Por Euler de França Belém

[caption id="attachment_46273" align="aligncenter" width="620"] Deputado estadual Lissauer Vieira[/caption]
Pesquisas sobre a disputa eleitoral de Rio Verde sugerem que, no momento, há uma polarização entre Heuler Cruvinel, do PSD, e Paulo do Vale (se puder disputar), do PMDB.
Motivo: estão há mais tempo propagando que são “candidatos”, quer dizer, são os nomes mais conhecidos. Porém, quando se discute perspectiva de crescimento — e considerando que há indícios de que Heuler Cruvinel e Paulo do Vale têm um teto e, para ganhar, precisam de um “plus” que, no momento, não têm —, há uma surpresa: o nome do deputado Lissauer Vieira surge como uma espécie de fenômeno.
Na medida em que é apresentado como candidato, em que se sabe que tem o apoio da base do prefeito Juraci Martins, o parlamentar aparece como o pré-candidato que tende a deslanchar. Noutras palavras, é possível que seja o único capaz de romper a polarização, surgindo como fato novo, e assim ganhar as eleições.
É cedo para afirmações peremptórias, mas o fato é que Lissauer Vieira, por ser jovem e não ter desgaste pessoal, pode ser visto como a alternativa.

[caption id="attachment_47363" align="aligncenter" width="620"] Ilézio Inácio Ferreira e Júnior Friboi: os sócios do megaempreendimento | Foto: Henrique Alves[/caption]
O desgaste do Nexus em Goiânia, gestado por irregularidades, como um Estudo de Impacto de Vizinhança supostamente falsificado — que está sendo investigado pelo Ministério Público —, pode atrapalhar, em larga medida, a expansão dos negócios da Construtora Consciente, de Ilézio Inácio Ferreira, e da JFG Empreendimentos, de Júnior Friboi, tanto em Goiás quanto em outros Estados. Reputação é fundamental para quem negociar em praças desconhecidas.
Não há a menor dúvida de que Ilézio Inácio e Júnior Friboi são empreendedores competentes. Mas os problemas com o Nexus — shopping, hotel, salas comerciais e torre corporativa — sugerem, do ponto de vista da sociedade, que os empresários não respeitam as leis. Sugerem, sobretudo, arrogância e, até, cinismo.
Ilézio Inácio precisa desenvolver a consciência de que as palavras devem ter sentido verdadeiro, não podem tão-somente enfatizar lugares-comuns, escondendo, por vezes, inconsistência e, quiçá, inconsciência. Uma construtora que tem o nome de Consciente tem o dever de trabalhar estritamente dentro das leis, com Estudos de Impacto de Vizinhança e de Trânsito absolutamente sérios e transparentes.
Os gigantes às vezes começam a cair por causa de “pequenos” problemas e deslizes (como a suposta falsificação do Estudo de Impacto de Vizinhança). Ilézio Inácio por certo lembra-se que a Encol chegou a ser a maior construtora do Brasil e uma das maiores, senão a maior, da América Latina. E quem fala da Encol hoje? Só advogados e magistrados.

