O prefeito de Catalão, Adib Elias, é o político mais importante do município e, até, da região Sudeste. Além de ser um articulador hábil, é um gestor competente. Por isso é sempre consistente nas disputas eleitorais.

Entretanto, em 2024, daqui a um ano e dois meses, Adib Elias não poderá ser candidato a prefeito, pois foi reeleito em 2020, pelo Podemos, com uma votação expressiva — 57,62 dos votos válidos, superando o emedebista Elder Galdino, que conquistou 28,54%.

Jamil Calife, deputado, e Adib Elias, prefeito de Catalão | Foto: Portal Zap Catalão

Como Adib Elias é forte, e também é capaz de transferir voto — em qual proporção não se sabe —, sua base tem vários pré-candidatos, como Cairo Batista, Jamil Calife, Leovil Fonseca Júnior, Nelson Martins Fayad, Rodrigo Margon e Velomar Rios.

Como está ficando mais em casa, fazendo fisioterapia, em função de uma cirurgia de coluna, Adib Elias praticamente deixou a prefeitura aos cuidados do secretário de Administração, Nelson Fayad. Ao menos dois pré-candidatos estariam enciumados com o prestígio do auxiliar — que é apontado por todos como o candidato dos sonhos do gestor municipal. “Nelson está se comportando como prefeito interino, na ausência de Adib, o que não é legal nem legítimo”, admite, em off, um aliado do prefeito.

Velomar Rios, secretário da Saúde | Foto: Secom da Prefeitura de Catalão

Dois aliados de Adib Elias aceitaram conversar, desde que em off, sobre a política de Catalão.

Um dos adibistas afirma que Nelson Fayad, hoje o preferido de Adib Elias para disputar a prefeitura, não é um candidato substantivo. “Adib, que é muito forte, acredita que poderá eleger um poste, como Nelson. Ele é uma pessoa maravilhosa, mas, insisto, é um poste, não tem luz própria, ao contrário de Velomar Rios, Cairo Batista e Jamil Calife. Adib faz uma gestão excelente, muito bem avaliada, mas o povo cansa até mesmo dos bons. Por isso, ele deveria lançar um candidato que tem a simpatia da população”.

A segunda fonte afirma que “o povo de Catalão é culto e não aceita apoiar um candidato só porque é bancado pelo prefeito, ainda que seja um gestor admirável como Adib Elias”.

Leovil Júnior com Adib Elias | Foto: Divulgação da Secom de Catalão

As duas fontes admitem que há um certo grau de insatisfação na base de Adib Elias. “Infelizmente, ninguém falará nada, porque todos dependem do prefeito para qualquer projeto político. Há quem dependa até para sobreviver. Hoje, o candidato natural seria Velomar Rios, que é um excelente secretário de Saúde e, tendo sido prefeito, é experiente. O deputado Jamil Calife (pP) também tem presença pessoal. Rodrigo Margon, até pela história positiva do avô, Haley Margon, é outro bom nome. Leovil Júnior, se tiver superado a depressão, é um nome excelente”, afirma um dos aliados do prefeito.

O repórter pergunta para as duas fontes: “Há risco de a base de Adib Elias se dividir, sobretudo se o nome de Nelson Fayad for importo como candidato a prefeito?” As fontes, falando ao jornal em momentos diferentes, disseram praticamente a mesma coisa: “não” — ninguém vai romper. Porque o gestor municipal é bem avaliado e tem mesmo chance de fazer o sucessor.

Os nomes das oposições para prefeito

Elder Galdino: pré-candidato a prefeito pelo MDB | Foto: reprodução/Facebook

As oposições estão se movimentando muito. O MDB decidiu bancar Elder Galdino para prefeito. Uma pesquisa, que circula em Goiânia, indica que o produtor rural tem força política e pode surpreender o candidato de Adib Elias, sobretudo se ele for mesmo um “poste”.

O economista Júlio Paschoal, filiado ao pP mas a caminho do partido Novo, participa de um grupo político da cidade, que inclui o experimentado economista Fernando Safafle, que planeja lançar candidato a prefeito de Catalão, daqui a um ano e dois meses.

Economista Júlio Paschoal | Foto: reprodução
Júlio Paschoal, economista, pode ser a aposta do Novo | Foto: Reprodução

O nome mais cotado do grupo é Júlio Paschoal, que tem apresentado uma série de críticas à gestão de Adib Elias. Ele tem andado por vários bairros e descobriu que, em alguns, o esgoto corre a céu aberto — o que é inadmissível em qualquer cidade e muito mais em uma cidade rica como Catalão, que sedia uma montadora da Mitsubishi. O mestre em Economia também afirma, em entrevistas e nas redes sociais, que, sob Adib Elias, “há uma Catalão para mostrar, como cartão postal, e há uma Catalão para esconder. Há bairros malcuidados, abandonados pela administração municipal”. (E.F.B.)