Candidato-surpresa de Mabel e Marconi não aceita disputar o governo do Estado

05 dezembro 2021 às 00h01

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Otavinho Lage teria dito que está mais preocupado com os negócios do grupo que dirige e que Jalles Fontoura é o político da família
As forças de oposição ficaram empolgadas, inicialmente, com uma possível candidatura do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido). Porém, depois de sua intensa movimentação pelo interior, o ex-emedebista parece não ter empolgado nem os eleitores, nem as lideranças políticas, nem os segmentos organizados da sociedade. Tanto que, a quatro meses de sua desincompatibilização (há quem aposte que não deixará a prefeitura), ainda não se filiou a nenhum partido.
Ante o suposto “desânimo” de Mendanha e ao fato de que seu discurso é considerado “fraco”, e até primário para quem quer governar um Estado complexo como Goiás, as oposições estão à procura de uma alternativa.

Fala-se que Marconi Perillo pode ser candidato a governador, mas, no caso, não se trata de alternativa, e sim de mais do mesmo. Quem afere as pesquisas que não são feitas pelo marconismo sabe que a rejeição do tucano permanece alta, portanto considerada incontornável para quem planeja disputar o governo do Estado.
Na verdade, uma comissão de políticos (e ex-políticos), coordenada por Perillo e pelo empresário Sandro Mabel, concluiu que, dada a fragilidade de Mendanha — que anda vendo até “fantasmas perseguidores” (consta que não pode ver um policial que já acha que vai ser preso) —, o mais adequado será lançar um candidato a governador com escasso desgaste.
O nome do tertius? O empresário Otavinho Lage, ex-prefeito de Goianésia, filiado ao PSDB. Porém, avisado de que a comissão iria a Goianésia, não para consultá-lo, e sim para lançá-lo para governador, em 2022, o empresário teria dito que, se fosse para isto, não deveriam visitá-lo. Por isso a “comissão” desistiu de ir ao município mais próspero do Vale do São Patrício.
No momento, com a abertura do capital da empresa Jales Machado, Otavinho Lage está mais preocupado com os negócios da família do que com política. Teria dito que vai apoiar um candidato da oposição, mas ele mesmo não disputará nenhum cargo em 2022. A um interlocutor teria alertado que, a partir de agora, o político da família será tão-somente seu irmão Jalles Fontoura, ex-prefeito de Goianésia e ex-secretário da Fazenda. Jalles poderá disputar o governo? Ele nunca disse nada sobre o assunto. Em 2020, não quis disputar a Prefeitura de Goianésia.
Sandro Mabel estaria dizendo que seu candidato será Mendanha. Mas há quem aposte que, indo para o “sacrifício”, poderá disputar o governo do Estado.