Batalha entre Agnelo e Arruda no DF pode favorecer Gomide em Goiás
12 julho 2014 às 10h49
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A condenação do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) na semana passada já estava sendo contabilizada pelo PT, que traçou uma estratégia para vencer as eleições tanto no DF quanto em Goiás. Explica-se: o atual governador do DF e candidato à reeleição, Agnelo Queiroz, tem uma rejeição que se aproxima dos 70% entre os eleitores do DF. Portanto, terá dificuldades claras para vencer as eleições, mesmo sem a presença de Arruda. Com a presença dele a situação piora. Porém, Arruda também tem uma rejeição alta — embora muito menor que a de Agnelo.
Por via das dúvidas, o PT fez um planejamento que pode “matar três coelhos com uma só pedrada”. É aí que entra a figura de Antônio Gomide. O goiano entrou no radar do PT nacional em 2012 por duas razões: 1) Ao vencer as eleições de Anápolis com mais de 80% dos votos, Gomide se cacifou, naturalmente, como possível candidato ao governo; e 2) As eleições de 2012 não foram boas para o PSDB no Entorno do DF, pois o partido perdeu cidades importantes, como Valparaíso e Novo Gama, respectivamente nas mãos de PT e PPL. Com isso, e contando com a rejeição de Agnelo, o PT resolveu investir naqueles eleitores que moram no Entorno, mas votam em Brasília. E não são poucos. Levantamentos do partido dão conta de que são aproximadamente 120 mil. Um número muito considerável.
A forma encontrada para investir nesses eleitores foi levantar e capacitar um candidato em Goiás. Tanto é que uma das bases estruturais da campanha de Antônio Gomide (PT) ao governo é justamente a parceria feita com Agnelo. E não é atoa. Os dois têm estado próximos nas últimas semanas e estarão juntos nos eventos realizados no Entorno, região que aglomera mais de um milhão de votos. “O PT elegeu o Entorno como região símbolo”, diz um político com trânsito em Brasília.
E Gomide não ganhará apenas com a estrutura de campanha de Agnelo no Entorno. É certo que Agnelo deverá “bancar” parte da campanha de Gomide, pois tem maiores condições para isso. É importante lembrar que a campanha de Agnelo está entre as mais caras do Brasil. Em relação aos outros governadoriáveis do país, o petista do DF alcança a 5ª mais cara. É certo que deverá gastar em torno de R$ 70 milhões, ficando atrás apenas dos paulistas Paulo Skaf (PMDB), Alexandre Padilha (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), que têm uma previsão de gastos na casa dos R$ 90 milhões cada, além do candidato ao governo do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que deverá gastar R$ 85 milhões.
Agora, apenas isso será suficiente para que Gomide se eleja? Muito provavelmente não. Mas ajudará a, pelo menos, derrotar o tucano Marconi Perillo em Goiás. Esse é o verdadeiro “coelho” que o PT quer abater. Lembrando que a animosidade política de Lula com Marconi data de águas passadas.