Por Tathyane Melo
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O Brasil se prepara para celebrar o seu 203º aniversário de Independência não com união, mas com um cisma político. No coração de Brasília, um aparato de segurança monumental, envolvendo 4.500 militares e um rigoroso sistema de vigilância com drones e 1.300 câmeras, será implementado não para conter uma ameaça externa, mas para mediar a guerra fratricida entre brasileiros.
Este 7 de Setembro, data que deveria simbolizar a soberania e a identidade nacional, será marcado por uma disputa entre partidos, que cooptam o simbolismo pátrio para seus embates ideológicos, revelando como a nação se perdeu em suas próprias divisões.
A origem desta crise remonta a uma estratégia da direita bolsonarista. Com Jair Bolsonaro em prisão domiciliar, aliados do ex-presidente, principalmente do PL, orquestraram um plano logístico para maximizar a presença em manifestações pelo país.
A tática envolve concentrar atos em capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília pela manhã, permitindo que lideranças viajem para o evento principal na Avenida Paulista, à tarde, considerado o epicentro dos protestos. Paralelamente, articularam a presença de Michelle Bolsonaro como a principal atração do ato em São Paulo, uma tentativa de galvanizar a base na ausência de seu principal líder.
Em resposta direta, partidos de esquerda e apoiadores do presidente Lula também convocaram suas próprias manifestações para a mesma data. A estratégia petista, por sua vez, busca reivindicar os símbolos nacionais, utilizando o slogan “Brasil soberano” e a bandeira verde e amarela, para defender uma agenda de resistência às pressões internacionais, notadamente do governo Trump, e apoiar as instituições democráticas.
Consequentemente, o que está sendo preparado não é uma celebração, mas um campo de batalha. De um lado, os bolsonaristas marcharão para criticar as investigações judiciais contra Bolsonaro, apoiar a aplicação da Lei Magnitsky contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como Alexandre de Moraes, e vocalizar seu alinhamento com a política externa de Donald Trump. Do outro, os petistas sairão às ruas para defender a soberania nacional contra o que veem como interferência norte-americana e para apoiar o governo atual e o Judiciário.
Este antagonismo transforma a data mais simbólica do calendário cívico brasileiro em um lugar de antagonismos partidários, perdendo completamente seu significado universal. O 7 de Setembro não pertence a um partido, a um presidente ou a uma ideologia; pertence a todos os brasileiros.
A data que deveria ser um ponto de união tornou-se o ápice de uma disputa que enfraquece a democracia e aliena o cidadão comum, que vê a política não como um meio de melhorar o país, mas como um fim em si mesma, um jogo de poder onde a pátria é apenas um prêmio a ser conquistado.
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