17 políticos supercotados pra frequentar a Câmara do Deputados entre 2023 e 2026
18 setembro 2022 às 00h03
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Pode se cravar, a 14 dias das eleições, quais serão os 17 deputados federais eleitos? Não. Seria uma temeridade. Mas pode se apresentar aqueles que, dada a estrutura da campanha ou então à popularidade, são os mais cotados.
Há sempre o risco de se errar, cometendo injustiças. Há, por exemplo, candidatos fortes, com amplas possibilidades de serem eleitos, como Daniel Agrobom, do PL, José Nelto, do pP, Lucas Vergílio (deputado federal), do Solidariedade, Fábio Sousa, do PL, Ismael Alexandrino, do PSD, Coronel Edson Raiado, do Avante, Edward Madureira, do PT, Doutor Breno Leite, do Podemos, e Yuri Tejota, do Podemos.
O problema de Lucas Vergílio é a chapa do Solidariedade — que é considerada fraca Ele foi eleito em 2018 com 78.431 votos, ou seja, foi “puxado” pela coligação. Hoje, para ser eleito, precisa que seu partido conquiste pelo menos 172 mil votos, o que será muito difícil. Mas não dá pra dizer que é impossível. O deputado é um político infatigável e um articulador hábil.
O problema de Fábio Sousa e Daniel Agrobom é, paradoxalmente, a força da chapa. O mais provável é que o PL consiga eleger três deputados federais — Gustavo Gayer, Magda Mofatto e Professor Alcides —, o que barraria a eleição de Sousa e Agrobom. Porém, se Gayer obtiver uma votação extraordinária (ele é popularíssimo nas redes sociais e é visto como o candidato de Bolsonaro em Goiás; tanto que, na televisão, ele pede mais voto para o presidente do que para si), como se espera, há a possibilidade de o PL eleger quatro deputados federais.
O PSD tem dois nomes fortes, Dannillo Pereira, vice-prefeito de Rio Verde, e Ismael Alexandrino, médico e ex-secretário da Saúde do governo de Goiás. Dependendo da votação, poderão colaborar para a eleição de Francisco Júnior. Porém, se superar as expectativas, o partido pode eleger mais um parlamentar.
O que dizer de Edward Madureira, considerado o reitor mais realizador da história da UFG e um gestor de rara decência? Seu problema é o PT. O partido tem dois candidatos fortes, Adriana Accorsi e Rubens Otoni — que possivelmente serão eleitos, e com o apoio dos votos do doutor em Agronomia. Porém, se a onda Lula da Silva vigorar em Goiás, elevando os votos de seus postulantes a deputado, há a possibilidade de o PL eleger três deputados estaduais. Frise-se que é uma hipótese. O mais plausível é que o partido eleja dois parlamentes — o que já será um grande feito. Há quem acredite que Edward Madureira, com apoio expressivo na educação, pode superar Rubens Otoni, que teria perdido substância eleitoral em, por exemplo, Anápolis, sua principal base eleitoral (comenta-se que Márcio Corrêa, do MDB, está solapando suas bases na cidade).
O coronel Edson Raiado é um candidato forte. Sua defesa da segurança intensiva parece agradar ao eleitorado que o conhece. O problema é que ainda é pouco conhecido. Tem chance de ser eleito, desde que obtenha uma votação extraordinária, porque seu partido, o Avente, não tem uma chapa consistente.
Doutor Breno Leite e Yuri Tejota, do Podemos, são nomes consistentes. Mas a chapa do partido não tem puxadores de votos e será muito difícil, o que não quer dizer impossível, conquistar cerca de 172 mil votos para eleger um parlamentar.
A seguir a lista dos favoritíssimos, definida a partir de consultas a políticos, jornalistas, cientistas políticos e pesquisadores (um deles disse ao Jornal Opção: “Não deveria dizer, pois também faço pesquisa sobre eleições proporcionais, mas levantamentos sobre candidatos a deputado federal e estadual são infrutíferos. Um candidato pode aparecer como favorito e, contados os votos, aparecer na lista dos não-eleitos. E digamos que o deputado Célio Silveira não apareça bem em Goiânia, onde fiz pesquisa para deputado federal, mas tende a ser bem votado no Entorno de Brasília. Ele pode acabar sendo eleito. Tais pesquisas são mais para movimentar e conquistar apoiadores. E só”).
Alista a seguir está disposta em ordem alfabética, e não de favoritismo.
1
Adriana Accorsi/PT
Há quem aposte que a deputada estadual terá de 100 mil a 150 mil votos. Tende a ser a mais votada do PT. Ela é como Lula da Silva: “superou” o PT. Portanto, tem votos de setores que nem sempre votam no PT.
2
Adriano do Baldy/pP
O deputado federal é considerado como o nome mais forte do partido Progressistas. Ele é, como o nome confirma, o postulante “do” candidato a senador pelo pP, Alexandre Baldy. Frise-se que José Nelto trabalha, em tempo integral, com o objetivo de superá-lo. Em 2018, Nelto obteve 61.809 e foi o último colocado. Adriano conquistou 77.729 votos, ou seja, 15.920 votos a mais. Em 2022, os dois reforçaram a musculatura e a tendência é que cada um aproxime-se dos 100 mil votos. A chapa do pP é fraca. Sandes Júnior é, a rigor, o único que pode ajudar os dois parlamentares.
