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Quem está realmente forte para a presidência da Assembleia Legislativa de Goiás? Todos? Relevante saber: o governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, não discutiu a questão com nenhum dos pré-candidatos e nem planeja discutir o assunto agora. Portanto, o que sai nos jornais, inclusive no Jornal Opção, são especulações, em geral baseadas nas articulações de Bruno Peixoto, Lincoln Tejota, Lineu Olímpio, Renato de Castro, Virmondes Cruvinel, entre outros.

Renato de Castro: deputado recém-eleito | Foto: Reprodução

Virmondes Cruvinel, do União Brasil, é visto como um jovem de valor. Porém, sua fraqueza advém daquilo que parece sua força: a aliança com o presidente da Alego, Lissauer Vieira, do PSD. Não se quer, em vários setores da política, a concessão de um “terceiro” mandato para o líder político de Rio Verde. Sem contar que a lealdade do jovem parlamentar é, supostamente, dedicada mais ao colega do que, por exemplo, ao gestor estadual. Frise-se, porém, que não há restrição de ordem pessoal ao político. Ele é do alto claro do Legislativo.

Renato de Castro, do União Brasil, chegou a ser cotadíssimo. Porém, quando se ventilou a tese de que sua possível ida para presidente da Assembleia Legislativa seria uma forma de “cerco indireto” ao vice-governador eleito, Daniel Vilela, sobretudo em 2026, sua cotação caiu na bolsa de valores da política. Acima de tudo, Ronaldo Caiado é leal, e por isso não apoiaria nenhum deputado cujo objetivo é enfraquecer seu vice, a quem apoiará para governador no próximo pleito.

Virmondes Cruvinel: deputado do União Brasil | Foto: divulgação

Hoje, Renato de Castro está sob influência do pP, ou seja, de possíveis rivais de Daniel Vilela. Então, o que parece fortalecê-lo pode ser a sua fraqueza. E ele, se quiser continuar no jogo, precisa perceber isto.

Lincoln Tejota enfrenta o velho problema: quem articula não é ele, mas seu pai, Sebastião Tejota, que, como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, permanece uma fera na política, articulando em tempo integral. Basta verificar a agenda de suas visitas. Seu gabinete parece o de um líder do Executivo. Consta também que o conselheiro Kennedy Trindade — outra fera da articulação política — opera com Marconi Perillo, do PSDB, para que os dois votos dos deputados tucanos (de Gustavo Sebba e José Machado) sejam dirigidos ao atual vice-governador.

Lincoln Tejota, vice-governador do Estado | Foto: Reprodução

Por que o governador bancaria um político para presidir a Assembleia cujo pai é, talvez, o nome mais forte do TCE? Dois “poderes” nas mãos de uma só família, que articula com ferocidade e competência, não é bom tom para nenhum governante. Há o risco de se tentar “controlar” o governo.

Na questão do projeto que cria a contribuição que taxa os produtores rurais e de minérios, enquanto Lissauer Vieira articulou contra, o líder do governo na Assembleia, Bruno Peixoto, do União Brasil, articulou a favor. O parlamentar do União Brasil está contribuindo para “formatar” a base — de 26 a 30 deputados, inclusive das oposições — que deve aprovar, nos próximos dias, o projeto.

Dado seu empenho para fortalecer as contas públicas, Bruno Peixoto ganhou força política para a disputa da presidência da Assembleia. Saiu na frente, pode-se dizer. Mas está garantido que será o presidente? Não. Ninguém, neste momento, está garantido.

O que se sabe é que não se terá disputa pela presidência da Assembleia, ao menos não na base política do governo do Estado. Com o aval do governador, os parlamentares da base governista vão lançar apenas um candidato — que, repita-se, ainda não está definido. E nem será definido agora. É assunto para dezembro e janeiro.

Há quem postule que um novo nome — como Issy Quinan e Lucas do Vale, ambos do MDB, e Jamil Calife, do pP — pode ser a pedida ideal para renovar o Parlamento goiano. É um assunto comentado, mas, insista-se, não no Palácio das Esmeraldas. Ronaldo Caiado é um gestor focado e, no momento, está muito mais preocupado com a operação para viabilizar seu governo em 2023 do que com a disputa para a presidência da Assembleia. Para ele, cada coisa tem seu tempo certo. O momento não é de ele entrar em campo para definir o chefe do time. O momento é de os deputados articularem, o que estão fazendo, de maneira incessante. Um deputado recém-eleito contou a um repórter do Jornal Opção que já recebeu várias ligações de cinco pré-candidatos, e inclusive de um não-candidato, Lissauer Vieira. “Lissauer articula, em tempo integral, para Virmondes Cruvinel”, afirma.