Por Euler de França Belém

[caption id="attachment_14395" align="alignleft" width="620"] Montagem[/caption]
Na sabatina do jornal “O Popular”, realizada na quarta-feira, 3, o candidato do PMDB a governador de Goiás, Iris Rezende, voltou a desafiar o empresário Carlos Cachoeira. “Eu não debato com bandido. Essas cartas saem do Palácio (das Esmeraldas). Por que ele [Carlos Cachoeira] não vem debater de frente comigo?” Na verdade, Carlos Cachoeira, que tem assessor de imprensa, publicou não uma carta, e sim um artigo no “Diário da Manhã”, no qual chamou o ex-prefeito de Goiânia de “pilantra ninja”.
A entrevista de Iris Rezende rompe um suposto pacto de silêncio dele com Carlos Cachoeira. O empresário agora tem de vir a público apresentar as provas das ligações do peemedebista com Fernando Cavendish e Cláudio Abreu e revelar detalhes de negócios aparentemente poucos católicos. O dono e o diretor da Delta estiveram com Iris Rezende, numa de suas fazendas, e teria sido filmado e fotografado por meio de um iPad. Eles estariam pescando.
Sobre sua ligação com a Delta Construções, de Fernando Cavendish, Iris Rezende atacou com virulência: “Ela (a Delta) não estava prostituída nesta época. Eles é que fizeram isso em seu governo” (referência a contratos da Delta com o governo de Goiás, curiosamente em valores bem menores do que os feitos por Iris Rezende e o PT de Anápolis). Não lhe foi perguntado e, por isso, Iris Rezende não pôde responder: como ele sabe o momento exato em que a Delta supostamente “prostituiu-se”?
Um desafio Iris Rezende não aceitou. O ex-deputado Frederico Jayme, do PMDB, cobra que apresente a relação de seus bens antes de 1983, quando assumiu o governo de Goiás, e depois deste ano.
Marconi Perillo, Valério Perillo e Vilmar Rocha participam da abertura da Casa Digital que vai ampliar comunicação dos jovens da base governista
A empresária Magda Mofatto, que faz uma campanha milionária, entrou de sola na região Nordeste de Goiás. Mas, segundo prefeitos, vereadores e líderes locais, os nomes política e eleitoralmente mais consistentes na região para deputado federal são, pela ordem, Pedro Chaves, do PMDB, Giuseppe Vecci, do PSDB, e Eurípedes Júnior, do Pros. De qualquer maneira, Magda aparece como quarta colocada na lista dos mandachuvas da região.
Quando se trata de eleição para deputado estadual, o PT aposta mais em Goiânia, Anápolis e Entorno do Distrito Federal. Entretanto, uma das surpresas eleitorais deste ano pode ser do Nordeste goiano. O petista Ivon Valente, de Posse, é um dos nomes fortes da região. Talvez o mais forte. O PT deveria apoiar Ivon Valente com mais empenho porque, das vidas secas do Nordeste, pode ser eleito um deputado que, além de tudo, é consistente politicamente.
Podem falar mal. Podem falar bem. O fato é que o site Goiás 24 Horas não deixa ninguém indiferente. Seus redatores seguem o estilo pauleira, às vezes chique, de Bernard Shaw, Karl Kraus e H. L. Mencken. São divertidos, cáusticos e inteligentes. Virou febre e, dizem, é mais lido por aqueles que amam odiá-lo.
O site é demolidor. Dizem que é parcial, que não é independente. Não é. Mas quem acredita mesmo em independência jornalística costuma acreditar em fábula, curupira, saci- pererê, mula de duas cabeças e até em alma penada.
O diretor de redação da revista “CartaCapital”, Mino Carta, assumiu que apoia a candidatura da presidente Dilma Rousseff, do PT. Não há problema algum. A revista não piora nem melhorar devido a sua adesão ao PT e ao Lulopetismo.
A “Veja” e a “Folha de S. Paulo” apoiavam Aécio Neves. Escrevi “apoiavam”? Ah, sim, os proprietários e editores das duas publicações abandonaram a candidatura do senador mineiro e não sabem se ficam com Dilma Rousseff, a previsível (apesar da tentativa de controlar a imprensa), ou, por realismo, com Marina Silva, a incógnita. Na dúvida, ficam de olho nas pesquisas.
