Adson Batista é o homem do ano e Andréa Vulcanis é a mulher do ano
05 janeiro 2020 às 00h00
COMPARTILHAR
A secretária do Meio Ambiente e o presidente do Atlético se destacaram porque foram além dos cargos e triunfaram em âmbito nacional
Nilson Gomes
Especial para o Jornal Opção
O campineiro Atlético Goianiense é um clube de bairro, como o Tottenham, de Londres. Uma das “mínimas” diferenças é que apenas um jogador do time inglês, Sánchez, custou R$ 170 milhões, mais que todo o patrimônio da equipe goiana. Até porque o ativo atleticano mais valioso não entra em campo: é o seu presidente.
No início de 2019, o cenário era de caos. O Atlético perdera o único patrocinador significativo, a Caixa Econômica Federal. Curtia a ressaca de ter deixado escapar, na última rodada do Campeonato Brasileiro da série B, a vaga para a elite do futebol nacional — e por apenas um ponto. Começou péssimo no campeonato estadual.
No fim do ano, o cenário havia mudado. Foi o grande vencedor do esporte do Centro-Oeste, pois ganhou o Goianão, vencendo por goleada o favoritaço Goiás, e se classificou para a série A, na última rodada — e por apenas um ponto.
Há um nome a traduzir tamanho sucesso e a já tradicional mutação de cenário: Adson Batista, jogador mediano que se revelou grande olheiro em uma equipe pequena, o Grêmio Inhumas, atualmente em Anápolis, aos trancos e barrancos.
Olheiro é o profissional que separa os “dungas” dos craques. Em poucos minutos à margem das quatro linhas de um terreno baldio no qual moleques batem bola, um olheiro decide se ali estão somente pernas de pau ou há ao menos promessas.
O renascimento do Atlético, a partir de 2010, ocorreu graças a diversos torcedores ilustres, como o empresário Odilon Soares, os então deputados federais Jovair Arantes e Valdivino de Oliveira, o cartorário Maurício Sampaio e ele, Adson Batista.
O Atlético passou de mal das pernas na Segunda Divisão do Estadual a participante da Copa Sul-Americana, posto ao qual ascendem os melhores do Brasileirão do ano anterior.
Além das conquistas coletivas, Adson tem os trunfos pessoais, como os convites para ocupar cargos nas potências esportivas tupiniquins, inclusive o campeoníssimo Palmeiras.
Para chegar ao título individual de Homem do Ano em Goiás, Adson superou até grandes políticos. (Talvez seja o caso, porém, de perceber o governador Ronaldo Caiado – que está reconstruindo Goiás, é o mais popular do Brasil no exigente mundo dos internautas e se cacifa para voos ainda mais auspiciosos – como hors concours. Porque sua tarefa é tanto de Zeus quanto de Hércules.)
Ainda no âmbito da gestão, o presidente do Atlético venceu na prorrogação o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, e nos pênaltis o presidente do Detran, Marcos Roberto Silva, que deu cartão vermelho à corrupção, derrubou taxas e facilitou a obtenção de carteiras de motorista a jovens pobres.
Na disputa de presidentes, o do Atlético teve vantagem ainda sobre o da Assembleia, Lissauer Vieira, que deu show de independência e parceria ao lado dos integrantes da CPI da Enel e das investigações que fulminaram o cartel dos incentivos fiscais.
O Homem do Ano poderia ser também um dos prefeitos de ótimos índices em 2019, a exemplo de Gustavo Mendanha (Aparecida), Roberto Naves (Anápolis), Carlão Oliveira (Goianira) e os que ressurgiram, Iris Rezende (Goiânia) e Adib Elias (Catalão).
Adson chega à frente também de outro futebolista goiano aplaudido nacionalmente, o ponta Michel, do Goiás, eleito a Revelação do Ano no Brasil e conhecido como “Michagol”.
O galardão de Homem do Ano poderia ter ido também para dois músicos, o cantor Gusttavo Lima, que a partir de Goiânia se tornou o artista mais requisitado (e caro) do País, e o DJ Alok, hit planetário nascido neste Cerrado.
Adson Batista se sobressai ainda com maior vigor quando analisado pelo viés das possibilidades. Sem recursos, sem elenco e na rabeira entre as torcidas, restava ao rubro-negro da Campininha segurar a lanterna. Ocorreu o contrário: com Adson, o Atlético tem a luz de um planeta satélite de graúdos como o Tottenham, o planeta bola. Quando ela começa a girar, não se sabe qual será o destino — e é dele que Adson cuida com garra e competência.
Um vulcão em erupção
A Mulher do Ano em Goiás é paranaense e trabalhava no Distrito Federal antes de pousar na Secretaria de Estado e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Além das autoridades da área, raros a conheciam.
Pois foi o maior gol do flamenguista Ronaldo Caiado, que demonstrou ser olheiro para gestão no nível de Adson Batista para o esporte.
