Por Euler de França Belém
Consta que até Vanderlan Cardoso (PSB) arrependeu-se de não ter participado da campanha de Marconi Perillo no segundo turno. Vanderlan Cardoso tem suas “diferenças” política com o tucano-chefe, mas avalia que é um político muito mais moderno do que Iris Rezende.
Se Iris Rezende, do PMDB, e Vanderlan Cardoso, do PSB, forem candidatos a prefeito de Goiânia, em 2016, Ronaldo Caiado apoiará o primeiro. É o que dizem peemedebistas. Ronaldo Caiado quer o apoio de Iris Rezende para a disputa do governo do Estado de Goiás em 2018.
Tese de peemedebistas, caiadistas e petistas: em 2018, sem Marconi Perillo na disputa pelo governo do Estado, todos os candidatos “são japonseses”. Tende a ganhar o que candidato que se apresentar como continuador do processo de modernização. Aquele se apresentar como agente da ruptura tende a ser derrotado. Marconi é como Lula da Silva no país. Um mito, ou quase um mito.
Há quem aposte que, em setembro de 2015, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, pode trocar o PT pelo PMDB de Iris Rezende. Acredita-se que Paulo Garcia só não deixa o PT se Iris Rezende confirmar que não vai disputar a Prefeitura de Goiânia em 2016.
Iris Rezende pode surpreender e apoiar Agenor Mariano (PMDB) para prefeito de Goiânia. Agenor Mariano é vice de Paulo Garcia e, segundo aliados, tem mais tino administrativo, até por ser empresário. Ele foi secretário de Administração na gestão de Iris Rezende. Era considerado “eficiente” e “decidido”. Não fica só fazendo reuniões.
O hobby da presidente Dilma Rousseff é estudar sobre pintura. Sabe quase tudo sobre pintores internacionais e nacionais. Segundo um petista, o governador Marconi Perillo deu-lhe de presente um quadro de Siron Franco. A petista-chefe teria ficado extremamente contente e agradecida.
O deputado estadual Francisco Gedda, derrotado na disputa da reeleição, é cotado para um assumir um cargo na Prefeitura de Goiânia ou na Prefeitura de Jataí. O prefeito da capital, Paulo Garcia, tem apreço por Francisco Gedda e por seu partido, o PTN.
Há quem aposte que, em setembro de 2015, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, pode trocar o PT pelo PMDB de Iris Rezende. Acredita-se que Paulo Garcia só não deixa o PT se Iris Rezende confirmar que não vai disputar a Prefeitura de Goiânia em 2016.
De um peemedebista heterodoxo: “Iris Rezende odeia o governador Marconi Perillo e o PMDB odeia Iris Araújo”. Peemedebistas, embora avaliem que Iris Rezende está superado e que esta é a principal causa de sua derrota para governador — não seria ter poucos recursos financeiros, como sempre conclui, condescendente consigo mesmo, o peemedebista-chefe —, o respeitam. Mas não toleram nem conversar dois minutos com Iris Rezende. Há um ódio represado contra Iris Araújo que só agora está vindo à tona. Maguito Vilela, Humberto Machado, Marcelo Melo e Pedro Chaves querem ver o diabo, mas não querem cinco minutos de prosa com a deputada federal.
De um integrante da Academia Goiana de Letras: “Iris Rezende, aposentado e aos 81, finalmente terá tempo para ler ‘O Pequeno Príncipe’, ‘Poliana Moça’ e ‘Meu Pé de Laranja Lima’”. O escritor sugere, com a ironia, que Iris Rezende não é dado a leituras. Relatórios com mais de duas páginas o cansam. O peemedebista-chefe, segundo o escritor, cultiva a ignorância cultural. Talvez seja um excesso crítico do membro da AGL.
O presidente do PSC, Joaquim Liminha, aposta que Vanderlan Cardoso deve ser candidato a prefeito de Goiânia. “E vai ganhar”, aposta. “Vanderlan não tem de dar satisfações a Iris Rezende sobre sua possível candidatura a prefeito de Goiânia.” Joaquim Liminha frisa que Goiânia “não é feudo de Iris Rezende. A capital não tem dono e Vanderlan Cardoso tem alto índice de aprovação entre seus eleitores”.
“O Popular” plantou uma nota, a pedido de iristas, garantindo que Iris Rezende estava “tranquilo” e, até, “feliz”. A informação é falsa. (A nota não deve ter sido feita por Jarbas Rodrigues Júnior, que sabe das coisas.) Parentes dizem que Iris Rezende, embora resignado, está “tristíssimo”. Frequentemente, pergunta-se porque foi “castigado quatro vezes seguidas por Deus”. Depois, menos exaltado, deixa de “culpar” Deus e passa a dizer que sua campanha não tinha recursos financeiros suficientes. Em nenhum momento Iris Rezende faz a autocrítica correta, assumindo que nada tem a ver com o eleitorado moderno de Goiás.
