Em 1988, o governador de Goiás era Henrique Santillo, do PMDB (hoje, MDB). No mesmo ano, o partido decidiu lançar o professor Nion Albernaz (1930-2017) para prefeito e o peemedebista foi eleito.

A vitória foi apertada. Nion Albernaz obteve 36,71% e Pedro Wilson, do PT, ficou com 32,98% dos votos. O vice do primeiro foi Marcos de Almeida Castro (irmão do célebre advogado Kakay, Antônio Carlos de Almeida Castro) e o do segundo foi Pinheiro Sales.

Nion Albernaz: eleito em 1988 com o apoio do governador Henrique Santillo | Foto: Jornal Opção

Goiânia tem a fama de não eleger candidato a prefeito apoiado pelo governador. Durante anos, em cinco governos — quatro deles do tucano-chefe e um de Alcides “Cidinho” Rodrigues —, Marconi Perillo fez o diabo para eleger o prefeito da capital, mas não conseguiu nenhuma vez. Perdeu todas.

Pois em 2024, pelo fato de estar muito bem avaliado em Goiânia — em especial por causa de sua rigorosa política de segurança pública —, o governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, tem condições de contribuir para uma possível vitória de um candidato de sua base a prefeito.

Ronaldo Caiado e Bruno Peixoto | Foto: Divulgação

Como se sabe, o senador Vanderlan Cardoso andou “rondando” o Palácio das Esmeraldas — em busca do apoio de Ronaldo Caiado. No momento, o postulante do PSD é o favorito, mas, apesar de ser conhecido por mais de 90% dos eleitores e de ter disputado a prefeitura da capital duas vezes, não consegue chegar a 30% nas pesquisas de intenção de voto — o que significa que, além ter teto, este é muito baixo.

Vanderlan Cardoso parece perceber que, sem um “diferencial” do nível de Ronaldo Caiado, não terá condições de vencer pesos-pesados como Adriana Accorsi, do PT, Bruno Peixoto, do União Brasil, e Jânio Darrot, do MDB. Ele está em busca de um padrinho — que, até agora, não apareceu e tende a não aparecer. Ele também sondou o vice-governador Daniel Vilela, mas nada deu certo.

Jânio Darrot: pré-candidato pelo MDB | Foto: Leoiran/Jornal Opção

Jânio Darrot quer o apoio de Ronaldo Caiado, também como padrinho político-eleitoral. Em suma, o governador não é um cabo — é um general eleitoral.

Bruno Peixoto também tem em Ronaldo Caiado o eleitor número um. Sobretudo, assim como Jânio Darrot e Vanderlan Cardoso, o presidente da Assembleia Legislativa sabe que o apoio do governador é o grande diferencial. Aquele que for bancado pelo líder do União Basil tem chance de ser prefeito de Goiânia.

Vanderlan Cardoso: senador pelo PSD | Foto: Leoiran/Jornal Opção

Então, Ronaldo Caiado pode ser o segundo governador a contribuir, de maneira decisiva, para eleger o prefeito de Goiânia — o que não ocorre desde 1988 — há 36 anos. (E.F.B.)