Andréa Vulcanis tornou-se famosa já nas ações iniciais. Pela gritaria dos corruptos, dos invejosos e dos ineficientes, que até hoje não param de atacá-la, foi possível dimensionar seus méritos. E eles não tardaram a surgir.
Para usar o trocadilho preferido de seus detratores, Andréa Vulcanis rapidamente entrou em erupção. As lavas arrastaram ladeira abaixo a preguiça, queimaram as irregularidades e deixaram submersos malfeitores que há décadas se locupletavam.
O conjunto de qualidades e resultados deu a medalha de ouro a Andréa, que divide o alto do pódio com outras duas participantes do governo estadual, a primeira-dama Gracinha Caiado e a secretária de Economia, Christiane Schmidt.
No comando das atividades de desenvolvimento social, Gracinha fez ótima dupla com Marcos Cabral, secretário que durante nove meses andou por 150 municípios ao lado da presidente de honra da OVG.
Ao contrário de antecessoras, Gracinha logo rumou para os municípios pobres. Ganharam o mundo as suas imagens em quilombos, como o de Cavalcante. E não mais parou.
Gracinha e Marcos Cabral criaram e recriaram conselhos necessários às áreas sociais. Reafirmaram as batalhas contra a violência doméstica. Investiram na proteção à mulher, às crianças, aos idosos e às pessoas com deficiência. Reformaram delegacias de Polícia, construíram e adaptaram sedes dos órgãos de defesa. Anularam contratos suspeitos. Moralizaram os programas sociais. Desintegraram a politicagem reinante no mandato anterior.
Por essas e outras iniciativas de aplaudido alcance, Gracinha foi elogiada em congresso da Unesco e teve suas ideias colocadas em prática em outras unidades da federação.
Andréa Vulcanis recebe igualmente reconhecimento local e externo, com Ronaldo Caiado tendo trazido o presidente Jair Bolsonaro, em junho, para lançar um projeto idealizado pela secretária e o governador, o Juntos pelo Araguaia.
Andréa mostrou poder e sabedoria ao lacrar pivôs de irrigação agrícola, livrando Goiânia dos efeitos da crise hídrica.
Mas sua Capela Sistina foi destravar os investimentos empresariais, calculados em R$ 64 bilhões e emperrados às vezes por décadas, vítimas de enrolação e/ou extorsões. Sob orientação de Ronaldo Caiado, Andréa juntou-se ao secretário de Indústria e Comércio, Wilder Morais, e aos presidentes da Companhia de Desenvolvimento Econômico, Pedro Salles (hoje na Goinfra) e Marcos Cabral (aquele que ao lado de Gracinha visitou os municípios quando secretário de Desenvolvimento Social). A soma vai alcançar os bilhões represados.
Os aliados internos eram e são muito inferiores em número ao de sabotadores do desempenho de Andréa. Chegaram ao cúmulo de falsificar liberações de empresas em parques nacionais na tentativa de desgastar a secretária com o governador.
Os bandidos desconheciam a capacidade de Andréa em outro cosmo, o da leitura. Além de literatura e direito, ela consome simplesmente tudo o que assina. Assim, os marginais falharam, pois Andréa encontrou em meio à papelada as adulterações perpetradas pelos falsários.
Houve diversos outros estelionatos tentados por malfeitores. Nenhum prosperou.
Prosperidade mesmo é a da indústria em virtude do trabalho de Ronaldo Caiado, Andréa Vulcanis, Wilder Morais, Marcos Cabral e também dos deputados estaduais.
Andréa só é a Mulher do Ano porque o governador Ronaldo Caiado a escolheu na profusão de técnicos em meio ambiente que pululam pelo país, e lhe proporcionou o apoio e o suporte imprescindíveis à função.
Para encerrar 2019 com o título de Mulher do Ano, Andréa Vulcanis foi a estrela de uma reportagem do Jornal Opção no mês passado, que antecipa um 2020 de muitas lavas escorrendo contra a burocracia e as irregularidades. Releia o texto: “A Assembleia Legislativa aprovou em definitivo, nesta terça-feira, 3/12/2019, a nova Política de Licenciamento Ambiental de Goiás. De autoria do presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSB), e do líder do governo, deputado Bruno Peixoto (MDB), o projeto é o primeiro passo que permitirá zerar a fila de mais de 3 mil processos de licenciamento ambiental parados em Goiás, uma fila que chega a cinco anos para conseguir um documento. As inovações contidas na medida serão capazes de destravar mais de R$ 20 bilhões em investimentos para o Estado, uma conquista que a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, considera de toda a sociedade. ‘Parabéns a todos que prestam essa contribuição histórica para Goiás e seu povo’, disse a titular da Semad”.
Assim se fez um feliz ano novo.
Nilson Gomes é jornalista.