3
Célio Silveira/MDB
O deputado federal tende a ser o mais votado do emedebismo. Porque é apontado como o candidato mais forte do Entorno de Brasília. Nos últimos três anos e quase nove meses, trabalhou, com firmeza, em defesa das prefeituras da região.
4
Flávia Morais/PDT
A deputada federal tende a ser eleita com os próprios votos, como ocorreu em 2018. Sua chapa é fraca, mas tem dois nomes que podem obter uma votação razoável: Dr. Rui e Dra. Cristina.
5
Francisco Júnior/PSD
O deputado federal é a grande aposta do partido dirigido por Vilmar Rocha. A cúpula sugere que terá de 100 mil a 120 mil votos. Em 2018 foi o quarto mais votado, como 111.788 votos.
6
Glaustin da Fokus/PSC
O deputado federal é apontado como um candidato fortíssimo. Mas corre risco de ficar fora do pleito porque a chapa de seu partido é fraca. Fora ele, não há nenhum outro nome expressivo, do ponto de vista eleitoral.
7
Gustavo Gayer/PL
É uma incógnita. Mas todos que foram consultados afirmam que, mesmo que não obtenha 200 mil votos, será eleito. É considerado um pule de dez. Um hors-concours.
8
Humberto Teófilo/Patriota
O deputado estadual pode retirar o mandato de seu colega de partido, o deputado federal Alcides “Cidinho” Rodrigues, de Santa Helena. A tendência é que os votos de Cidinho contribuam para sua vitória.
9
Jeferson Rodrigues/Republicanos
O deputado estadual é a principal aposta do Republicanos. Ele conta com o apoio da Igreja Universal, da qual é pastor, e do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (que está se revelando um craque da política e um ás da gestão pública, se for avaliado sem preconceito).
10
Magda Mofatto/PL
A deputada federal e empresária é uma força da natureza, ativíssima. Estava “afundando”, puxada para o fundo do rio pelo candidato a governador Gustavo Mendanha. Na medida em que foi se descolando dele, voltou a subir e não corre mais o risco de se “afogar”. O ex-prefeito já quase não “respira”. Mas a parlamentar já está “nadando” — sozinha, sem pesos extras.
11
Márcio Corrêa/MDB
O jovem emedebista não se contenta com o rótulo de “candidato de Daniel Vilela” e montou forte estrutura político-eleitoral em Anápolis, no Norte e no Sudoeste do Estado. É uma das principais apostas do MDB.
12
Matheus Ribeiro/PSDB
A cúpula do tucanato em público elogia três candidatos: Helio de Sousa (deputado estadual), Lêda Borges (deputada estadual) e Matheus Ribeiro (jornalista). Porém, nos bastidores, admite que a tendência é que apenas o ex-apresentador da TV Anhanguera será eleito. Note-se um detalhe: o trem-pagador do partido, o empresário Marcos Ermírio de Moraes (leia-se Grupo Votorantim), deu mais dinheiro ao repórter (800 mil reais) do que a qualquer outro candidato do partido. Recebeu também R$ 375 mil do fundo eleitoral do PSDB.
13
Professor Alcides/PL
O deputado federal, com habilidade, cuida apenas de sua campanha (e inclusive usa seus próprios recursos financeiros). Praticamente abandonou a candidatura de Gustavo Mendanha a governador, rejeitando a política do “abraço de afogados”. A tendência é que, se o PL eleger apenas dois parlamentares, um será ele, e o outro Gustavo Gayer. Se eleger três, a terceira vaga é de Magda Mofatto.
14
Rafael Gouveia/Republicanos
O partido Republicanos aposta que fará de dois a três deputados federais. O mais provável é que eleja dois (Jeferson Rodrigues e Rafael Gouveia) ou apenas um. Há três nomes brigando pela terceira vaga: Hildo do Candango (nome forte do Entorno de Brasília), Jovair Arantes (ex-deputado federal), Rodney Miranda, Sabrina Garcêz (forte em Goiânia, onde é vereadora) e Zé Antônio. A chapa é forte, por isso a possibilidade de se eleger três parlamentares.
15
Rubens Otoni/PT
O deputado federal não perde eleição porque tem voto em todo o Estado (83.063 votos em 2018). Ele não faz política apenas nas vésperas das eleições. Seu nome deveria ser Viajando Otoni, pois ele anda, o ano inteiro, por praticamente todo o Estado, conversando com as lideranças municipais tanto do PT quanto de outros partidos. Este ano pode ficar tanto em primeiro quanto em segundo lugar, dependendo da votação de Adriana Accorsi, entre os postulantes petistas.
16
Silvye Alves/União Brasil
Se todas as previsões estiverem certas, será a mais votada do pleito deste ano. A jornalista é articulada, fala bem e tem carisma. Quando chega nas feiras livres, as pessoas, comerciantes e consumidores, param para cumprimentá-la. Mulheres e crianças a cercam para fazer fotografias. Já está sendo chamada de “Delegado Waldir de saia” do pleito de 2022. A cúpula do Cidadania espera que obtenha mais de 200 mil votos e, junto com Zacharias Calil, contribua para a eleição de três deputados federais.
17
Zacharias Calil/União Brasil
O deputado federal e médico foi eleito, em 2018, com os próprios votos, praticamente sem precisar da coligação. A cúpula do União Brasil aposta que terá entre 150 e 200 mil votos. Ele é popularíssimo, mas quase não faz campanha, ao contrário de Silvye Alves, que não para um minuto.