Iris Rezende não ganha eleições em disputas estaduais desde 1998. O peemedebista-chefe perdeu três eleições para governador — para Marconi Perillo — e uma eleição para senador. Conseguiu ser eleito prefeito de Goiânia duas vezes — e só.
O fogo amigo está cada vez mais cerrado na Secretaria da Saúde da Prefeitura de Rio Verde. O alvo é o secretário Francisco Barreto Filho. O atirador de elite seria, por vias indiretas, o secretário de Habitação, Leonardo Fonseca (PSD), vereador licenciado. Curiosamente, o pai de Leonardo Fonseca, Osvaldo Fonseca, é chefe de gabinete do deputado federal Heuler Cruvinel (PSD), mui amigo do prefeito Juraci Martins (PSD).
Na “Carta a Edward Warrington”, de 16 de janeiro de 1787, o presidente Thomas Jefferson (1743-1826), escreveu: “Se dependesse de decisão minha termos um governo sem jornais ou jornais sem um governo, não hesitaria um momento em preferir a segunda alternativa”. Franklin Martins e Rui Falcão, mais petistas do que jornalistas, divergem de Jefferson, avaliado, quem sabe, como démodé. A dupla e seus aliados, usando como pretexto uma reportagem da “Veja” — que revela, baseada em depoimento do doleiro Alberto Youssef, que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula da Silva sabiam dos malfeitos no Petrobrás —, querem regular a mídia. Um parêntese: só o mais néscio dos nefelibatas pode acreditar que uma presidente da República, que recebe informações da Polícia Federal, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e de fontes variadas, não sabe, às vezes não detalhadamente, o que ocorre numa multinacional estatal gigante como a Petrobrás. Quem leu a matéria atenta e cautelosamente deve ter percebido que não é excessiva e, se diz que os petistas-chefes sabiam dos esquemas corruptos, não acrescenta que estavam ou estão envolvidos. Não há indícios de que Dilma Rousseff e Lula da Silva estejam envolvidos em falcatruas. Ao concentrar fogo na “Veja”, a militância petista escondeu que o jornal “Folha de S. Paulo” confirmou que, de fato, o doleiro havia dito que os dois petistas sabiam das práticas de bas-fond na Petrobrás. A “deixa” da “Veja” serviu para azeitar o projeto-vingança contra a imprensa que rejeita a tutela petista. Dilma Rousseff — que tende a ser mais moderada — rejeitava, na maior parte do primeiro mandato, e com isso contrariava os reds petistas, a regulação da mídia. Agora, irritada com a “Veja” e, na verdade, com a imprensa em geral — que, efetivamente, torceu pela vitória de Aécio Neves —, a presidente disse que vai mandar para o Congresso Nacional um projeto de regulação econômica da mídia. “Eu não vou regulamentar a mídia no sentido de interferir na liberdade de expressão. Eu vivi sob a ditadura e, por viver sob a ditadura, eu sei o imenso valor da liberdade de imprensa”, desconversou a presidente. Em tese, o projeto não visa censurar jornais e revistas e controlar sua linha editorial. Em tese. O petismo e a presidente sugerem que estão “preocupados” com oligopólios e monopólios, tipo Grupo Globo e, em Goiás, o Grupo Jaime Câmara. Na mesma cidade, os grupos não poderiam ter televisão, rádio e jornal, além de produtos jornalísticos na internet. Parece uma boa ideia e os pacóvios das províncias parecem aprová-la. Porém, do grego Aristóteles ao italiano Nicolau Maquiavel e ao britânico Thomas Hobbes, sabe-se que ideias que parecem positivas costumam às vezes esconder ou embutir ideias negativas. Grandes grupos de comunicação, monopolistas ou não, conseguiram descolar-se do controle do Estado e isto não agrada aqueles que avaliam que o Estado não é uma coisa pública, mas sim praticamente privada, de um partido político. Como conquistaram uma certa independência, por ter vínculos comerciais fortes com o mercado — quanto mais anúncios particulares na “Veja”, na “Época”, na “Folha”, no “Estadão”, em “O Globo”, e em quaisquer outros veículos, mais autonomia —, algumas publicações deixaram, há algum tempo, de ser o sorriso do poder e se tornaram, às vezes não vagamente, o sorriso da sociedade. Aos “controladores” do Estado, que o privatizaram politicamente, tal liberdade não agrada. O combate aos ditos “monopólios”, que agrada alguns veículos de comunicação dos Estados menos aquinhoados com recursos federais — fala-se numa atraente e ilusória regionalização da distribuição das verbas do governo de Dilma Rousseff —, além de acadêmicos das escolas de Comunicação do País, esconde, na verdade, um combate frontal àqueles veículos e empresas que escaparam aos tentáculos de polvo gigante do poder.