A deputada estadual Adriana Accorsi (PT) estava em seu carro, quando uma caminhonete de grande porte parou a seu lado e seu condutor começou a lhe dirigir impropérios. A motivação? Pura política.

A situação ocorreu no ano passado. O “gatilho” para a agressão foi o fato de o automóvel da parlamentar ter referências a seu partido e ao ex-presidente – e então já pré-candidato petista ao Planalto – Luiz Inácio Lula da Silva. Ao notar que quem estava no automóvel era uma deputada do Partido dos Trabalhadores, em vez de se conter, o sujeito subiu o nível dos insultos.

O agressor foi identificado pela parlamentar – mora no mesmo bairro onde ela reside – e sofreu um processo por conta da “liberdade de expressão”. “Liberdade de expressão”, no caso, está entre aspas por motivos óbvios: ninguém tem a liberdade de agredir outra pessoa sem que isso lhe possa acarretar punição. Em outras palavras, a liberdade de um começa onde a do outro termina.

Como nesta semana começa a campanha de rua e, com ela, os adesivos e outros adereços de candidatos devem tomar conta dos veículos, a atitude da deputada-delegada – que este ano vai buscar trocar a Assembleia Legislativa pela Câmara Federal – mostra o que deve ser feito: evitar um maior bate-boca e procurar, da forma que for possível, pegar os dados do agressor (ou de seu veículo) e levar o caso às autoridades policiais.

O episódio não é “caso isolado” para Adriana. Pelo menos desde 2020, ela vem sofrendo com ameaças por questões políticas. A última foi na semana passada, em que, no Instagram, um perfil com a foto de um homem ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) escreveu “quero saber o dia do seu velório”. O autor foi identificado e a polícia goiana – a quem Adriana (que é delegada) fez muitos elogios pela condução do caso – está tomando providências.

 Violência política, infelizmente, tem sido e tende a ser algo recorrente no período eleitoral. Por enquanto, o que se vê são candidatos e militantes da oposição ao bolsonarismo sendo as vítimas. Uma delas perdeu a vida: o petista Marcelo Arruda, morto pelo policial penal e bolsonarista Jorge Guaranho ao comemorar seus 50 anos com decoração alusiva a Lula e ao PT.