Na semana que passou, uma dobradinha entre Prefeitura e Câmara de Goiânia deixou o mundo político da capital de queixo caído: mesmo sem parte na ação em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que discute a sucessão da Mesa Diretora do Legislativo para o próximo biênio (2023-2024), o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) fez questão de fazer parte da defesa da terceira eleição do vereador Romário Policarpo (Patriota).

As Procuradorias Jurídicas da Câmara e da Prefeitura protocolizaram, em separado, peças defendendo a legalidade da eleição da Mesa Diretora. O Executivo concentrou sua argumentação nos aspectos relacionados à Lei Orgânica. O Legislativo, nos procedimentos adotados para a realização do pleito. Em ambas as Casas, a percepção é de decisão favorável.

Nos bastidores, interlocutores de Rogério Cruz afirmam que um fato foi decisivo para que o prefeito desse à sua equipe o aval para entrar com a defesa conjunta: as informações consistentes e confirmadas com diferentes atores do mundo político e jurídico de que, por trás da ação que questiona a eleição da Mesa, estão os vereadores Ronilson Reis (Brasil 35) e Leandro Sena (Republicanos).

Na semana passada, Ronilson e Sena se movimentaram entre colegas vereadores em busca de votos para disputar a Mesa Diretora caso o Supremo acate o questionamento, protocolizado pelo PROS. Vereadores abordados relataram que Ronilson e Sena trataram do assunto não como parte afetada – já que participaram da composição para o terceiro mandato de Policarpo -, mas “como parte interessada”. “Para mim, ficou muito claro que eles participam, para dizer o mínimo, desse movimento. Eu diria que eles são esse movimento”, afirmou um vereador que pediu para não ter o nome relacionado.