Advertência de Anselmo a Paulo Garcia foi “assinada” pelo setor imobiliário
04 julho 2015 às 14h28

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Não é surpresa nenhuma que as gestões de Goiânia sempre sofreram com as pressões do setor imobiliário. O primeiro caso registrado remete a 1947, quando a Lei de Código de Edificações precisou ser revogada devido à coação de donos de terras e representantes imobiliários. Ou seja, a cidade mal tinha entrado na adolescência e já se pressentia o que iria se tornar.
O tempo passou e quase sete décadas depois sente-se nova pressão do ramo imobiliário junto ao Poder Executivo. Mas, dessa vez, a “advertência” é entregue pelas mãos do presidente da Câmara Municipal. Anselmo Pereira, que não é conhecido por sua discrição, tem dito em alto e bom tom que o prefeito Paulo Garcia não encontrará facilidades na Câmara Municipal no próximo semestre.
Tem falado também que pode ser candidato a prefeito, o que não deve estar realmente em seus planos, pois, experiente como é, Anselmo sabe que não tem chances reais de ser o escolhido pelo PSDB para disputar as eleições da capital.
Assim, o verdadeiro motivo para a advertência dada por Anselmo a Paulo é que este já avisou que não irá promover nova expansão urbana, uma vez que a cidade não necessita de uma. Ao contrário, Goiânia tem espaços de sobra para adensar. E Paulo tem razão: arquitetos e urbanistas pregam isso há anos. Ir contra este pensamento seria derrubar a bandeira de sustentabilidade levantada ainda durante a campanha.
Contudo, Anselmo, que tem ligação direta com o setor imobiliário, não se importa com isso, pois quem ele representa precisa de novos empreendimentos.
Vem daí sua “rusga” com o prefeito e que justifica ele ter entregue nas mãos do petista a advertência assinada por construtoras e incorporadoras.
Mas, como sempre há uma solução, o presidente poderia levar adiante seu projeto de lei que cria incentivos fiscais para empresas que investirem em estacionamentos verticais, que não deixam de ser empreendimentos. Isso sim seria produtivo tanto ele quanto para a cidade.