Armando Vergílio diz que saída de Júnior Friboi enfraquece o PMDB e sugere chapa com ele, Iris e Caiado
24 maio 2014 às 13h47
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O presidente do Solidariedade, deputado federal Armando Vergílio, afirma que ninguém esperava a desistência de Júnior Friboi. “Nem mesmo seus interlocutores diretos e diários sabiam que ele planejava abandonar sua pré-candidatura a governador de Goiás.” O líder político diz que ouviu uma frase curioso de um político experimentado: “Estou feliz e estou triste, porque não sei o que está acontecendo”.
Para Armando, deixar o campo no meio do jogo foi uma maneira de Friboi dizer a Iris Rezende que não estava satisfeito com a condução do processo político. “O timing do empresário em geral é muito diferente do timing do político”, avalia o presidente do SDD. “O fogo amigo é o pior de todos, porque é, quase sempre, imprevisível.” O parlamentar recomenda, porém, que Friboi tenha calma. “É hora de recolher-se, esfriar a cabeça. Em política, ao menos na sua articulação, a razão não pode ser trocada pela emoção.”
A saída de Friboi muda xadrez político. “O PROS, por exemplo, estava conversando com o empresário, aí colocou um pé fora e, agora, certamente vai colocar o outro”, afirma o parlamentar. O PROS abriu conversações com o pré-candidato do PT a governador, Antônio Gomide. O deputado federal Rubens Otoni frisa que o acordo não foi inteiramente sacramentado, mas, dada a aliança nacional do PROS com o governo da presidente Dilma Rousseff, está próximo de ser fechado.
O líder do Solidariedade não acredita que Gomide recua para apoiar Iris Rezende. “Fica, portanto, a pergunta: o PMDB vai coligar-se com quem?”
O Solidariedade, segundo Armando, trabalha com planos A, B e C. “Todos querem conversar com o nosso partido e isto é sinal de que temos vitalidade política.” O governador Marconi Perillo disse a mais de um interlocutor que trabalha pela aproximação do presidente do SDD. “Não decidimos o nosso caminho, porque, embora esteja quase em cima da hora, é possível esperar um pouco mais.”
Quais são os caminhos possíveis para Friboi? Armando diz que procura não se envolver com os problemas internos dos partidos. Mas, pressionado, formula duas saídas. “Primeiro, se aceitar ser vice de Iris, a chapa fica muito forte. Porque um é popular, embora não seja um fato novo na política, e o outro é capaz de criar uma estrutura de campanha formidável. Segundo, pode-se afastar de vez, deixando o campo livre para Iris. Mas aí os acordos que haviam sido ‘amarrados’ com os partidos e políticos são perdidos. Porque a garantia não o PMDB, e sim o próprio Friboi.” Quando diz que vai observar a política como cidadão, Friboi, na avaliação de Armando, está dizendo que vai acompanhá-la de longe.
Quem ganha com a crise? “Perde o PMDB e ganham Marconi Perillo, Vanderlan Cardoso e Antônio Gomide.”
Armando diz que permanece com seu colocado para a disputa — como candidato a governador, a vice-governador ou a senador. “Uma chapa com Iris para o governo, eu como vice e Ronaldo Caiado como senador é muito forte, eu diria que é ‘perigosa’.”
Como as forças tradicionais estão tentando se colocar como “únicas alternativas”, Armando sugere que Solidariedade, PDT e PROS, partidos com estruturas razoáveis, se unam para organizar um bloco político e lançar uma chapa para governador. “De repente, como o novo, poderíamos surpreender”, afirma.