No jornalismo televisual é difícil dizer que há alguém com mais experiência do que a mineira Alice-Maria Tavares Reiniger, de 69 anos. A qualidade o jornalismo da TV Globo deve muito à competência e ao profissionalismo de Alice-Maria, que decidiu se aposentar, nesta semana, depois de uma carreira intensa e produtiva na Rede Globo.
Alice-Maria — que, ao modo de Gustave Flaubert, poderia dizer “o jornalismo da Globo sou eu” — formou-se em jornalismo na Faculdade Nacional de Filosofia (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em 1966, e nesse ano entrou para a Rede Globo de Televisão como estagiária. Lá, dadas sua competência e responsabilidade, se tornou a primeira mulher a assumir o cargo de diretora-executiva da Central Globo de Jornalismo. A criação do Jornal Nacional, da qual foi editora-chefe, passou por suas mãos. Criou também, com outros profissionais, como Armando Nogueira, o “Hoje”, o “Jornal da Globo”, o “Globo Repórter”, o “Globo Rural”, o “Bom Dia Brasil” e o “Fantástico”.
Em 1990, deixou, ao lado de Armando Nogueira, a Globo. Mas voltou em 1996 para implantar a GloboNews, outro sucesso do empreendimento da família Marinho graças, em larga medida, ao “dedo de ouro” de Alice-Maria.
(Antônio Faleiros, no centro, com diretores Rodrigo Teixeira, Ricardo Haddad, Rafael Haddad e Elézer Ataídes, do Hospital Renaissance: área da saúde quer ter representante na Câmara dos Deputados)
Em Goiânia e região metropolitana, o ex-secretário de Saúde Antônio Faleiros tem concentrado sua campanha em visitas a clínicas e hospitais, onde tem recebido apoio maciço de colegas médicos, empresários hospitalares e servidores. Nas conversas com os médicos e funcionários das unidades, ele sempre ressalta que quer ser o representante da saúde na Câmara dos Deputados.
E quem conhece uma pessoa pode dar o melhor testemunho sobre ela. E um testemunho mais que categorizado sobre Antônio Faleiros é do proprietário do Hospital Renaissance, médico Rafael Haddad. Segundo Haddad, ninguém melhor para representar a saúde do que uma pessoa responsável e experiente como Faleiros. “Ele está preparado para mudar a saúde do nosso país. Exemplo disso foi a sua luta como secretário de Saúde.”

O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT, aproximou-se ainda mais do candidato do PMDB a governador de Goiás, Iris Rezende, nos últimos dias. Há certa lógica na sua ação. Primeiro, se Marina Silva, do PSB, for eleita presidente da República, o prefeito goianiense perde o apoio do governo federal. Marina é a favorita e certamente não o boicotará, mas não lhe dará, como tem ocorrido com Dilma Rousseff, tratamento privilegiado, diferenciado. Segundo, se o governador Marconi Perillo for reeleito, o petista continuará sem o seu apoio. O tucano-chefe tentou uma aproximação, mas, dada sua ligação com Iris Rezende — que se tornou seu herói e padrinho político (muito acima de Lula da Silva) —, Paulo Garcia mantém-se afastado. Marconi é favoritíssimo. Com a popularidade em baixa, segundo pesquisa do Instituto Serpes, Paulo Garcia, sem o apoio dos governos federal e estadual, terá dificuldade para concluir seu mandato (com o apoio de Dilma Rousseff, ele não vai muito bem).Os goianienses torcem para que se dê o contrário, mas não é remota a possibilidade de que saia com a imagem pior do que a de Pedro Wilson. Concluindo: é a expectativa de ficar isolado que está levando Paulo Garcia, inclusive com seu marqueteiro, Renato Monteiro, para a campanha de Iris Rezende — e cristianizando o candidato do PT a governador, Antônio Gomide.
