A desvalorização do real em relação ao dólar começou a cobrar o seu preço. A não observância ao teto de gastos também prejudica a economia
Júlio Paschoal
A opção da equipe econômica do governo federal pela desvalorização do real frente ao dólar, nos últimos três anos, começou a cobrar o seu preço.
Por um lado, a medida favoreceu as exportações. Por outro, contribuiu para o aumento da inflação, haja vista que grande parte das indústrias no país depende de algum componente importado para finalizar seus produtos.
Não obstante este problema, outras questões agravaram a crise econômica no país: o aumento constante dos derivados do petróleo, o descumprimento das metas fiscais, com chances reais de descumprir o teto de gastos, para financiar o programa Auxílio Brasil. O benefício o Programa será praticamente o dobro do pago pelo Bolsa Família.
A inobservância do teto de gastos expôs o governo ao mercado, trazendo mais insegurança, e levando a uma nova alta do dólar e queda na Bolsa de Valores.
O anúncio de que o programa teria vigência apenas até o final de 2022, quebrando o teto de gastos, ampliou, ainda mais, a desconfiança do mercado. Este caracterizou a decisão do governo como “eleitoreira”.
Para além destas questões, há também a crise hídrica, com o aumento da tarifa de energia elétrica, fato que também pressiona os preços no varejo.
Eis aí, em breves palavras, as causas da turbulência na economia brasileira.
Júlio Paschoal, economista, é professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
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