Avanço de Lula vai causar adesões de políticos e siglas de direita, diz PT goiano
26 junho 2022 às 00h00
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Se as pesquisas não apontarem reviravolta, corrida para fechar apoio pode aumentar palanque do ex-presidente, avalia o partido
O fato de Jair Bolsonaro (PL) dizer que não acredita em pesquisa não significa que ele efetivamente não acredite. Muito menos seus eventuais apoiadores.
Com a insistência em jogar para a própria base, sem que se veja qualquer tendência de reduzir a vantagem do ex-presidente Lula (PT) nos diversos levantamentos e já a menos de cem dias das eleições, os ventos da política podem mudar o cenário – mesmo em um Estado de eleitorado mais conservador, como Goiás.
E o PT já começa a sentir uma certa “brisa” desses ventos. Em andanças pelo interior, petistas têm encontrado prefeitos, vereadores e lideranças de diversos partidos que naturalmente estariam na base de apoio de Bolsonaro, mas que já declaram voto em Lula, mesmo que ainda veladamente. Um presidente de câmara municipal de uma sigla da “direita raiz” já abriu o jogo: vai votar em Lula e fazer campanha, porque tem em seu governo “o povo tinha o que comer”.
Em termos de adesões não individuais, mas partidárias, o sentimento da direção do partido é de que até as convenções o cenário pode estar ainda melhor, segundo avalia uma petista do alto escalão. A explicação é óbvia: perspectiva de poder. Se as pesquisas não se mexerem – ou se mexerem ainda mais a favor de Lula –, a vitória em primeiro turno vai estar muito factível para que siglas se arrisquem a deixar de entrar na nau petista agora.
É que, se demorar muito, mais tarde podem não haver mais “bilhetes de embarque”.