Bolsonaro planeja demitir o ministro das Relações Exteriores, o goiano Carlos França
21 abril 2022 às 17h10
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A troca de comando na diplomacia brasileira é questão de tempo”, de acordo com a revista “Veja”
Carlos Alberto Franco França, nascido em Goiânia há 58 anos, é um diplomata frio, moderado e realista. No Itamaraty, serve ao Estado, ao governo e ao país. É assim que é visto. Depois da gestão “surrealista” e “nefelibata” de Ernesto Araújo, sua eficiência e conhecimento rearticularam o Ministério das Relações Exteriores.
Mas é exatamente o fato de se colocar a serviço do Estado, mais do que de indivíduos, que desagrada o presidente Jair Bolsonaro. Segundo a revista “Veja”, o chefe do Executivo planeja retirá-lo, o mais rápido possível, do comando do Itamaraty.
“O presidente Jair Bolsonaro começou a ouvir figuras importantes do governo para encontrar um nome que substitua o chanceler Carlos Alberto França no comando do Itamaraty”, informa a “Veja”.
Bolsonaro teria ficado irritado com o fato de que, no relato da revista da Editora Abril, “o Brasil não seguiu países árabes — além de Estados Unidos, Rússia,China, França e Reino Unido — numa discussão no Conselho de Segurança da ONU que condenava ações terroristas no Oriente Médio. Bolsonaro, ao ser cobrado sobre a posição da diplomacia brasileira, sequer havia sido informado pelo chanceler” a respeito do “assunto”. O mais provável que é tenha sido informado, mas, por não entender de relações internacionais, talvez não tenha percebido a “gravidade” da questão. Dificilmente o Itamaraty não teria repassado fartas informações ao presidente.
Segundo a “Veja”, “diante da crise provocada pela falta de apoio do Brasil a países árabes, Bolsonaro enviou o almirante Flávio Rocha, secretário especial de Assuntos Estratégicos, aos Emirados Árabes para desfazer o mal-estar criado pela posição brasileira. A troca de comando na diplomacia brasileira é questão de tempo”.