O prefeito de Aparecida tenta “atropelar” Daniel Vilela e “limpar” a imagem de seu novo aliado, Marconi Perillo

Pesquisas quantitativas e qualitativas indicam que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do partido Democratas, voa em céu de brigadeiro.

Uma pesquisa quali sugere que os eleitores avaliam Ronaldo Caiado como um gestor eficiente, realizador, preocupado com gente e é honesto.

Mesmo sabendo que está bem avaliado — a avaliação positiva é tanto do governador (o político) quanto do governo (a gestão) —, Ronaldo Caiado não para. O governador está circulando pelo Estado, dialogando com os prefeitos e com os líderes dos partidos. A chapa majoritária será formatada com base no diálogo com sua base política, em todo o Estado. As definições serão democráticas, e não tendo por base pressões de caciques (que, claro, também serão ouvidos).

Nas dezenas de municípios visitados, Ronaldo Caiado, sempre cercado pela população, que quer fazer fotografias e cumprimentá-lo, costuma ouvir dos prefeitos, líderes políticos e populares que está no “caminho certo”. Quer dizer, faz um governo que realiza, que cuida das pessoas — a saúde, por exemplo, melhorou — e não há improbidade administrativa. Os gestores municipais reafirmam o caráter republicano do governo estadual.

As pesquisas sugerem que os eleitores querem dar um novo mandato a Ronaldo Caiado, até por considerar dois fatores. Primeiro, pegou um governo com vários rombos e, em dois anos e meio, conseguiu ajustá-lo. Segundo, a pandemia, a partir de determinado momento, com a maioria das pessoas vacinadas, vai acabar, o que contribuirá para a retomada da economia, e, daí, para o aumento da arrecadação. Consequentemente, o governo poderá investir mais em melhorar a qualidade de vida de todos os goianos, notadamente dos mais pobres.

Qualis mostram um quadro perigoso para Gustavo Mendanha (MDB), prefeito de Aparecida de Goiânia. Primeiro, os eleitores dizem que está se ausentando de seu município, deixando-o aos cuidados de secretários, e fazendo mais política do que administração. Segundo, os eleitores não aprovam o fato de que, se for candidato, vai cumprir apenas um ano e três meses de mandato. A maioria dos eleitores de Aparecida quer que termine o mandato. Terceiro, ao tomar o ex-governador Marconi Perillo como conselheiro, o jovem político desagradou os goianos.

A tese esboçada pelos eleitores é mais ou menos a seguinte: “Marconi Perillo ‘suja’ o nome de Mendanha e o prefeito, embora queira, não consegue limpar a imagem do tucano”. O outro aliado do emedebista é o empresário Sandro Mabel, dono da Mendez Alimentos — que produz pimenta —, que já foi citado no processo que investigou o mensalão no governo do PT e era apontado como um dos melhores amigos do ex-presidente da Câmara do Deputados Eduardo Cunha, cassado sob acusação de corrupção.

O fato de tentar atropelar o presidente do MDB, Daniel Vilela, também é malvisto pelas lideranças políticas, sobretudo as do MDB. “Gustavo prova que não respeita fila e mal esperou Maguito Vilela morrer para começar a ‘trair’ Daniel Vilela com os maiores adversários do MDB em Goiás — Marconi Perillo e José Eliton”, afirma um emedebista. “Ao mesmo tempo em que se aproxima de Marconi Perillo e Sandro Mabel, Gustavo põe um auxiliar para atacar Iris Rezende, a liderança política de maior expressão na história do MDB em Goiás”, afirma um ex-deputado. Uma quali sugere que o “ataque” de Mendanha a Iris Rezende desagradou profundamente o eleitorado de Goiânia.

Para além das pesquisas, o que se percebe é que, enquanto Ronaldo Caiado trabalha para agregar sua base política, incorporando outros aliados, como possivelmente Daniel Vilela, o prefeito Mendanha age para desagregar sua própria base política e se alia com a chamada “vanguarda do atraso” de Goiás. “Seu lema deveria ser: Gustavo Mendanha — o primeiro a chegar atrasado”, ironiza um emedebista.