Caiado pode “ceder” em Goiânia para obter apoio do MDB dos Vilelas em 2022
26 agosto 2020 às 11h20
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Qual é mais importante: ganhar a Prefeitura de Goiânia ou reeleger Ronaldo Caiado em 2022?
Na política, as alianças políticas começam como cenários, giram em torno de possibilidades e, muito perto das convenções, as nuvens, que eram moventes, fixam-se: aí são definidos os acordos. Os que “apressam” a política, sem entender que é feita de balões de ensaio, de avanços e recuos, às vezes deixam de compreendê-la de maneira mais ampla. Veja-se o quadro atual. A eleição que se avizinha é a de 2020. É uma árvore — importantíssima. Mas está sendo desenhada por 2022, a floresta — decisiva. Confuso? Falta racionalidade? O fato é que a vida é, no geral, subjetiva; a objetividade, as conciliações definitivas, não raro demora a aparecer.
Troquemos em miúdos. Para o governador Ronaldo Caiado, é mais importante ganhar a Prefeitura de Goiânia, com os aliados Zacharias Calil, do Democratas, ou Wilder Moraes, do PSC, ou ser reeleito em 2022? A conclusão fica a cargo dos leitores, dos eleitores e dos políticos. Mas é certo que, político inteligente e perspicaz, o líder do Democratas está pensando nisto dia e noite. Frise-se: há em Ronaldo Caiado um articulador de primeira linha, o qual o poder revelou em sua plenitude.
O que se está sugerindo é que, em termos de Goiânia e de outras cidades do interior, o quadro de alianças não está inteiramente definido (insista-se: porque joga 2022). Digamos que Maguito Vilela, do MDB, seja candidato a prefeito de Goiânia. Por certo, será. Quem será o seu vice? Chapa pura? Talvez não. O vice tanto pode ser indicado pelo DEM quanto pelo PP? É possível? Sim, é. Não será nada surpreendente se, em breve, Ronaldo Caiado, Maguito Vilela, Daniel Vilela, Gustavo Mendanha e Iris Rezende se encontrarem para discutir o assunto. Talvez num sábado… ainda de agosto.
Ronaldo Caiado sabe que Maguito Vilela é um cidadão de palavra, um político que cumpre acordos. Iris Rezende anunciou que não disputará a reeleição, mas não o lançou como candidato, que é o que o vilelismo queria. Maguito Vilela ficou silente, não pressionou. Pelo contrário, quer o apoio do aliado histórico, com o qual caminha há mais de três décadas.
Portanto, o que Maguito Vilela acordar em 2020 cumprirá em 2022.
Zacharias Calil, do Democratas, é um nome forte em Goiânia, uma pesquisa qualitativa indica isto. O fato de ser médico pesa mais, inclusive, que o de ser deputado federal. Sua entrada no jogo garante o segundo turno, com a possibilidade de ele ser eleito.
Mas ao governismo interessa muito mais uma aliança com o MDB para 2022. Ceder Goiânia e “reganhar” o governo é muito mais relevante. A estrutura do emedebismo no interior, com ou sem crise, é sempre fabulosa — é histórica. O MDB está em todas as cidades e, nas campanhas, levanta-se com força e identidade.
A aliança de Goiânia abre também espaço para uma ampla aliança entre o DEM (e partidos aliados) com o MDB no interior. Inclusive em Aparecida de Goiânia, Trindade e Goianésia.