Por Euler de França Belém
O projeto número 1 de Gilberto Kassab é se tornar ministro das Cidades no governo da presidente Dilma Rousseff. Convidado, já aceitou e será anunciado brevemente. Seu principal cacife é a grande bancada de deputados federais. Mas o presidente do PSD tem um 2º projeto. Apoiando o goiano Cleovan Siqueira, está bancando a recriação do PL. Criado, o PL atrairia de 10 a 20 deputados federais, que querem trocar de partido, mas, se não for para um partido novo, não poderão fazê-lo. O projeto de Kassab é fundir o PL com o PSD, criando uma janela para os políticos insatisfeitos. O PSD passaria a ter cerca de 60 deputados. Tornando-se uma força gigante na política nacional.
O empresário Vanderlan Cardoso, presidente do PSB de Goiás, disse ao Jornal Opção na sexta-feira, 12, que vai apoiar a reeleição do prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (PDT), em outubro de 2016. “Misael é um aliado, um amigo. Tenho compromisso com ele e vou apoiá-lo. O prefeito está fazendo muitas obras e terá o que mostrar na próxima disputa”, afirmou o ex-prefeito de Senador Canedo. O Jornal Opção perguntou: “Há alguma possibilidade de o sr. disputar a Prefeitura de Senador Canedo?” Vanderlan Cardoso foi taxativo: “Não é o meu projeto político”. Vanderlan Cardoso afirma que tem interesse em disputar a Prefeitura de Goiânia — desde que consiga constituir uma frente política consistente.
O empresário Vanderlan Cardoso (PSB) disse ao Jornal Opção que pode ser candidato a prefeito de Goiânia, mas não pelo PMDB. É que circulou a notícia de que o empresário Júnior Friboi, se conseguir assumir o comando, gostaria de vê-lo como candidato do partido. “Para o PMDB, eu não vou, não. Eu saí de lá. Não tenho razões para deixar o PSB”, afirma o ex-prefeito de Senador Canedo.

“Aconselhei Júnior [Friboi], meu aliado e amigo, a não ficar num partido controlado por Iris Rezende. Converso sempre com Júnior, por exemplo no último sábado. Em janeiro, vamos conversar com mais intensidade sobre política”, afirma Marcelo Melo. O ex-deputado federal afirma que, se mantiver o PMDB sob o controle de Iris Rezende, um político superado, os líderes do partido vão colher novas derrotas. Sobretudo, vão sacrificar suas lideranças mais jovens, vítimas da falta de renovação do velho cacique.
A eleição para a Prefeitura de Goiânia será realizada daqui a um ano e 9 meses, mas quem quiser se desincompatibilizar terá de deixar os órgãos públicos daqui a um ano e três meses e aquele que quiser se filiar a uma legenda ou trocar de partido tem de fazer nos próximos nove meses. Está tudo mais em cima do que parece. Na disputa de Goiânia, como um prenúncio da batalha eleitoral de 2018, praticamente todas as forças estarão em ação na capital. O governador Marconi Perillo (PSDB) deve bancar seu principal aliado, Jayme Rincón (PSDB), para prefeito. Júnior Friboi trabalha para emplacar a candidatura de Vanderlan Cardoso (PSB). Antônio Gomide, Rubens Otoni e Paulo Garcia deverão lançar Adriana Accorsi ou Humberto Aidar. Todos são do PT. Iris Rezende pode bancar Bruno Peixoto ou, sobretudo, Agenor Mariano. Os caciques, portanto, estarão em ação na capital. Porque, como uma espécie de cidade-Estado, Goiânia funciona como caixa de ressonância no Estado.
O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, recorreu aos préstimos do empresário Júnior Friboi para que interferisse nas eleições para presidente da Câmara Municipal de Goiânia. Friboi tem certo apreço pelo petista-chefe, mas já havia se comprometido em apoiar Anselmo Pereira e cumpriu sua palavra. O problema do paulo-garcismo é que sempre parece chegar atrasado nas articulações políticas. Perde o timing com frequência.
O advogado Robledo Rezende, um dos políticos mais ligados ao empresário Júnior Friboi, deve ser candidato a prefeito de Porangatu, possivelmente pelo Pros. Ele é filiado ao PMDB, porém, como o partido terá candidato na cidade, o prefeito Eronildo Valadares, terá de procurar outra legenda. Robledo Rezende, articulador hábil e político moderado, afirma que o PMDB está rachado e tende a se dividir ainda mais. “Júnior está aguardando a marcha dos acontecimentos. Aqueles políticos que foram eleitos em 2014 querem, e muito, a sua permanência no PMDB, porque avaliam que, se o partido tem alguma organização hoje, deve muito ao seu trabalho em todo o Estado. Ele não quer e não vai deixar o partido, exceto se a situação ficar insustentável.
