Belelli diz que Caldas Novas precisa de indústria e lazer pro povo da cidade, não só pra turista

01 dezembro 2019 às 00h00

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O pré-candidato do PSL diz que a prefeitura tem mil comissionados e que, se for eleito, vai fazer concurso público pra premiar o mérito
O coronel Carlos Eduardo Belelli disse ao Jornal Opção que vai disputar a Prefeitura de Caldas Novas, em 2020, e garante que as pesquisas o apontam como “favorito”. “Mesmo sem dinheiro, portanto sem estrutura, sou o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto”, afirma.
Belelli é filiado ao PSL, que é dirigido em Goiás pelo deputado federal Delegado Waldir Soares. “Estou com o presidente Jair Bolsonaro, que conheço há muito tempo, desde antes de ele ser candidato a presidente da República. Estou aguardando o desenrolar dos fatos para me posicionar. Recebi convites de vários partidos — dos pequenos aos grandes. MDB, PV e DEM, por exemplo, enviaram emissários para conversar comigo. Acrescento que sou amigo e mantenho bom relacionamento com Delegado Waldir e com os deputados Eduardo Prado (PV), Amauri Ribeiro (Patriota) e Major Araújo (PSL). Os políticos sabem que, acima de tudo, tenho palavra.”

Em 2018, Belelli disputou mandato de deputado estadual, obteve 14 mil votos e ficou como suplente. “Considerada a minha escassa estrutura, foi uma votação extraordinária.”
Inquirido sobre outros candidatos, Belelli sublinha que a deputada federal Magda Mofatto (PL) já lançou vários pré-candidatos, como Rodrigo Lima e, agora, seu marido, Flávio Canedo. “Flávio Canedo se tornou meu adversário e, até, inimigo. Mas vou tratá-lo tão-somente como adversário político.”
O coronel assinala que as campanhas eleitorais em Caldas Novas são milionárias — inflacionadas pelo setor hoteleiro. “Não é fácil estabelecer alianças partidárias. Porque o poder econômico pressiona todo mundo e poucos resistem. Por isso, minha principal aliança é com o povo, com os eleitores. Repito: com toda a força financeira dos meus adversários, sou o líder nas pesquisas — o que demonstra uma insatisfação poderosa com a maioria dos líderes locais, aqueles que mandam na prefeitura há anos.”
Belelli postula que o próximo gestor de Caldas Novas precisa “cuidar de todos”, sobretudo dos moradores da cidade. “Hoje, a visão quase geral é que Caldas Novas deve ser ‘cuidada’ só para os turistas. Ora, não se pode cuidar apenas dos turistas. Vale lembrar que, segundo o IBGE, o município tem uma população de 91.162 habitantes. Os turistas não moram nem compram nas lojas e supermercados da cidade. Eles frequentam Caldas Novas quase que exclusivamente aos sábados e domingos. Por causa de uma política equivocada, que só beneficia o ramo hoteleiro, os prefeitos não se preocupam em atrair indústrias, que podem gerar empregos e melhorar a renda dos moradores. É preciso incentivar mais o comércio, pois algumas lojas estão fechando.”
Se for eleito prefeito, Belelli sustenta que vai se preocupar, em tempo integral, com a questão do esgoto sanitário. “Caldas Novas é a quarta cidade mais visitada do Brasil, porém, apesar disso, não tem esgoto sanitário. É grave.”
“Caldas Novas oferece lazer para os turistas, nos clubes e hotéis, mas a maioria da população não pode frequentá-los, porque são muito caros. Portanto, se eleito, vou cuidar também do lazer para as pessoas da cidade. Vou construir, por exemplo, um parque ecológico. Também planejo adotar uma política para atrair indústrias. O índice de desemprego na cidade é alto e a renda dos moradores é baixa”, afirma o coronel.
A Prefeitura de Caldas Novas, segundo Belelli, tem mais de mil funcionários comissionados. “Se eu for eleito, farei concurso público. Porque é preciso parar de usar a prefeitura como instrumento político-eleitoral. Vou trabalhar também para melhorar a segurança pública no município.”