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Roberto Civita pode ter sido vítima de erro médico no Hospital Sírio-Libanês?

[caption id="attachment_76604" align="aligncenter" width="620"]Roberto Kalil e Julio César Saucedo: médicos garantem que houve fatalidade, e não erro médico, na morte de Roberto Civita Roberto Kalil e Julio César Saucedo: médicos garantem que houve fatalidade, e não erro médico, na morte de Roberto Civita[/caption] Em 2013, levando uma vida agitada e sedentária, Roberto Civita, seu corpo, começa a “falhar”. Havia fumado cachimbo por mais de 50 anos, sem tragar. Na biografia “Roberto Civita: O Dono da Banca — A Vida e as Ideias do Editor da Veja e da Abril” (Companhia das Letras, 534 páginas), o jornalista Carlos Maranhão relata que, “em 1994, com diagnóstico de obstrução na artéria coronária, ele se submeteu a uma angioplastia na Cleveland Clinic”. Em 2010, a mulher de Roberto Civita, Maria Antonia Magalhães Civita, conversou com o cardiologista Roberto Kalil Filho, do Hospital Sírio-Libanês, e expôs a situação física do marido. Em seguida, no seu sítio, a perna esquerda do empresário começou a inchar. “Ele tivera um embolia pulmonar”, constatou Kalil, possivelmente em decorrência de voos longos entre China, Europa e Brasil. Passou a tomar anticoagulantes. Depois, em 2011, “sofreu uma nova trombose venosa na perna”. Em 2012, depois de uma pneumonia, Kalil descobriu “uma obstrução de 90% na principal artéria do coração, a artéria descendente inferior, como consequência de uma alta taxa de LDL, o chamado mau colesterol”. O médico Pedro Leme fez um bem-sucedido cateterismo. O urologista Miguel Srougi descobriu um problema na próstata e Roberto Civita foi operado nos Estados Unidos. Ainda em 2012, Kalil descobriu um aneurisma da aorta abdominal. Quando Roberto Civita estava internado, o ex-presidente Lula da Silva o visitou. O publisher da “Veja” admitiu para o petista-chefe que a capa na qual um de seus filhos é apresentado como “O Ronaldinho de Lula” foi excessiva e, por isso, a reportagem não deveria ter sido publicada. “Deixei sair porque não veto matérias.” Com o aumento da dilatação da aorta abdominal, Roberto Civita volta a Nova York em busca de apoio médico. Ao voltar ao Brasil, procura Kalil, que sugeriu a colocação de um stent e o nome do médico paraguaio Julio César Saucedo Mariño. O especialista “foi escolhido para colocar a prótese via endovascular, a endoprótese. Ou seja, através da virilha”. Maria Antonia, sempre atenta à saúde do marido, perguntou a Julio Saucedo: “Doutor, qual é o risco de fatalidade?” O médico respondeu: “Dois por cento”. Para a mulher, mostrando tranquilidade, Roberto Civita disse: “Vivi bem, comi bem, viajei bem e para mim o trabalho sempre foi uma diversão. Acha que quero ficar velho sem poder fazer o que gosto?” Feita a cirurgia, de repente, Kalil gritou: “Segurem o elevador!” Roberto Civita foi levado novamente para o centro cirúrgico, às pressas. “A distância era um andar, mas achei que ele não chegaria vivo”, afirma o médico. “A hemoglobina estava caindo, em um sinal de sangramento. Ocorrera a pior hipótese: o rompimento da aorta”, assinala Carlos Maranhão. “Era uma aorta muito doente”, diz Kalil. “No movimento de pressão para colocar a prótese, a aorta não resistiu.” Carlos Maranhão conta que “a hemorragia foi muito grande. Roberto” tomou “vinte livros de sangue”. “Sua imunidade caiu a níveis críticos. Haveria na sequência perda de irrigação sanguínea nos rins, no estômago, no intestino e nas pernas. Nas semanas posteriores, os dedos das mãos e dos pés começariam a gangrenar. Ele seria submetido a mais duas cirurgias para a retirada das partes dos órgãos que haviam morrido. Antibióticos poderosos, em altas doses, lesariam seu nervo auditivo. O fato de ser alérgico a antibióticos contribuiu para o agravamento do quadro clínico. Àquela altura, caso se recuperasse, ficaria em cadeira de rodas.” Em 26 de maio de 2013, Roberto Civita morreu. Giancarlo Civita e Victor Civita Neto, filhos do empresário, “afirmam que não tiveram como saber se houve erro médico. Maria Antonia não atribuiu a morte do marido a qualquer falha no diagnóstico ou nas cirurgias”. “Não houve erro, houve a fatalidade, dentro do risco do procedimento, conhecido pela família e pelo paciente, devidamente explicado e reexplicado”, sustenta Kalil. “A palavra é essa, fatalidade”, corrobora Julio Saucedo.