Analistas dizem que Antônio Gomide está caindo num ritmo frenético e Roberto Naves não para de crescer

Roberto Naves: gestor muito bem avaliado pelos eleitores e é visto como o político que gosta de gente | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Poderia ser o nome de um filme ou de uma série: “Uma cidade contra um candidato”. Trata-se de Antônio Gomide. No início, havia o mito de que o líder do PT — partido que Anápolis não tolera — era imbatível, daí sua frente nas primeiras pesquisas, ainda na pré-campanha. A sua liderança era tipicamente inercial, quer dizer, os eleitores ainda não estavam avaliando todos os candidatos. Entretanto, bastou a campanha começar, com as contradições sendo expostas com clareza, para Gomide começar a cair. A não parar de cair.

O candidato do PT entrou em atrito com evangélicos — única e exclusivamente porque a maioria prefere apoiar o prefeito Roberto Naves — e é acusado de perseguir um padre católico, na Justiça, só porque o religioso disse que não o apoia. Embora viva numa democracia, Gomide não tolera a crítica do padre da Igreja Católica e, por isso, decidiu processá-lo. O religioso sugeriu tão-somente que uma “despetização” é importante para a democracia. Qual magistrado tipificará isto como “crime”? Nenhum, é claro.

Gomide também se postou, desde o início, como inimigo número 1 em Goiás do governador Ronaldo Caiado e do presidente Jair Bolsonaro. Ao mesmo tempo, é apontado como “inimigo” do irmão, o deputado Rubens Otoni, do PT.

Mas a ascensão de Roberto Naves, que lidera as pesquisas, não tem a ver apenas com os “problemas” de Gomide.

Antônio Gomide: a cidade contra um líder do PT | Foto: Divulgação/Campanha Antônio Gomide

Na verdade, o prefeito é muito bem avaliado como gestor. No campo da saúde, no qual nenhum dos últimos prefeitos conseguiu estabelecer uma política eficiente, Roberto Naves conseguiu ajustá-la, tornando-a eficiente. No combate à pandemia, trabalhou e trabalha em tempo integral em defesa dos anapolinos. Politicamente, mantém os apoios anteriores e agrega novos apoios.

Portanto, são os méritos de Roberto Naves, como político e gestor — além do ser humano solidário —, que o levaram à liderança nas pesquisas de intenção de voto.

No sábado, 7, o Jornal Opção conversou com vários aliados do governador Ronaldo Caiado, entre secretários e deputados estaduais e federais. Há um consenso: Roberto Naves, líder nas pesquisas de intenção de voto, a uma semana das eleições, não pode mais ser superado. Sua frente está consolidada e, sobretudo, em expansão. Pesquisadores garantem que não se “barra” quem está crescendo na reta final.

Os aliados de Ronaldo Caiado estão apostando numa possibilidade ainda mais radical. Acreditam, com base no crescimento do postulante do partido Progressistas, que há a possibilidade de Roberto Naves ser eleito ainda no primeiro turno. O motivo é que, além de estar crescendo na reta final, Gomide está se desidratando dia a dia, e numa velocidade que está espantando até petistas. Marqueteiros e pesquisadores também manifestam surpresa. Dois deles disseram que, se a desidratação continuar no atual ritmo, Gomide terminará com menos de 15% e terá de lutar para não cair para o terceiro lugar, atrás de João Gomes (PSL), de Valeriano Abreu (PSL) ou de Márcio Corrêa (MDB).

Os dados sugerem, segundo os aliados de Ronaldo Caiado, que Roberto Naves pode conseguir mais de 50% dos votos válidos já no segundo turno. Avalia-se que os eleitores, até por causa da pandemia, podem querer liquidar a fatura já no primeiro turno. Anápolis “robertizou-se” e, como sugere o padre católico, optou pela “despetização”.