Samuel Belchior opera, a mando de Iris Rezende, para formatar uma base para o candidato do DEM a governador de Goiás

Ronaldo Caiado, Iris Rezende e Samuel Belchior: o prefeito (no centro) colocou o terceiro para criar uma base eleitoral para o primeiro disputar o governo de Goiás. Evangélicos e pequenos partidos na mira
O senador Ronaldo Caiado percebe a eleição de 2018 como sua última chance de disputar o governo de Goiás. Na eleição de 2022, dada a renovação natural da política, dificilmente terá oportunidade de ser candidato. Seus aliados estão entusiasmados e sugerem que, devido à crise ética dos políticos, o presidente do partido Democratas “tem chance de ser eleito”. Na visão deles, o senador teria “pouco desgaste político e teria uma imagem irretocável”.
Todos concordam num ponto: Ronaldo Caiado será candidato sem o apoio do PMDB, mas não sem o apoio do prefeito de Goiânia, Iris Rezende. A tese é a seguinte: Iris Rezende, como representa uma força no PMDB, se decidir apoiar a candidatura do democrata, divide o partido e, daí, contribui para o enfraquecimento do candidato Daniel Vilela (ou Maguito Vilela). Ao enfraquecer o deputado federal Daniel Vilela, o peemedebista contribuiria para fortalecer o senador.
Recentemente, Iris Rezende disse a um de seus auxiliares evangélicos: “Devo muito a Ronaldo Caiado, mas ele nunca me pediu nada”. Ao mesmo tempo, embora sem falar “mal” diretamente — pois tem o hábito de falar por elipses, raramente deixando claro seus enunciados —, Iris Rezende não mostra qualquer entusiasmo por Daniel Vilela.
Ronaldo Caiado pode não pedir nada a Iris Rezende, mas o prefeito tem procurado contribuir para firmar sua quase-candidatura. Primeiro, acenou com a possibilidade de o senador se filiar ao PMDB, hipótese não descartada de todo pelo democrata (que só teme uma puxada de tapete na convenção partidária, pois os Vilelas detêm o controle do partido).
Segundo, operou para que alguns prefeitos, como Adib Elias, de Catalão, e Ernesto Roller, de Formosa, se manifestassem favoráveis à postulação de Ronaldo Caiado. O objetivo é criar estrutura para a candidatura do democrata em regiões polos, em cidades de maior eleitorado.
Terceiro, arregimentou forças evangélicas para dialogar com o líder do DEM — o que, em nenhum momento, fez para Daniel Vilela.
Quarto, Iris Rezende, com o apoio do peemedebista Samuel Belchior — o mais desaposentado dos políticos aposentados —, opera para formatar uma base política para Ronaldo Caiado. O motivo é que, se não conseguir o apoio do PMDB, o senador precisará de uma base política e, também, de mais tempo de televisão. A rigor, portanto, percebe-se que o prefeito “administra” a estrutura do Paço Municipal — inclusive oferecendo cargos para religiosos e integrantes do pequenos partidos — para formatar uma base para o postulante do DEM.
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