Político articulado, do tipo camaleão — aquele que se adapta a quaisquer ambientes —, o deputado federal Professor Alcides Ribeiro (PL), de 70 anos, disse, recentemente (há um vídeo), que vale qualquer coisa para ganhar uma eleição: desde buscar votos do PT e, até, de macumbeiros.

De fato, antes de se tornar bolsonarista de ocasião, Professor Alcides operou para se filiar ao PT, em 2007. Ele articulou com o então ministro da Educação, o economista Fernando Haddad — hoje ministro da Fazenda —, sua filiação ao Partido dos Trabalhadores.

O empresário do ramo de papelarias e faculdades era filiado ao pP, mas esclareceu aos aliados que tinha o apoio do presidente Lula da Silva para se filiar ao partido de esquerda.

Porém, como houve reação de petistas goianos, Professor Alcides permaneceu no pP até trocá-lo pelo PSDB de Marconi Perillo (pelo qual disputou a Prefeitura de Aparecida de Goiânia em 2016). Finalmente, se filiou ao PL (partido para o parlamentar parece que é apenas trampolim para projetos pessoais).

Os petistas alegaram que, na condução de seus negócios, o empresário não era muito católico com os direitos dos trabalhadores. Além disso, ao levantar seu passado, constataram que havia sido ligado à Arena, o partido que deu sustentação à ditadura civil-militar. O pP, por sinal, é uma espécie de sucessor tanto da Arena quanto do PDS. Assim com o PL — o partido que avalia a ditadura de 1964 como benéfica ao país.

Na verdade, Professor Alcides Ribeiro — professor de que, afinal? Eis a pergunta de 1 milhão de pesos argentinos — queria disputar a Prefeitura de Aparecida, em 2008, com o apoio do então presidente Lula da Silva (na época elegia uma pedra com os olhos fechados).  

De repente, depois de ter tentado ser esquerdista, ao buscar se filiar ao PT, Professor Alcides filiou-se ao PSDB, um partido de centro-esquerda (socialdemocrata). Pois, em 2024, o empresário está dizendo, aos cautos e incautos, que “sempre foi de direita e bolsonarista”. Agora, é do PL. Ou o PL é do Professor Alcides?