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O “novo” secretariado é para fazer um governo ainda mais arrojado, mas ao mesmo terá de pensar na reeleição do governador 

O governador Ronaldo Caiado, do partido Democratas, devem promover — equacionado o problema da vacinação dos goianos contra o novo coronavírus — a esperada reforma de seu secretariado. Pergunta-se: por que mexer em time que está ganhando? Simples: para ganhar muito mais.

Tião Caroço: cotado para a Secretaria de Governo| Foto: Divulgação

Não basta a um governador, sobretudo quando pretende disputar reeleição, obter sucesso administrativo. Como se sabe, até os melhores gestores, depois de quatro anos de mandato, têm certo desgaste. Por isso, além de manter a básica política unida, é preciso investir na sua ampliação. Não só. É vital que os agentes políticos — como deputados e líderes partidários — se sintam realmente, direta ou indiretamente, como partes do governo. O que se pretende é comprometer os líderes partidários com os projetos do governo e, objetivamente, com as articulações para 2022.

José Vitti: novo secretário da Indústria de Goiás| Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Por isso, há a tendência — nesta segunda fase, nos próximos dois anos — de o governo Caiado ser mais politizado. Não quer dizer que se fará uso político, no pior sentido do termo, com o fatiamento da gestão. Não é isso. Os políticos querem, na verdade, que os técnicos atuem também como seus representantes. Então, o secretário “x” — técnico — precisará ter, por assim dizer, apoio político. Não todos, é claro, mas muitos deles, talvez a maioria. Porque há secretários, da cota pessoal do governador, que não são removíveis — como Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt, da Economia, Pedro Henrique Ramos Sales, da Goinfra, Marcos Roberto Silva, do Detran, e Tony Carlo, da Comunicação. Os demais poderão ser trocados.

Ernesto Roller deve assumir uma diretoria na Assembleia Legislativa — e a partir daí costurar apoio para o cargo de conselheiro do TCM ou do TCE — e para seu lugar, na Secretaria de Governo, iria o deputado estadual Sebastião Caroço, que vai se filiar ao partido Democratas até abril. Trata-se de indicação de um grupo de deputados, sob a liderança do presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, do PSB.

O ex-prefeito de Goianésia Renato de Castro cobiçava a Goinfra, mas, ante sinalização negativa, é cotado para assumir a presidência da Codego.

A Secretaria mais cobiçada é a de Desenvolvimento Social, hoje ocupada pela ex-senadora Lúcia Vânia (que não parece interessada em continuar no cargo e já teria sido avisada de que será substituída). A disputa principal é entre o PDT e o PP. A tendência é que o Progressistas do ex-ministro Alexandre Baldy e do prefeito de Anápolis, Roberto Naves, faça a indicação do substituto.

Se confirmado que o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda — peça importante da popularidade do governo, dada a melhoria significativa da segurança —, voltará para o Espírito Santo, o partido Republicanos pode indicar seu sucessor. O deputado federal João Campos, que é delegado de polícia licenciado e especializado em segurança, é cotado para o cargo.

O PSC vai manter a Agehab, hoje sob o comando de Lucas Fernandes de Andrade. Se o partido quiser, Eurípedes José do Carmo volta para o cargo. Por sinal, Lucas de Andrade é indicação sua e do PSC.

O Republicanos do deputado estadual Jefferson Rodrigues iria indicar o secretário de Esporte, no lugar de Rafael Rahiff (que é ligado a Ronaldo Caiado). Entretanto, com a confirmação de Rogério Cruz (Republicanos) na Prefeitura de Goiânia — que representa um poder imenso —, o cargo ficou “menor”. Portanto, o Solidariedade de Lucas Vergílio e Armando Vergílio indicaram Henderson Rodrigues para o cargo.

O Podemos do deputado federal José Nelto vai manter a presidência da Ceasa, com Vilmar Gratão. “Não quero trocar a Ceasa pela Codego”, frisa o parlamentar.

Wilder Moraes trabalhou para retornar à Secretaria da Indústria e Comércio, mas José Vitti levou a melhor, por articular de maneira mais eficiente tanto com o empresariado local quanto com políticos (foi presidente da Assembleia Legislativa). O ex-senador tem dito que pretende ajudar o governo em Brasília, mesmo sem assumir cargo.

O secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, pode deixar o governo, ou ser remanejado. Um médico teria sido sondado, mas não teria aceitado o cargo.

A deputada Flávia Morais estaria tentando emplacar o marido, o médico George Morais, na presidência do Ipasgo. Mas a tendência é que Ronaldo Caiado mantenha Hélio Lopes, que é gestor apontado como eficiente.