Por Thiago Burigato
O deputado estadual Júlio da Retífica, do PSDB, obteve mais de 27 mil votos, mas, dado o quociente eleitoral, não foi reeleito. Mas o governador Marconi Perillo teria dado garantia, a políticos do Norte goiano, que o tucano vai assumir o mandato.
Conta-se que Iris Rezende (PMDB) odeia tanto o governador Marconi Perillo (PSDB) que, ao fazer palavra cruzada, quando aparece “quem incendiou Roma”, o peemedebista tenta escrever “Marconi” e fica intrigado ao perceber que se exige quatro letras. De Nero. Durante os debates, fica-se com a impressão de que Iris Rezende acredita que todos os problemas de Goiás têm como responsável o tucano-chefe. A obsessão é tão grande que alguém próximo de Iris Rezende, como o inteligente e sensato Mauro Miranda, deveria recomendar-lhe sessões com um psicanalista.
Um ex-deputado do PMDB saiu com esta na semana passada: “Iris Rezende está destilando tanto veneno que, se for levado para o Instituto Butantan, ninguém achará estranho”. O ex-parlamentar acredita que, terminada a campanha, “terá de se tratar. O ódio excessivo deixa as pessoas doentes”.
O síndico de um edifício que fica ao lado do Restaurante Tribo, um dos mais descolados de Goiânia, no Setor Marista, está preocupado. Ele confidenciou a amigos que, como tem certeza que Iris Rezende será derrotado para governador de Goiás, acredita que o peemedebista-chefe vai querer ser síndico do prédio. Mas, em eleições limpas, é capaz de derrotá-lo, teria sugerido, levemente aliviado.
O primeiro turno foi o velório político de Iris Rezende. O segundo turno foi o enterro político do peemedebista-chefe.
Vanderlan Cardoso (PSB) está “crente” que Iris Rezende será candidato a prefeito de Goiânia. Quer dizer: será seu concorrente na disputa de 2016. Já Iris Rezende não acredita que Vanderlan Cardoso terá coragem de enfrentá-lo em Goiânia.
O empresário Júnior Friboi, que está processando Iris Rezende — com sua costumeira falta de habilidade para apresentar provas, o peemedebista-chefe, na hora agá, vai clamar por acordo —, não apenas decidiu votar no governador Marconi Perillo. Ele pediu votos para o tucano-chefe.
Iris Rezende persiste chateado com o deputado Ronaldo Caiado, do DEM, e com o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT. Ronaldo Caiado não conseguiu atrair Vanderlan Cardoso para sua campanha, no segundo turno. Porém, ao contrário do que dizem alguns peemedebistas, não procede que Ronaldo Caiado tenha garantido que conquistaria o apoio de Vanderlan Cardoso para Iris Rezende. Mas é verdadeiro que ele tentou atrair, sem sucesso, o empresário para a campanha do peemedebista. Paulo Garcia teria prometido que daria pelo menos 60 mil votos para Iris Araújo em Goiânia. Mas a deputada federal obteve apenas 66 mil votos... em todo o Estado. Mas, afinal, de quem Iris Rezende não está reclamando?
Um marqueteiro teria sugerido pôr o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, no programa eleitoral de Iris Rezende. Um irista, dos mais íntimos do peemedebista-chefe, praticamente gritou, irritado: “Quer derrotar Iris inclusive em Goiânia?!”
Na semana passada, jornalistas procuravam uma viv’alma no interior que estivesse trabalhando na campanha de Iris Rezende. Foi praticamente impossível. Havia a reclamação geral de que os peemedebistas de proa não passavam mais recursos financeiros e material de campanha para os articuladores da maioria das cidades.
Iris Rezende e Iris Araújo pretendem, um dia, se tiverem tempo, vingar-se dos prefeitos de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e de Jataí, Humberto Machado, ambos do PMDB. Os irisaraujistas sustentam que, disfarçadamente, Maguito Vilela e Humberto Machado trabalharam para o tucano Marconi Perillo. No caso de Maguito Vilela, talvez seja injusto. Mas o prefeito de Jataí não esconde que, entre Iris Rezende e o tucano-chefe, fica mesmo com o segundo.
O prefeito de Anápolis, João Gomes (PT), disse a um aliado que votaria em Marconi Perillo para governador. Já Antônio Gomide (PT), mesmo a contragosto, optou por Iris Rezende. Iristas contrapõem e dizem que Antônio Gomide, “mais uma vez, traiu Iris Rezende”. Eles garantem que o ex-prefeito não pediu votos para o peemedebista em Anápolis e em qualquer outro lugar.
Petistas goianos estão profundamente irritados com Iris Rezende. Eles alegam que o peemedebista não moveu uma palha em favor da presidente Dilma Rousseff. Um petista talvez tenha a interpretação mais precisa: “Ainda bem que Iris Rezende não pediu votos para Dilma Rousseff. Como é que um candidato que não consegue votos nem para si vai transferir votos para a presidente?”
Os irisaraujistas acreditam que Maguito Vilela pôs seu filho Daniel Vilela na disputa para deputado federal com o objetivo de derrotar e, mesmo, desmoralizar Iris Araújo. Na verdade, não é bem assim. Iris Araújo perdeu a eleição para deputada federal por agir de maneira arrogante com a base do PMDB.
Há uma crença generalizada, em setores do petismo, que o prefeito Paulo Garcia vai trabalhar, em tempo integral, para formatar a seguinte chapa para a Prefeitura de Goiânia em 2016: Iris Rezende (PMDB) para prefeito e Adriana Accorsi (PT) para vice-prefeita. Os críticos do peemedebismo no petismo avaliam que uma chapa Iris Rezende-Adriana Accorsi seria alta traição contra o PT. Uma verdadeira “operação cavalo de Troia”. Petistas mais articulados acreditam que o PT deve se afastar logo de Iris Rezende, que chamam de “caixão e vela preta”.