(Acima, Iris Rezende e o marqueteiro Dimas Tomas: contenção de gastos)
O candidato ao governo de Goiás pelo PMDB, Iris Rezende, mandou demitir mais de 20 profissionais de sua equipe de comunicação. O marqueteiro da campanha peemedebista, Dimas Thomas, da agência Fórum TV Mais, responsável pelas contratações, alegou, ao promover as demissões, que não havia recursos disponíveis para pagar a equipe e que o PMDB havia decidido priorizar outras áreas (publicidade-programa de televisão e carreatas). Os produtores, repórteres, fotógrafos, maquiadora e locutora demitidos haviam acertado com o marqueteiro que receberiam salários até setembro. No entanto, receberam cheques — como estavam cruzados não puderam ser descontados no caixa; foram depositados — referentes apenas ao salário de agosto. O mês de setembro, como não houve trabalho prestado, não será pago. Porém, como havia sido pactuado, os profissionais querem recebê-lo integralmente e, se necessário, recorrerão à Justiça. Eles prometem denunciar o possível “calote” em praça pública. “Se o PMDB trata mal os funcionários que articularam sua campanha na televisão e no rádio, deixando de pagá-los, imagine o que, no poder, não fará como os servidores públicos”, afirma um dos demitidos, que prefere o anonimato por recear retaliações. “Estou numa terra estranha e sei que alguns peemedebistas têm fama de perseguidores”, acrescenta.
Na terça-feira, 2, ao procurarem a produtora da campanha, em busca de seus direitos, os demitidos foram informados que já receberam agosto e, portanto, não têm mais o que receber. Foram surpreendidos com a presença de seguranças, que os impediram de entrar na produtora. Os profissionais também estão sendo “expulsos” do hotel, pois o PMDB informou que não vai mais pagar a hospedagem.

Acatando solicitação do candidato do PMDB a governador de Goiás, Iris Rezende (foto), o marqueteiro da campanha, Dimas Thomas, da Fórum TV Mais, demitiu vários profissionais da área de comunicação. Alega-se que um deputado federal deixou de repassar recursos e por isso a empresa de Dimas Thomas não tem como honrar os compromissos. Iris e sua equipe decidiram que vão concentrar recursos no programa de televisão, nas carretas e adesivaços.
1 — Adriana Moraes — Repórter. De Goiás
2 — Ana Paula Simiema
3 — Antônio H. — Assistente de Câmara
4 — Bárbara Souza — Maquiadora. Do Distrito Federal
5 — Benigno André — Diretor de fotografia
6 — Bianca Benetti — Repórter. De Goiás
7 — Elias — Cinegrafista. De São Paulo
8 — Fernando Augusto — Primeiro assistente de Câmera
9 — Gisele Faria — Locutora de rádio. De São Paulo
10 — Januário Leal — Assistente de produção e motorista.
11 — Kellen Casara — Primeira assistente de produção
12 — Marilane Correntino — Repórter. De Goiás
13 — Omar — Produtor de elenco.
14 — Patrícia Augusta Barbosa — Planejamento de mídia.
15 — Paulo Rogério — Produtor de arte. De Goiás
16 — Sandro Pereira — Editor de imagem. De Goiás
17 — Thiago Bittencourt — Técnico de som. De São Paulo
18 — Valéria Almeida — Repórter. De Goiás
(Há mais demitidos e pelo menos mais uma profissional deve pedir demissão.)
Na disputa para presidente da República, desde 2002, o PSDB perdeu três eleições consecutivas para o PT do ex-presidente Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff. Caminha para perder a quarta, e para uma ex-petista, Marina Silva, do PSB.
Acreditava-se que o problema era o fato de o PSDB ser paulista demais. O paulistocentrismo do tucanato seria o principal responsável pelas derrotas eleitorais. Agora, com Aécio Neves — de Minas Gerais —, uma candidatura que nasceu em confronto com o paulistucanismo, percebe-se que o problema não é a terra de Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. O problema é mais grave: é o próprio PSDB.
O PSDB é um partido que não conseguiu enraizar-se socialmente e parece distante das batalhas e interesses da sociedade brasileira. Parece elitista, mas não é só isso. Nem a elite tolera mais o partido, que está deixando de ser, no plano nacional, uma alternativa eleitoral. Tanto que, de repente, Marina Silva está desbancando a candidata governista, Dilma Rousseff, e, como prova da solidez da democracia e do mercado privado, não se pode falar em crise alguma. Sua ascensão nas pesquisas de intenção de voto não provocou abalo nas bolsas. Ao contrário, a bolsa de valores aprovou a líder do PSB-Rede Sustentabilidade.