O empresário Júnior Friboi (PMDB) planeja a seguinte chapa para 2018: ele para governador e Daniel Vilela (PMDB) na vice. Falta combinar com o jovem deputado federal eleito, que também pretende disputar o governo do Estado, avaliando que o cavalo pode passar arreado na sua porta. Uma alternativa é uma chapa com Vanderlan Cardoso na vice de Friboi.
De um líder histórico do PSDB, que conhece como poucos as estranhas da Assembleia Legislativa: “Se o governador Marconi Perillo não botar para quebrar, sinalizando diretamente que seu candidato é Chiquinho de Oliveira, não tem saída: o deputado Helio de Sousa, hoje na presidência, será mantido no cargo, com amplo apoio. Acrescente-se que, se tem possíveis e ligeiras restrições com José Vitti, a Henrique Arantes e a Lincoln Tejota, nada instransponível, não há nenhuma grande restrição a Helio de Sousa, exceto ao fator de ele pertencer ao DEM do deputado federal Ronaldo Caiado”. O líder frisa que o governador Marconi Perillo adota o seguinte comportamento: “Marconi não gosta de perder. Portanto, se ficar evidente que Chiquinho não tem chance de ser eleito, ele apoiará Helio de Sousa tranquilamente, sem perder uma noite de sono”.
O médico Antônio Faleiros foi secretário da Saúde do governo de Goiás e, em seguida, deixou o cargo para disputar mandato de deputado federal pelo PSDB. Teve uma votação razoável, mas foi derrotado. Agora, deve voltar para o governo, mas não há cargo definido. Alguns setores da saúde defendem que o médico, tido como inovador na área, ao implantar o sistema das organizações sociais, reassuma a Secretaria de Saúde. O problema é que o governador Marconi Perillo não tem o hábito de retornar secretários para cargos que já ocuparam. Ele gosta de fazer remanejamentos, porque avalia que isto reoxigena a cabeça das pessoas. O grupo de Nion Albernaz e do deputado estadual Lincoln Tejota têm interesse no retorno de Faleiros.

O deputado estadual eleito Ernesto Roller garante que, se Adib Elias perder o mandato — devido a problemas com suas contas a respeito de quando era prefeito de Catalão —, o PMDB não perderá dois deputados. “Se o Adib Elias sair, o que não parece crível, eu continuarei eleito e assumirei o mandato de deputado, sem nenhum problema. O PMDB só perde uma vaga, não perde duas. Há quociente eleitoral suficiente para me sustentar como eleito.” Roller frisa que as contas de Adib Elias “foram aprovadas pela Câmara Municipal. Há jurisprudência no Supremo Tribunal Federal de que quem aprova as contas são as câmaras. O ministro Luiz Fux quer mudar isto, mas ainda não mudou”.
Ralph Vicente da Silva deve assumir, nesta semana, a Secretaria de Indústria e Comércio da Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Substituto de Marcos Campos, é uma indicação da Associação Comercial e Industrial (Aciag) do município. Leia-se Osvaldo Zilli e Gilberto Sebba.
A objetividade do governador Marconi Perillo tem impressionado políticos, empresários e executivos de Goiás e do Brasil. Ele não deixa nada para amanhã — é tudo pra já — e não gosta de conversas improvisadas. Tudo tem de ser planejado, delineado com o máximo de clareza e precisão e por escrito.
O PMDB de Anápolis, segundo Frederico Jayme, pode lançar candidato a prefeito em 2016. “Temos nomes consistentes, como Aquiles Mendes (médico e ex-vereador), Max Lânio (médico), Ricardo Nabem (ex-vereador), Assef Nabem (ex-vereador) e Benjamin Beze (ex-vice-prefeito e empresário). São conceituados e têm condições de administrar a cidade com a mais alta qualidade”, afirma. Sobre cargos no governo: “Não estou interessado. Tanto que estou afastado do processo”.
O advogado Sebastião Ferreira Leite, o Juruna, procurou o vereador Elias Vaz e disse que vai trabalhar, ao lado do prefeito Paulo Garcia, para expulsar os vereadores Tayrone di Martino e Felisberto Tavares do PT. Hábil e experimentado, Elias Vaz recomendou moderação aos adeptos do paulo-garcismo. Porque mal acabaram de ter uma derrota política — perderam a presidência da Câmara Municipal e não conseguem aprovar a planta de valores — e já falam em expurgar políticos.