Posições firmes do governador de Goiás em relação ao combate à pandemia do coronavírus ganharam o aplauso do país

O presidente Jair Bolsonaro, do Aliança Pelo Brasil (que ainda não tem registro), pensa mais na eleição de 2022 do que no seu governo. Por isso, encomenda pesquisas quinzenais para saber se está bem e quem está crescendo ou se consolidando.

Quando percebeu que Luiz Henrique Mandettta, do DEM, estava se sobressaindo, inclusive aparecendo em pesquisas como possível candidato a presidente da República, Bolsonaro imediatamente “cortou” sua cabeça — exonerando-o.

Mas o problema mais persistente é o agora ex-ministro Sergio Fernando Moro. Em todas as últimas pesquisas, o ex-juiz aparece na frente de Bolsonaro e, para piorar, em ascensão. O presidente decidiu, mais uma vez, fazer o que sabe fazer melhor: cortou a cabeça do auxiliar. Sim, Sergio Moro pediu demissão. Mas o seu ex-chefe estava criando as condições para que ele saísse, pressionando seus subordinados, notadamente na Polícia Federal. A tese dos bolsonaristas é que o ex-ministro, fora do governo, não resiste até 2022. Mas o Podemos já lhe fez o convite — praticamente formal — para ser candidato a presidente da República daqui a pouco mais de dois anos. Consta que já está pensando no assunto.

Governador Ronaldo Caiado e presidente Jair Bolsonaro / Foto: Reprodução

Mais do que João Doria (PSDB) ou Luciano Huck (aposta provável do Cidadania), há um terceiro nome que preocupa Bolsonaro. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), operou uma política de isolamento social, rapidamente, e, por isso, há poucas mortes no Estado. Ao mesmo tempo, o gestor estadual está melhorando a estrutura de saúde pública. Assustado com o que viu, Bolsonaro teria incluído o nome do gestor goiano nas suas pesquisas. O resultado é que o líder do Cerrado é muito bem avaliado. Suas posições firmes, inclusive ao romper com Bolsonaro por causa de sua política de isolamento social, para combater a pandemia do novo coronavírus, chamou a atenção do país.

O Brasil gostou de saber que há um governador que tem autoridade, que desafia o populismo e enfrenta, com seriedade — e sem politizar a questão da saúde —, um presidente da República errático e não humanista.

Com Bolsonaro caindo pelas tabelas, com o governo desmanchando-se à luz do dia, novos líderes, no front conservador mas civilizado, estão surgindo. Ronaldo Caiado é um deles. Talvez o principal. No momento, além de Sergio Moro, é o nome mais temido pelo presidente. Por sinal, há quem, na equipe de Bolsonaro, que esteja sugerindo que se reaproxime de alguns políticos, como Ronaldo Caiado. Aliados de Bolsonaro sublinham que o gestor goiano é republicano e seus pleitos em Brasília têm a ver sempre com o interesse público — nunca com interesses pessoais. O próprio Bolsonaro já elogiou isto para um deputado federal de Goiás.