[caption id="attachment_40741" align="aligncenter" width="620"] Ex-prefeito de Anápolis Ernani de Paula[/caption]
O ex-prefeito de Anápolis Ernani de Paula esteve com o governador de Goiás, Marconi Perillo, na semana passada, e conversaram sobre política nacional e local. O líder do Pros em Anápolis relatou ao tucano-chefe que pretendia disputar mandato de vereador, mas que, ante o vazio político no município, pode disputar a prefeitura. “Marconi sugeriu que devo disputar mesmo e que é preciso ‘perseguir’ os sonhos.” Amigo de Aécio Neves e de Pimenta da Veiga, o político nascido em São Paulo, como Henrique Santillo e Adhemar Santillo, pretende ajudar Marconi Perillo no estabelecimento de um projeto político nacional.
Ernani de Paula, que mantém interlocução frequente com o empresário Marcelo Limírio, sogro do deputado federal Alexandre Baldy, do PSDB, é peremptório: “Estou convicto de que Baldy será candidato a prefeito de Anápolis porque percebe a cidade como trampolim para, adiante, disputar o governo do Estado. Ele me disse que será candidato e que não abre mão disso. Dado o fato de ter estrutura, num momento de crise e em que o financiamento da campanha será por pessoa física, está com a faca e o queijo nas mãos”.
Alexandre Baldy, segundo Ernani de Paula, já teria acertado o apoio de 12 partidos. “Procede que há partidos que não somam muito, mas cria-se um efeito psicológico de que o apoio é muito amplo. Além disso, quanto mais candidatos a vereador, mais se tem força eleitoral”, frisa o pré-candidato do Pros. “A diferença entre eu e Baldy é que tenho mais experiência, não piso mais em pau podre.”
No momento, Ernani de Paula está conversando com todos os pré-candidatos. “Falei com o vereador Fernando Cunha, mas não me parece que está com ‘pinta’ de candidato a um cargo majoritário. A tendência é que apoie a candidatura de Baldy.”
Quanto ao prefeito João Gomes, Ernani de Paula julga que o eleitorado vai avaliá-lo como integrante do PT. “O PT queima hoje até seus melhores candidatos. Outro problema é que João Gomes não conseguiu superar, em termos de gestão, a imagem do prefeito anterior, Antônio Gomide, o que enfraquece sua candidatura à reeleição. Para fortalecer sua imagem talvez trabalhe a ideia de que é mais empresário do que político.”
Frederico Jayme seria, na opinião de Ernani de Paula, “um excelente nome para a disputa. Mas não tem articulando na cidade”. José de Lima, avalia o ex-prefeito, não tem viabilidade eleitoral — estaria apenas se cacifando para a disputa de 2018. “Se candidato, o que vai dizer aos eleitores sobre o fato de que seu irmão é líder do governo na Câmara Municipal?”
Ernani de Paula sublinha que não subestima Carlos Antônio, que está deixando o Solidariedade. “Mas, se tem vários cargos na prefeitura, como vai criticar o prefeito João Gomes na campanha? O eleitor pode não entender. Na sexta-feira, 4, pela primeira ele falou mal da presidente Dilma Rousseff. Por que só agora? Soa como ‘oportunismo’. Visitei-o em seu escritório político. Cerca de 100 estavam na porta do escritório, sugerindo clientelismo, prática política antiga e superada. De qualquer forma, é preciso admitir que as pesquisas de intenção de votos apontam que não se trata de um candidato fraco.”
Sobre a política nacional, Ernani de Paula é enfático: “Assisti ascensões e quedas. A queda do PT é uma espécie de ruína do Império Romano esquerdista. Não há escapatória. O partido saiu do Paraíso, chegou ao Purgatório e está a caminho do Inferno. O único problema é que o PT não é Beatriz e, portanto, não tem um Dante Alighieri para guiá-lo; consequentemente, dificilmente escapará do, digamos, inferno astral”.
Máquina de fazer política, equiparável ao ex-deputado federal Luiz Bittencourt (PTB) — tanto que há quem o chame, em Anápolis, de Ernani “Bittencourt” de Paula —, o ex-prefeito parece ter o dom da ubiquidade. Agora, pôs no ar o site Anápolis 24 Horas (www.anapolis24horas.com.br) e vai inaugurar o Escritório de Políticas Públicas Henrique Santillo.
No plano nacional, Ernani de Paula frisa que as coisas estão feias para Geraldo Alckmin, governador de São Paulo. “O candidato do PSDB a presidente da República será Aécio Neves. Anote e me cobre depois. Seu vice pode ser o governador Marconi Perillo. O PT não tem escapatória: terá de bancar Lula da Silva. Só tem ele. Não tem outra alternativa. Ciro Gomes e Marina Silva devem disputar e são competitivos.”

[caption id="attachment_27736" align="aligncenter" width="620"] Fotos: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Há uma briga de foice no escuro no PMDB para saber quem vai ser vice de Iris Rezende na disputa para a Prefeitura de Goiânia. O favorito do peemedebista-chefe é Agenor Mariano. Mas Bruno Peixoto articula dia e noite, às vezes até de madrugada, para ser o vice. Aos que sugerem que o ex-prefeito não confia na sua independência e em relação ao governador Marconi Perillo, rebate que seu pai é irista desde criancinha.
Na opinião de um deputado, a disputa para ser vice de Iris Rezende é praticamente uma campanha à parte. “Se Agenor Mariano se apresenta como o ‘favorito de Iris”, Bruno tende a se apresentar como o favorito do partido”, afirma um deputado.
Quanto ao vice ser indicado pelo DEM, o mesmo deputado ressalta: “Se o senador Ronaldo Caiado disser que o vice vai ser do DEM, se fizer a imposição, Iris nem vai discutir — aceita na hora. Mas o que sei é que Caiado não vai impor nada, esperando, muito mais, o apoio do irismo para ele disputar o governo de Goiás em 2018”.