A jornalista Janete Ferreira, uma workaholic, está deixando o cargo de gerente de Comunicações Eletrônicas na Agência de Comunicação do governo de Goiás (Agecom). Ela vai se dedicar à assessoria de imprensa para advogados. Ao mesmo tempo, estuda Direito e pretende ser promotora ou juíza. Obstinada como é, será o que quiser.
Você está deixando o jornalismo para se dedicar à advocacia?
Ainda não posso advogar, pois estou no terceiro período do curso de Direito. Vou assessorar advogados (na área da imprensa).
Estou com dr. Miguel Cançado [ex-presidente da OAB-Goiás], que me apresentou ao mundo jurídico, com o dr. Flávio Buonaduce e fechando com outros escritórios.
Estou ainda trabalhando no jornalismo mas me preparando para ser juíza ou promotora. Esta é minha meta.
O prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (PDT), diz que faz duas apostas. Primeira: vai ter segundo turno na disputa pelo governo de Goiás. Segunda: o segundo turno terá o governador Marconi Perillo, do PSDB, e o ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso, do PSB.
“Iris Rezende está caindo em todo o Estado, pois os eleitores perceberam que não tem condições de derrotar Marconi. Vanderlan vai colar em Iris e, em seguida, vai passá-lo”, afirma Misael Oliveira. Ele aposta no efeito Marina Silva. “No meio do caminho não tem uma pedra — tem o povo”, acrescenta, enigmático.
Misael Oliveira é o único líder importante do PDT de Goiás que apoia Vanderlan Cardoso. Os demais, como a deputada Flávia Morais e o prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda, estão na campanha de Marconi Perillo.
O fracasso nacional devolve o tucano Aécio Neves à política de Minas Gerais. Ciente de que sua situação é complicada, com aliados embarcando na candidatura de Marina Silva (PSB), discreta ou acintosamente, o tucano deve concentrar seus esforços, nos próximos dias, na política de Minas Gerais. Aécio Neves não quer perder o controle do governo em Minas Gerais. No momento, o petista Fernando Pimentel — aliado da presidente Dilma Rousseff — é o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, superando Pimenta da Veiga, tucano bancado e imposto por Aécio Neves. Aliados de Pimenta da Veiga avaliam que sua situação só não é melhor porque, concentrado na política nacional, Aécio Neves aparece pouco nos seus palanques, no interior de Minas. Aparece, é fato, nos programas de televisão. Mas, como está visitando o país, negligenciou a política local. Entretanto, com o esvaziamento nacional, Aécio Neves deve voltar-se com unhas, dentes, pés e mãos para a política de Minas. Agora, é hora de pôr o retrato na parede e tentar colocar Pimenta da Veiga no governo. Porque, se não fizer o governador de Minas, Aécio Neves, embora senador, se tornará mais fragilizado na política nacional, sobretudo agora quanto o tucanato de São Paulo começa a embarcar na campanha de Marina Silva. Neto de Tancredo Neves, Aécio Neves sabe que só é forte na corte quem é forte na província.

O candidato do PSDB a presidente da República, Aécio Neves, foi para o espaço. Tanto que o coordenador de sua campanha, o senador Agripino Maia, do DEM, admitiu que a aliança tucano-democrata deve apostar tudo em Marina Silva no segundo turno. Que Aécio Neves está fora do páreo — dados a ascensão de Marina Silva e o fato de que a presidente Dilma Rousseff, mesmo fragilizada, tende a ir para o segundo turno —, todos sabem. Agripino Maia apenas disse a verdade. Agora, o que todos temem é que Marina Silva seja eleita no primeiro turno. Se isto acontecer, ela poderá amarrar alianças apenas quando assumir o mandato. No entanto, se for para o segundo turno, partidos políticos como o PSDB e o DEM poderão ocupar um espaço maior tanto na campanha quanto num eventual governo. O PSDB quer se tornar o PMDB do governo Marina Silva. E o DEM, claro, quer uma boquinha. Mas há políticos do DEM, como o deputado federal Ronaldo Caiado, que querem ver o demônio mas não aceitam apoiar Marina Silva.