O PSDB vem perdendo importância continuamente. Teve um dos maiores encolhimentos na Câmara dos Deputados nas eleições de 2018, com a redução de 46% da bancada. Neste ano, viu nas urnas a sua maior derrota. Somente na Câmara, nesta eleição, o número de parlamentares despencou de 22 para 13 — uma queda de 41%. No Senado, a bancada terá dois representantes a menos — caiu de 6 para 4.

Em Goiás, a fragilidade do partido é evidente. O seu maior líder, o ex-governador Marconi Perillo perdeu, pela segunda vez, a disputa ao Senado. Para a Assembleia Legislativa de Goiás o partido reduziu a representatividade de 3 para 2 deputados estaduais – foram eleitos Dr. José Machado e Gustavo Sebba. Já na Câmara dos Deputados, o partido segue com uma cadeira – Lêda Borges vai assumir em 2023.

A derrocada nas eleições deste ano é interpretada como o resultado de um processo de estagnação do PSDB no cenário eleitoral. Há uma ala entre os tucanos que defende a ideia de repaginação da sigla. E em Goiás, essa retomada estaria ancorada nos mandatos da vereadora Aava Santiago e da deputada federal eleita Lêda Borges. As duas políticas receberam missão de manter as bases do partido.

Aava tem ganhado destaque nacional por sua atuação em defesa da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em suas redes sociais e espaços que ela tem ocupado, a vereadora tem sido crítica ferrenha ao uso da religião para defesa da candidatura de Jair Bolsonaro (PL). A posição tem garantido a ela o destaque de atuação, assim como ampliação de suas bases eleitorais.

Caberá a Lêda Borges a manutenção das bases marconistas na região do Entorno do Estado, onde, por décadas, os tucanos tiveram hegemonia.

As duas políticas são apontadas por correligionários e por lideranças opositoras, como parte da estratégia para recolocar Marconi no cenário eleitoral de 2026.