Ex-prefeito de Itaberaí, Wellington Baiano, do Solidariedade, foi condenado em segundo grau, depois perdeu o recurso especial e, agora, tenta um recurso extraordinário. “É o seu último suspiro”, diz um advogado.
Um aliado de Wellington Baiano acredita que é possível uma manobra judicial. O processo está nas mãos do desembargador João Waldeck. Resta saber se o recurso extraordinário “sobe” ou não para Brasília.
A condenação do ex-prefeito soma 13 anos — cinco anos por improbidade administrativa e oito anos pela ficha suja —, o que resulta que só pode disputar eleição em 2028.
A disputa para prefeito de Itaberaí deve ficar mesmo entre o prefeito Roberto Silva, do PP, e a ex-prefeita Rita de Cássia, do PSDB.

[caption id="attachment_26180" align="aligncenter" width="600"] Flávia, Marconi e Jânio: aliança?[/caption]
Sem recursos financeiros e com dívidas de campanhas anteriores — decorrentes de disputar eleições de dois em dois anos —, a deputada federal Flávia Morais (PDT) pode não ser candidata a prefeita de Trindade, em 2016.
Seu grupo avalia que ainda é cedo para definir um posicionamento, mas há indícios, cada vez mais fortes, de que a parlamentar, que tem uma capacidade de trabalho extraordinária, estaria articulando uma aproximação com Jânio Darrot (PSDB). Ela apoiaria sua reeleição, teria sua eleição em 2018 bancada pelo prefeito e poderia disputar a prefeitura em 2020. Darrot, que conseguiu organizar a máquina pública, que havia sido arrasada pelo ex-prefeito Ricardo Fortunato, começa a deslanchar.
O acordo entre Jânio Darrot e Flávia Morais tem a bênção do governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB. Se fechado, será um problema a menos para a base do governo.

[caption id="attachment_31866" align="aligncenter" width="620"] Edward Madureira: brevemente, o ex-reitor da UFG deve ser um dos
destaques do governo federal | Foto: Dermeval Saviani / UFG[/caption]
“Muito barulho por nada.” Este poderia ser o lema do PMDB, que criticou o deputado federal Daniel Vilela por ter indicado o professor-doutor Edward Madureira, ex-reitor da Universidade Federal de Goiás, para o cargo de secretário de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social.
Entende-se parte da “grita” do peemedebismo nacional, pois seus integrantes, por desconhecimento, não sabem que não se trata apenas de um “político do PT”, como disseram, ocupando um “espaço” dos aliados do vice-presidente Michel Temer. Edward é político — primeiro suplente de deputado federal —, mas é, sobretudo, um técnico altamente qualificado e pragmático. Ele sabe “arrancar” ideias do papel e transformá-las em ações. Sua escolha foi, portanto, um ato de inteligência, independência mental e descortino do parlamentar goiano. O ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, está satisfeito com a eficiência e a capacidade de trabalho de seu subordinado.

[caption id="attachment_52006" align="aligncenter" width="620"] Foto: Yocihar Maeda[/caption]
O presidente do PT em Goiânia, deputado estadual Luis Cesar Bueno, diz que o partido vai financiar pesquisas eleitorais para contribuir no afunilamento e definição do candidato a prefeito da capital. “Nós vamos trabalhar intensamente para o candidato que for escolhido”, sublinha o petista. “Para enfrentar um candidato como Iris Rezende, apontado como favorito, precisamos de pesquisas qualitativas.”
Luis Cesar não exclui Edward Madureira, mas a maioria dos petistas avalia que, ao aceitar um cargo federal e na cota do PMDB, dificilmente o ex-reitor da UFG terá condições de ser candidato em Goiânia, onde o principal adversário do partido é o peemedebista-chefe Iris Rezende. “Edward é um dos grandes valores do partido”, contemporiza o deputado estadual.
O petista sublinha que é visível que o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, está numa “boa” fase. “Paulo e o PT vão ser protagonistas nas eleições de 2016, apesar de todo o desgaste nacional do partido. Paulo avalia que, do ponto de vista eleitoral, as coisas só começam a ficar claras a partir de abril. Por enquanto, o que há, no geral, é jogo de cena, mas não definições. O que parece muito sólido hoje amanhã poderá estar enfraquecido e o que parece fragilizado pode se tornar forte.”
Paulo Garcia, frisa Luis Cesar, “vai reorganizar o centro de Goiânia e está fazendo um belo trabalho na periferia”. O deputado avalia que “tentar isolar e ‘emparedar’ Paulo, como parte do PMDB está tentando fazer, é um equívoco. A gestão do prefeito está cada vez melhor e isto é visível para todos. Inicialmente, são os formadores de opinião que percebem o fato e vão comentando, mas, aos poucos, toda a sociedade vai percebendo que se está trabalhando, e muito, para melhorar a cidade, para requalificá-la”.
A presidente Dilma Rousseff, na opinião de Luis Cesar, “não vai sofrer impeachment. Ao ter Eduardo Cunha como propositor, matou-se, por assim dizer, a ideia de impedimento. O petismo sabe se mobilizar para a ‘guerra’ e, por isso, vai mostrar que a presidente tem apoio público para continuar administrando o país e melhorando a vida da maioria das pessoas”.

