva, filho de José Alencar, poderia ser o vice. Mas aí seria quase como repetir a chapa de 2002.

Lula da Silva e Paulo Câmara | Foto: Reprodução

O ex-presidente teria decidido então partir para uma escolha mais política. Segundo a revista “Veja”, o nome preferido, no momento, é o do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, do PSB. Trata-se de um jovem de 48 anos. Um contraponto para Lula da Silva — que tem 75 anos.

Registre-se que a chapa, se efetivada, ficará caracterizada como totalmente de esquerda. Mas o PSB de Pernambuco tem fama de produzir políticos não radicais e administradores competentes, que não atuam de modo tão-somente ideológico. São pragmáticos.

A provável opção por Paulo Câmara tem a ver com o fato de impedir que um partido forte de esquerda, o PSB, lance candidato ou se coligue, por exemplo, com Ciro Gomes, do PDT. Há outro fator: dado o auxílio emergencial, Bolsonaro cresceu no Nordeste, “tomando” um eleitorado que, durante quatro eleições, se tornou meio cativo do petismo ou do lulopetismo. Lula da Silva quer retomar este eleitorado — composto tanto de pobres quanto de parte das classes médias.

O PSB de Pernambuco — terra de Miguel Arraes — tem mais a ver com o centro do que com a esquerda. Por isso, pode, de algum maneira, contribuir para fortalecer a candidatura de Lula da Silva.

O fato de Paulo Câmara, governador competente, ser citado como possível vice não significa, necessariamente, que já está definido. Na verdade, sinaliza uma abertura do PT, sobretudo de Lula da Silva, para a negociação política.