Por Nathália Barros
De um peemedebista jovem, que não é friboizista e é uma espécie de irista recalcitrante: “Júnior Friboi está se comportando como se o PMDB fosse uma unidade do JBS. Isto vai pegar mal, muito mal, na campanha eleitoral. Júnior não está percebendo, mas, já na sua pré-campanha, está fornecendo elementos para formatar as críticas de seus adversários”. O peemedebista sugere que Friboi parece avaliar que já “abateu” o PMDB e seus principais líderes.
De um marqueteiro experimentado: “Júnior Friboi (PMDB) não pode ser subestimado, até porque de fato é, ao lado de Antônio Gomide (PT), o novo na campanha deste ano. Mas, do ponto de vista das alianças e do marketing políticos, está cometendo um grave erro e ninguém parece alertá-lo enquanto é tempo. O empresário está sugerindo, em suas falas, que tudo sempre esteve errado em Goiás – tanto na fase do PMDB, com Iris Rezende, Henrique Santillo, Maguito Vilela, Naphtali Alves e Helenês Cândido, entre 1983 e 1998, quanto na era tucano-pepista, com Marconi Perillo, do PSDB, e com Alcides Rodrigues, ex-PP, de 1999 a 2014. Na campanha, se isto for bem explorado por seus adversários, Friboi pode ficar isolado politicamente”. O marqueteiro afirma que Friboi pode correr o risco de passar a imagem de arrogante. “Se fixar a imagem de que só ele sabe fazer as coisas direito, os goianos poderão entender que estão sendo chamados de ineptos e, até, de idiotas. Se quiser conquistar os goianos, o empresário também precisa admitir que alguma coisa foi feita de proveitosa no Estado.”
De um friboizista: “Vive-se uma situação complicada no peemedebismo. O problema é que, se Júnior Friboi for candidato a governador pelo PMDB, mas sem o apoio de Iris Rezende, o eleitor vai ficar com a impressão de que o ex-governador de Goiás e ex-prefeito de Goiânia estará dando um apoio discreto ao petista Antônio Gomide”. O friboizismo não teme tanto Gomide, frisando que não tem estrutura política nem recursos financeiros suficientes para fazer face a um adversário duro e competente como o governador Marconi Perillo. Ainda assim, teme que, se conseguir o apoio de Iris, mesmo que velado, pode-se tornar um forte candidato a governador.
Uma coisa é certa: o empresário Júnior Friboi pode até desistir da disputa – ele teria cogitado jogar a toalha em duas ocasiões –, abrindo espaço para Iris Rezende ser candidato a governador de Goiás, este ano, pelo PMDB. Porém, se depender de alguns de seus aliados, como Maguito Vilela, Leandro Vilela, Daniel Vilela, Pedro Chaves, José Essado, Wagner Siqueira, Sandro Mabel, José Essado, Eronildo Valadares, Marcelo Melo, o neopeemedebista não desiste aqui nem na China. São aliados peso-pesados e meio-pesados. Os peemedebistas sugerem que, sem Friboi no páreo, o PMDB pode não eleger o governador e poderá eleger a menor bancada de deputados estaduais e federais de história. Com Friboi candidato, acredita-se que, mesmo ele perdendo a eleição para governador, o partido fará uma grande bancada na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.
Os luas vermelhas de Antônio Gomide, pré-candidato do PT a governador de Goiás, mandam um recado seco para o PMDB: não vai alisar seu candidato na campanha. Para confrontar com o governador Marconi Perillo, apresentando-se como a alternativa real, o gomide-petismo terá de fazer a crítica ao peemedebismo... e vai fazê-la sem dó nem piedade. Acredita-se que, se alisar o PMDB no primeiro, para conquistar seu apoio em um possível segundo turno, o PT acabe ficando de fora do processo.
O pré-candidato do PT a governador de Goiás, Antônio Gomide, está mandando nada enviesado para o peemedebismo, sobretudo: seu alvo não é apenas o governador Marconi Perillo, do PSDB. Possivelmente, ao menos num primeiro momento, talvez no primeiro turno, o alvo será muito mais o PMDB.