Acredita-se que, para derrotar Ernesto Roller (PMDB), na disputa pela Prefeitura de Formosa, só um milagre ou um quase-santo. Há quem queira lançar padre Mário Vieira para prefeito, com a missão de enfrentar o peemedebista. O religioso não sugere que pretende disputar. Se concorrer e atrair o presidente da Câmara Municipal, Jurandir Alves, para a vice, tem chance de ser eleito.

Não se trata de metáfora a respeito de uma possível queda eleitoral. Na verdade, o prefeito de Águas Lindas, Hildo do Candango, sofreu um grave acidente doméstico na semana passada. O piso de sua residência estava molhado e Hildo do Candango escorreu e caiu de costas. O prefeito fraturou três vértebras e está imobilizado por um colete. Mesmo assim, Hildo do Candango continua fazendo política. Seu principal rival na disputa pela prefeitura tende a ser o ex-prefeito Geraldo Messias. Vai ser uma guerra de gigantes.

O PSDB é forte no Entorno do Distrito Federal, pelo fato de que tem o governador do Estado. Mas a situação do partido não é nada fácil. É muito provável que o partido eleja apenas um prefeito na região — o de Luziânia. Marcelo Melo é hors concours.

Algumas empreiteiras goianas estão demitindo funcionários. Alegam que não têm caixa para bancá-los. Construtoras de edifícios também estão demitindo trabalhadores. Algumas imobiliários alegam que estão com dificuldades. Há imóveis sobrando para aluguel.

O empresário Vanderlan Cardoso, pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSB, vendeu seu avião King e comprou um Sêneca. Especula-se que, como o King era usado para viajar para outros Estados, para fiscalizar as empresas, Vanderlan Cardoso, apesar das negativas, estaria mesmo vendendo seus negócios para fundos americanos. O King é o avião que gerou conflitos com Iris Araújo. Quando deputada, assim que Vanderlan Cardoso filiou-se ao PMDB, a mulher de Iris Rezende estaria usando o avião do empresário para se locomover no Estado, o que o desagradou. A informação, repassada ao Jornal Opção por um ex-secretário de Vanderlan Cardoso, é contestada pelo ex-prefeito de Senador Canedo. Ele diz que Iris Araújo não usava seu avião, pois tem sua própria aeronave. E acrescentou que, se ela precisasse, ele emprestaria o avião sem nenhum problema.

Os produtores de leite de Goiás estão à beira de uma insurreição. Eles alegam que a Celg não consegue fornecer energia de qualidade. Falta energia com frequência. Nas regiões de Piracanjuba e Porangatu, produtores estão jogando leite fora, o que acarreta prejuízos. Um produtor de Porangatu relata que, na zona rural, chega faltar energia durante uma a semana. Não há, entre os produtores, quem não defenda a privatização imediata da Celg.

[caption id="attachment_53684" align="aligncenter" width="620"] Edward Madureira, Marina Sant'Anna, Olavo Noleto, Nelcivone Melo, Neyde Aparecida e Mauro Rubem: de olho na Câmara | Fotos: Jornal Opção / reprodução / Facebook[/caption]
O presidente metropolitano do PT, Luis Cesar Bueno, afirma que o partido vai lançar uma seleção de notáveis para vereador em Goiânia. Por dois motivos. Primeiro, para alavancar a candidatura a prefeito. Segundo, para que, eleito o prefeito, se tenha uma bancada leal e propositiva.
Entre os notáveis sugeridos por Luis Cesar estão: Serjão Dias, Cidinha, Mauro Rubem, Pedro Wilson, Edward Madureira, Marina Sant’Anna, Olavo Noleto, Osmar Magalhães, Valdi Camarcio, Neyde Aparecida, Nelcivone Melo e Carlos Soares. “O partido precisa deles e, com esta seleção, tende a eleger pelo menos cinco vereadores.”