A disputa eleitoral no Tocantins está se acirrando e, de acordo com experts na política local, está inteiramente aberta. A guerra principal é entre o ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas, do PL, e o governador Wanderlei Barbosa, do Republicanos. Com o senador Irajá Silvestre Filho, do PSD, e Paulo Mourão, do PT, no escalão intermediário.

A principal “virtude” de Wanderlei Barbosa é o fato de ter o controle da máquina (espécie de “madrinha eleitoral”), pois, como político, ainda não é considerado expressivo (embora esteja se revelando um articulador hábil, antes era um vice anódino de Mauro Carlesse, tanto que era conhecido como “Wanderlei do Carlesse” — consta que, nos bastidores, permanecem umbilicalmente ligados). A candidata a senadora de sua chapa, Professora Dorinha Seabra, do União Brasil, é mais popular do que ele. O vice, Laurez Moreira, do PDT, também é mais popular. Porém, como se disse, o governador tem a máquina nas mãos, o que tem feito a diferença nas eleições do Tocantins. Por causa do governo, ele tem o apoio da maioria dos deputados.

Ronaldo Dimas foi prefeito de Araguaína, considerado o melhor da história do município, pois contribuiu, de maneira decisiva, para modernizar a gestão pública. Ele conta com o apoio político do senador Eduardo Gomes — que, em si, é apontado como uma “máquina eleitoral”, com forte apoio de vários prefeitos —, do ex-governador Marcelo Miranda (MDB), popularíssimo, e do ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha, candidato a senador pelo PSB. A cereja do bolo é o apoio do senador Flávio Bolsonaro e do presidente Jair Bolsonaro, ambos filiados ao PL, o partido de Ronaldo Dimas. O que se cobra do postulante ao governo é mais firmeza nos compromissos políticos e mais diálogo.

Bolsonaro, por sinal, tem dito aos aliados que Ronaldo Dimas é o seu candidato a governador do Tocantins. E Flávio Bolsonaro participou da convenção do candidato do PL no Estado.

O candidato a governador do PT, Paulo Mourão, espera surfar na onda Lula da Silva, o candidato do partido a presidente da República.

O senador Irajá Silvestre Filho, do PSD, é candidato a governador para garantir um palanque para sua mãe, a senadora Kátia Abreu, do pP, que disputa a reeleição. Abandonada na chapada por Wanderlei Barbosa, que a trocou pela Professora Dorinha, a líder do Progressistas decidiu bancar a postulação do filho. Um deputado brinca: “Irajá é candidato a ficar em terceiro ou quarto lugar”.

A respeito dos bens declarados pelos candidatos ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma surpresa: o mais rico é Paulo Mourão, do PT. O terceiro mais rico é Wanderlei Barbosa. O quarto é Irajá Silvestre. O segundo é o médico Dr. Luciano do Oswaldo Cruz.

Um alerta para o eleitor e para o leitor: a lista só inclui bens declarados pelos postulantes à Justiça Eleitoral (não são arrolados bens de familiares. A mãe de Irajá Silvestre, a senadora Kátia Abreu, estimou seu patrimônio em 4,9 milhões de reais. O dado também está no portal do TSE, pois ela é candidata à reeleição). É uma lista oficial e pública — e pode ser consultada no site do TSE.

A lista dos candidatos, com o valor dos bens, está disposta em ordem alfabética, e não de riqueza.

1

Carmen Hannud/PCO: 108 mil reais

Carmen Hannud | Foto: Site do TSE

A professora, de 31 anos, não figura entre os mais ricos. Pelo contrário, está entre os mais pobres.

2

Coronel Ricardo Macedo/PMB: 905 mil reais

Coronel Ricardo Macedo | Foto: Site do TSE

O coronel reformado da Polícia Militar, de 57 anos, nasceu no ano do golpe civil-militar de 1964. É a aposta do Partido da Mulher Brasileira.

3

Dr. Luciano do Oswaldo Cruz/DC: 3,8 milhões de reais

Luciano do Oswaldo Cruz | Foto: Site do TSE

O médico, de 47 anos, é o segundo mais rico da disputa deste ano.

4

Irajá Silvestre Filho/PSD: 2 milhões de reais

Irajá Silvestre Filho: senador | Foto: Divulgação/Facebook

Eleito em 2018, o senador tem 39 anos e atua, nesta eleição, como general eleitoral de Kátia Abreu.

5

Karol Chaves/PSOL: 66 mil reais

Karol Chaves | Foto: Site do TSE

A advogada de 41 anos é a candidata mais pobre do pleito deste ano.

6

Paulo Mourão/PT: 6,6 milhões de reais

Empresário e ex-deputado federal, o petista é o candidato a governador mais rico do pleito deste ano.

7

Ronaldo Dimas/PL: 548 mil reais

Ronaldo Dimas: candidato a governador pelo PL | Foto: Divulgação

O ex-prefeito de Araguaína não figura entre os potentados do Tocantins. Ele é engenheiro e tem 61 anos.

8

Wanderlei Barbosa/Republicanos: 2,2 milhões de reais

Wanderlei Barbosa: governador do Tocantins | Reprodução

O governador figura como o terceiro mais rico.