O presidente afirma que não vai demitir Paulo Guedes, sugere que Mourão deve ser candidato a senador e já defende o voto eletrônico

Numa longa entrevista à revista “Veja”, o presidente Jair Bolsonaro disse: “Daqui pra lá, a chance de um golpe é zero. De lá pra cá, a gente vê que sempre existe essa possibilidade. (…) De lá pra cá, é a oposição, pô. Existem 100 pedidos de impeachment dentro do Congresso”.

Se Bolsonaro não queria um golpe no dia 7 de setembro, alguns aliados queriam que ele “chutasse o pau da barraca”. Sua fala: “Queriam que eu fizesse algo fora das quatro linhas. E nós temos instrumentos dentro das quatro linhas para conduzir o Brasil. Agora todo mundo em que estar dentro das quatro linhas”. O presidente não quis dar mais detalhes sobre os golpistas.

“Olha só: vai ter eleição, não vou melar, fique tranquilo, vai ter eleição”, sublinhou Bolsonaro.

Bolsonaro diz que não pretende demitir o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Não existe vontade minha de demiti-lo”. Ele revelou que o ministro impede a “gastança”. Mas há, de fato, pressões contra o principal ministro do governo.

O presidente disse que será candidato à reeleição. Sugeriu que o vice-presidente Hamilton Mourão pode ser candidato a senador. Frisou que pode se filiar ao PP, ao PL, ao Republicanos ou ao PTB.

Sobre as urnas eletrônicas, parece que está mudando de posição. “Com as Forças Armadas participando [a convite do presidente do TSE, Luís Roberto Barroso], você não tem por que duvidar do voto eletrônico. Eu até elogio o Barroso, no tocante a essa ideia”.