Assembleia de Deus planeja bancar postulantes a vice-prefeito em Goiânia, Aparecida e Anápolis
30 agosto 2020 às 00h00
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Em Anápolis, o acordo já está fechado. O “Partido da Assembleia de Deus”, o “PAD”, está jogando pesado para a eleição de 2020 para ser forte em 2022
Em termos nacionais, integrantes da Assembleia de Deus estão (ou estavam) tentando constituir um partido, porque a Igreja conta com deputados em vários Estados. Há quem chegue a sugerir que, mesmo sem registro, o “PAD” — “Partido da Assembleia de Deus” — vai acabar se tornando a maior legenda do país, acima do PT e do PSL, que hoje têm as maiores bancadas na Câmara dos Deputados.
Em Goiás o “PAD” tem membros instalados em vários partidos, notadamente no PSC. A Assembleia de Deus conta com dois senadores — Vanderlan Cardoso, do PSD, e Luiz Carlos do Carmo, do MDB —, dois deputados federais, João Campos, do Republicanos, e Glaustin da Fokus, do PSC, e dois deputados estaduais, Henrique César Pereira (o mais votado em 2018), do PSC, e Rafael Gouveia, do Progressistas.
Mas o “PAD” — esclarecendo: legalmente, não existe; na prática, é uma evidência — quer mais. Articulando com firmeza, às vezes nos bastidores, o quase-partido pretende eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em todo o Estado. Nas três principais cidades de Goiás, como não tem candidatos a prefeito com possibilidade de ganhar a eleição, optaram por articular o vice.
Em Anápolis, a Assembleia de Deus banca Márcio Cândido, do Democratas, para vice do prefeito Roberto Naves, do Progressistas. Márcio Cândido já é o vice e vai para a reeleição.
Em Aparecida de Goiânia, há uma batalha campal pela vice, que é disputada por dois grupos evangélicos. O senador Vanderlan Cardoso luta para manter Veter Martins, do PSD, como vice-prefeito. Mas outro grupo da Assembleia de Deus batalha para trocá-lo pelo pastor Romeu Ivo, da Assembleia de Deus-Esperança.
Em Goiânia, o quadro está menos definido. Mas a Assembleia de Deus quer bancar o vice de Maguito Vilela ou de Vanderlan Cardoso. O nome mais cortado é o de Rafael Gouveia, que é da Assembleia de Deus-Vila Nova.
Já numa cidade menor, Bela Vista, o favorito para prefeito é Eurípedes José do Carmo, do PSC. Ele é da Assembleia de Deus e é irmão do senador Luiz Carlos do Carmo e do pastor Oídes José do Carmo.
Para 2022, o “PAD” quer manter Luiz Carlos do Carmo no Senado. Ele pertence ao MDB, mas, se se projeto for barrado, pode trocar de partido, talvez optando pelo PSC ou pelo PSD de Vanderlan Cardoso.
A Assembleia de Deus, que tem pastores qualificados e respeitados local e nacionalmente, trabalha para fazer a política de Goiás girar em tornos de seus propósitos.