O governador Marconi Perillo, do PSDB, o ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide, do PT, e o empresário Vanderlan Cardoso, do PSB, três pré-candidatos a governador de Goiás, não precisarão fazer esforço algum para colher farta documentação sobre os problemas trabalhistas da JBS-Friboi. A internet contém um verdadeiro maná sobre as ações de trabalhadores do grupo dirigido pela família do pré-candidato a governador de Goiás pelo PMDB, Júnior Friboi. Nos debates, Friboi dificilmente vai escapar da armadilha de seus adversários, que certamente perguntarão, de chofre, como vai lidar com o funcionalismo público. Se disser que vai tratá-lo bem, com novos aumentos salariais e planos de cargos e carreira, os adversários certamente vão apresentar o listão das centenas de ações trabalhistas, com valores altos, na casa dos milhões de reais. É possível que os servidores públicos fiquem assustados com o volume de ações trabalhistas e possivelmente farão a pergunta clássica: “Se Friboi não é bom para seus funcionários, por que será bom para nós?” As várias ações trabalhistas contra a JBS sugerem que o funcionalismo público vai observar Friboi com muito interesse.
Pré-candidato do PMDB a governador de Goiás, Júnior Friboi convocou alguns de seus principais aliados e pediu um “voto de silêncio”. Eles estariam falando demais e sem sintonia com as ideias do pré-candidato. “É o Felipão da política de Goiás”, brinca um deputado — numa referência ao técnico da Seleção Brasileira de futebol.
De um deputado do PMDB: “Iris Rezende é o melhor candidato para o PMDB. Mas não é o melhor candidato para os candidatos a deputado federal e a deputado estadual”. Razão: Iris não gera estrutura, especialmente financeira, para os candidatos a deputado.
O pré-candidato a governador de Goiás pelo PT, o dentista Antônio Gomide, disse ao Jornal Opção: “Anote e cobre depois — vou ser candidato a governador de Goiás e vou ser eleito. Quem duvidar disto pode estar cometendo um grande equívoco político”. No interior, o discurso de Gomide é de uma firmeza surpreendente. O PT goiano não quer se tornar uma espécie de refém ou escravo do PMDB. O partido quer manter sua identidade, não quer se tornar uma espécie de agregado político. A tese é aquela de sempre: time que não joga não tem torcida. E o PT não quer ser o Vila Nova (coadjuvante do Goiás e do Atlético) da política.
Estranheza da vida: uma pesquisa mostra que a população de Rio Verde “gosta” do prefeito Juraci Martins (PSD), mas “não aprova” sua administração. Tese sugerida: Juraci foi relativamente bem na gestão anterior, mas está fracassando na atual gestão. Porém, como é bonachão e não é corrupto, não tem rejeição pessoal. A aliados, Juraci diz que “suas” pesquisas lhe são favoráveis. Talvez não estejam sendo feitas em Rio Verde.
Ana Paula, filha de Iris Rezende e de Iris Araújo, garante que não será candidata a prefeita de Senador Canedo... em 2016. A jovem advogada prefere trabalhar nos bastidores como sustentação dos pais. Diplomática e inteligente, é craque na articulação política. E, do ponto de vista administrativo, gere com eficiência o escritório do casal Iris.
“O prefeito de Anápolis, João Gomes (PT), vai de ter rebolar muito para não deixar a peteca cair”, afirma um petista. “Se for mal, prejudica Antônio Gomide, pré-candidato do PT a governador de Goiás, e ajuda o governador Marconi Perillo”, admite um petista. O cartão de visita de Gomide é exatamente Anápolis.
A escolha de Bill O’Dwyer, empresário respeitável, para secretário da Indústria e Comércio sugere que o governador Marconi Perillo vai jogar pesado para obter uma votação expressiva em Anápolis. Bill O’Dwyer, hors concours em Anápolis, consegue agradar desde o grupo dos empresários Marcelo Limírio-Alexandre Baldy ao grupo de Ridoval Chiareloto. E não desagrada o Fórum Empresarial. Embora seja empresário, O’Dwyer nasceu para a diplomacia. Detalhe: o pai de O’Dwyer pai lutou na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) na Força Expedicionária Brasileira (FEB), ao lado dos aliados. Era um militar de grande bravura e foi condecorado.
O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) será um dos principais coordenadores da campanha presidencial de Aécio Neves no Centro-Oeste, notadamente em Goiás. O tucano Aécio Neves tem pesquisas que indicam que Caiado é visto como um dos políticos mais éticos do país, não só de Goiás. “Por que Caiado serve para apoiar Aécio Neves, mas não serve para obter o apoio do governador Marconi Perillo para senador?”, pergunta um líder democrata.