Baldy pode bancar chapa com ele para o Senado e Mendanha para governador
25 julho 2021 às 00h02
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Se a chapa se firmar, de cara, vai perder o apoio de um deputado federal: Professor Alcides aliança com Alexandre Baldy
O ex-ministro Alexandre Baldy (PP) afirma, nas entrevistas, às vezes de maneira enviesada, que pretende disputar mandato de senador na chapa do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). Mas o ex-ministro sabe que, na chapa do líder do partido Democratas, a disputa está altamente congestionada, com nomes de peso, em ordem alfabética: Henrique Meirelles (PSD), Iris Rezende (MDB — consta que é o nome de maior simpatia do governador), João Campos (Republicanos) e Luiz Carlos do Carmo (senador pelo MDB).
Por que Ronaldo Caiado excluiria os quatro nomes, todos próximos de seu governo, para incluir Baldy — que, quando da disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, tentou colocar o presidente Jair Bolsonaro contra o governador? O ex-deputado federal afirma que controla um partido forte, com vários prefeitos, inclusive o prefeito de Anápolis, terceira cidade com maior eleitorado de Goiás. A ressalva é que Roberto Naves, do PP, tem afirmado que bancará Baldy para o Senado, mas não ficará contra Ronaldo Caiado em 2022.
Se Baldy diz que só lhe serve a vaga para senador e que não irá a deputado federal — preservando a vaga para o aliado Adriano do Baldy —, a lógica sugere que não estará no palanque de Ronaldo Caiado em 2022.
Se vai disputar mandato de senador, e não na chapa de Ronaldo Caiado, Baldy terá de participar de outra chapa majoritária. É sabido que Roberto Naves e Gustavo Mendanha não se toleram — são críticos acerbos um do outro —, mas o ex-ministro pode tentar uma composição com o prefeito de Aparecida de Goiânia com a mediação do presidente Jair Bolsonaro.
Mendanha é evangélico e, apesar de ter sido sondado pelo deputado estadual Antônio Gomide para apoiar Lula da Silva para presidente, tem simpatia pelo presidente Jair Bolsonaro. Teria, inclusive, conversado com um de seus filhos sobre a política de Goiás. No momento, o prefeito de Aparecida está numa encruzilhada: o que fazer se Daniel Vilela figurar na vice de Ronaldo Caiado? De fato, não gostaria de apoiá-la, mas, por lealdade ao político que sempre lhe bancou, pode compor. Na verdade, ele quer disputar o governo em 2022 — não em 2030. Nos últimos dias, estaria tentando se desvincular do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que, em termos políticos, inclusive na avaliação de um auxiliar aparecidense, seria “caixão e vela cinza”, em termos eleitorais. O entusiasmo inicial, produzido pelo glamour da dolce vita em que Perillo vive em São Paulo — do Fasano para o Figueira Rubaiyat, com comida de primeira linha e vinhos caríssimos — já arrefeceu. “Gustavo está caindo na real”, afirma um secretário.
Se se afastar de Perillo, a tendência é que, além de manter contato com o empresário Sandro Mabel, da Pimentas Mendez, se aproxime de Alexandre Baldy e, também, do Delegado Waldir Soares.
A aliança poderia resultar na seguinte chapa: Mendanha (cotado para se filiar ao PSL ou ao PP) paro governo, Jânio Darrot na vice e Baldy para o Senado. O Delegado Waldir não seria agasalhado? Só se aceitasse a vice, aí Darrot seria retirado da chapa. Mas deputado federal planeja disputar mandato de senador — o que o levaria, assim, para a chapa articulada por Marconi Perillo.
O fato é que a articulação de Baldy e Mendanha visa excluir Perillo, avaliando que seu desgaste é altamente “contaminante”.
O deputado federal Professor Alcides, que estaria se preparando para trocar o PP pelo Podemos, já teria avisado que não apoia chapa onde estiver Alexandre Baldy. Ele está saindo do Progressistas exatamente porque não convive bem com o ex-ministro. Portanto, se Mendanha compor com Baldy, já perde o apoio de um parlamentar. E o único realmente ligado a ele.