Caiado fica mudo sobre crise em Goiânia, enquanto o MDB esquece a própria história
13 janeiro 2018 às 11h31

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O senador Ronaldo Caiado (DEM), pré-candidato ao governo, tem força e motivação para promover um jantar em sua casa para falar de política e eleição, convocando lideranças emedebistas, deputados, vereadores, prefeitos e até a primeira-dama da capital, Iris de Araújo, que compareceram em peso ao convescote realizado no início da semana passada. É mais uma prova de que o senador tem total influência sobre a administração de Goiânia. A filha dele, a advogada Anna Vitória Gomes Caiado, é procuradora-geral do Município e Caiado fez dezenas de indicações para a Prefeitura.
Em que pese essa força, é impressionante que o senador não a use para ajudar Iris Rezende a melhorar a gestão, com cobranças e, vá lá, com conselhos. Goiânia passa por uma flagrante crise de gestão, principalmente na saúde, área em que Caiado é um especialista, até pelo fato de ser médico de renome. Os goianienses precisam do apoio do senador, que, no entanto, só faz seu papel crítico em relação ao governo estadual, muitas vezes condenando de forma desproporcional.
O jantar convocado pelo senador causou outro fato curioso: os emedebistas saíram com o argumento de que o deputado federal Daniel Vilela precisa crescer nas pesquisas para que o MDB abrace sua candidatura ao governo, apoio que, hoje, está mais para o senador do DEM. Para tanto, Daniel teria que chegar até março com 25% das intenções de voto, e daí não teria como os emedebistas bandearem para a candidatura do democrata. O que se disse depois do encontro é que esse posicionamento foi unânime entre os presentes, o que favorece o senador, líder das pesquisas.
Mas os emedebistas se esquecem que, em 1998, Iris Rezende tirou Maguito da disputa com o argumento de que teria mais apoios, e sobretudo por que era o primeiro nas pesquisas. De fato, Iris tinha quase 80% das intenções de voto no início da pré-campanha e a oposição dava traço, patinando com vários nomes. A oposição começou desunida e depois, com o trabalho e disposição do então deputado federal Marconi Perillo, praticamente o único que acreditava na vitória, virou o jogo.