1

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será eleito em primeiro turno. Ainda que uma maior abstenção deva ser registrada em seus redutos eleitorais – principalmente o Nordeste –, a campanha pelo voto útil provavelmente surtirá efeito a ponto de o petista conseguir a maioria dos votos válidos.

2

Jair Bolsonaro vai ter maioria dos votos apenas no Centro-Oeste. Tradicionalmente mais conservadora, a região é também o coração do agronegócio brasileiro, que foi o carro-chefe de apoio ao presidente durante todo o seu mandato.

3

A maioria dos deputados federais e senadores que se candidataram à reeleição será bem-sucedida. Boa parte desse “mérito” está no “poder de convencimento” da estrutura de campanha, que este ano foi anabolizada com o chamado orçamento secreto.

4

PT e PL farão as maiores bancadas do Congresso. O efeito da polarização na campanha presidencial tem tudo para contaminar as eleições proporcionais e gerar mais votos para as siglas dos dois antagonistas, Lula e Bolsonaro.  

5

No total, a centro-direita ficará, como sempre, com a maior parte das cadeiras. O Congresso terá predominância conservadora – sem aspas –, com a esquerda não tendo crescimento significativo. Ou seja, o Centrão vem forte (novamente).

6

Muitos bolsonaristas que viraram celebridades nas eleições municipais vão se eleger, para deputado federal. É o caso do mineiro Nikolas Ferreira (vereador), do cearense André Fernandes (vereador) e do goiano Gustavo Gayer (candidato a prefeito em Goiânia). Todos concorrem pelo PL.

7

Sérgio Moro (UB) perderá a eleição ao Senado do Paraná. O carrasco será um ex-admirador: o candidato à reeleição Álvaro Dias (Podemos), um dos principais responsáveis para articular a pré-candidatura a presidente do ex-juiz. A vida tem dessas coisas.

8

Eduardo Bolsonaro vencerá o duelo de deputado federal mais votado contra Guilherme Boulos. O “03” do presidente “tomou” o número (2222) que no PL era de Tiririca, ex-recordista de votos, havia três eleições em São Paulo. Mas o líder do PSOL deve fazer bonito.

9

Nomes históricos da política nacional retornarão à Câmara dos Deputados. Entre eles, Marina Silva (Rede-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ) e o senador José Serra (PSDB-SP). No Senado, a grande  novidade deve ser o gaúcho Olívio Dutra (PT), “desaposentado” da política.

10

A mais óbvia de todas: caso perca já no primeiro turno – como previsto aqui –, Bolsonaro não reconhecerá o resultado das eleições. Os passos para o discurso de fraude já estavam sendo dados no decorrer da semana passada. Resta saber de que tamanho será o imbróglio que vai provocar.