Assassinato de Zé Gomes tem a ver com surto psicótico ou alguém induziu Béba a cometer o crime?

22 outubro 2016 às 12h38

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O inquérito deve ser divulgado na sexta-feira, 28, um mês depois das mortes do ex-prefeito de Itumbiara e do cabo Vanilson Pereira, da Polícia Militar

A Polícia Civil deve divulgar a conclusão do inquérito a respeito dos assassinatos do ex-prefeito de Itumbiara José Gomes da Rocha e do cabo Vanilson João Pereira, cometidos pelo servidor público Gilberto Ferreira do Amaral, o Béba, no dia 28 de setembro, na sexta-feira, 28. Béba feriu o secretário de Segurança Pública de Goiás, o vice-governador José Eliton, e o advogado Célio Rezende. Em seguida, foi morto por policiais.
Enquanto a polícia não divulga informações oficiais, moradores de Itumbiara divulgam teorias conspiratórias ou, em alguns casos, partes das investigações que vazaram. Ao relatar as “teorias”, não mencionamos nomes, porque a possibilidade de se cometer injustiças, às vezes irreparáveis, é imensa. Registremos, a seguir, as “teorias” populares mais comentadas, insistindo que não se dará nomes.
1 — Uma das teorias viceja nas ruas e, mesmo, entre policiais. Vítima de surto psicótico, Gilberto do Amaral teria agido sozinho. Mas é possível que, ao matar José Gomes da Rocha, que era seu alvo, quis agradar alguém? É provável.
2 — Conta-se, nas ruas e em alguns gabinetes, que, quando prefeito de Itumbiara, José Gomes nomeou uma pessoa para um cargo proeminente. O auxiliar, tendo furtado algumas sucatas, teria sido demitido. Tal indivíduo seria amigo de Gilberto Amaral e, mais de uma vez, teria falado de seu ressentimento. Béba teria tomado suas dores? Não se sabe se isto procede. A polícia buscou pistas sobre a possibilidade de “indução ao crime”. Se descobriu, guardou as informações para o inquérito. Há quem diga que Béba ouviu uma frase deste estilo: “Este sujeito [Zé Gomes] não pode ser eleito!” No entanto, a frase não é necessariamente um convite a que se cometa um assassinato.
3 — Há uma corrente que sugere que ninguém, a rigor, encomendou o crime. Mas pode ter ocorrido algum incentivo indireto. Alguém teria dito: “Quer ‘fazer’? Então, vá lá e faça!” Gilberto Amaral, mesmo não tendo ouvido isto com precisão, pode ter entendido assim?
4 — Comenta-se que, no dia do crime, uma pessoa de Itumbiara conversou com Gilberto Amaral ao menos 25 vezes. As conversas terminaram duas horas antes dos assassinatos. O que os dois homens tanto dialogaram? Não se sabe. Conversar com um homem decidido a matar alguém não faz de um indivíduo necessariamente cúmplice ou beneficiário do crime.
5 — Numa versão, sedimentada mas não provada, diz-se que a história de que Gilberto Amaral levou um tapa na cara, desferido por Zé Gomes dias antes do crime, é uma “plantação” de “aliados” do assassino. Fato é que o tapa não resultou provado.
6 — Gilberto Amaral havia consultado um médico. Ele teria “problemas psíquicos-psicológicos” em decorrência, supostamente, de alcoolismo. Especula-se que a consulta tem a ver com uma tentativa de “atenuante” para o crime, caso sobrevivesse. Há quem diga que Béba não sabia que o vice-governador participaria da carreata e, portanto, não tinha informação de que havia uma aparato policial de maior envergadura. A “teoria”: mataria José Gomes, deixaria todos os demais assustados, e poderia fugir.
7 — Procede que havia uma segunda pessoa monitorando a carreata do candidato a prefeito e repassando informações para Gilberto do Amaral?
8 — Sobre o deputado Álvaro Guimarães, do PR, há um consenso entre policiais: homem pacífico e decente, não tem nada a ver com o crime. Na verdade, é uma de suas vítimas. Não era o favorito para a disputa da Prefeitura de Itumbiara, mas, depois dos assassinatos, viu seu nome ser inteiramente esvaziado.