Caso Saneago tende a não atingir Vanderlan Cardoso, porque é candidato do PSB, e não do PSDB
27 agosto 2016 às 11h56

COMPARTILHAR

Há corrupção na Saneago? Tudo indica que sim. Mas vale ressalvar que, para se ter uma visão global e isenta, é preciso que o caso, adiante, seja avaliado e julgado por um juiz. Por enquanto, está na esfera da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Em seguida, concluído, o inquérito será remetido à Justiça, que, aí sim, pode individualizar culpas e condenar — ou não — pessoas que forem comprovadamente venais. A pergunta é: o caso terá influência na eleição de Goiânia? Pode ser que sim e pode ser que não.
O eleitor brasileiro, não apenas o goianiense, tem o hábito de levar em conta, quando vota, o candidato — e não seu vice ou a aliança política que o banca. Veja-se o caso do deputado Waldir Delegado Soares, que tem o apoio do ex-deputado Valdemar Costa Neto, um dos mensaleiros que foram condenados pela Justiça. O eleitor avalia o apoio do político que até há pouco usava tornozeleira eletrônica ou o candidato a prefeito? O candidato, é claro. Adriana Accorsi é ligada a Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT, mas o eleitor tende a avaliá-la, e não sua aliança com ele. Iris Rezende recebeu o deputado Eduardo Cunha em sua casa, mas o eleitor só vai julgar o candidato peemedebista. O mesmo pode ocorrer no caso da Saneago.
Vanderlan Cardoso é candidato do PSB, e não do PSDB — cujo presidente regional, Afrêni Gonçalves, está preso. Seu vice é o tucano Thiago Albernaz (de história limpa). Mas a tendência do eleitor é avaliar o postulante a prefeito, não sua aliança ou seu vice.